quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

LUANDA: Evasão de capitais e corrupção minam futuro de África

Evasão de capitais e corrupção minam futuro de África

A evasão de capitais em África quase duplicou nestas últimas três décadas, atingindo 1.4 trilhões de dólares.
TAMANHO DAS LETRAS 
Investigadores do Banco Africano de Desenvolvimento dizem que os países africanos perderam cerca de 1.4 trilhões de dólares devido à evasão de capital nos últimos 30 anos.

Grande parte dessa perda resulta do fluxo ilícito de capitais e corrupção e continua a dificultar o desenvolvimento da região.

O fluxo ilícito de capitais refere-se aos fundos que saem do país por meios irregulares, normalmente para escaparem aos impostos locais.

Isto pode variar de uma empresa estrangeira que não reporta os seus ganhos num país africano e depois deposita-os numa conta offshore, a oficiais corruptos que desviam fundos do Estado e os colocam fora do país, ou a grupos de crime organizado que simplesmente saem com o dinheiro em malas de viagem.  

Os especialistas do Banco Africano de Desenvolvimento e da organização Global Financial Integrity ((GFI)) dizem que as regiões da África Central e Ocidental foram as que perderam mais dinheiro. 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

LUANDA: PGR de Angola revela suspeitos do assassinato de ativistas

PGR de Angola revela suspeitos do assassinato de activistas

TAMANHO DAS LETRAS 
A Procuradoria-Geral da República (PGR) divulgou publicamente os nomes dos suspeitos do assassinato de Alves Canulingue e Isaías Cassule. Júnior Maurício, Francisco Pimentel Daniel, Augusto Mota e João Fragoso são indiciados pelo Ministério Público dos homicídios de Alves Kamulingue e Isaías Cassule, desaparecidos há mais de um ano.

Os suspeitos pertencem à Polícia Nacional e aos Serviços de Informação e Segurança. A revelação dos nomes foi feita em entrevista ao Jornal de Angola pelo Procurador-Geral Adjunto da República, Beato Paulo, que coordena a Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP).

LISBOA: Afonso Dhlakama rejeita que a Renamo esteja a matar civis em Moçambique

Afonso Dhlakama rejeita que Renamo esteja a matar civis em Moçambique

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que desde outubro está em parte incerta "mas em Moçambique", disse hoje à Lusa que os seus homens se limitam a responder aos ataques do exército, rejeitando responsabilidade na morte de civis.

"A Renamo não está a matar civis", disse, o líder do maior partido da oposição em Moçambique, falando por telefone, e garantindo estar a "poucos metros" da base de Sandjudjira, de onde foi expulso em outubro pelo exército.
"Aqui, onde eu estou a falar, a 200 metros estão civis, vizinhos da minha casa. Não faz sentido mandar um grupo a partir da Gorongosa a matar civis a 300 ou 500 quilómetros de cá", acrescentou Dhlakama.
Desde abril, quando ocorreram os primeiros confrontos entre o exército e homens armados da Renamo, que se registam ataques quase diários, com mortes entre os beligerantes, mas vitimando também a população civil.
Naquela zona do centro de Moçambique, um troço da Estada Nacional 1 com cerca de 200 quilómetros, que tem sofrido intensos ataques, está desde abril cortado ao trânsito, que apenas circula integrado em coluna militar
"O quer está a acontecer é que aquilo ali é uma estrada por onde passa toda a logística pesada, inclusive armas pesadas e canhões, a maioria dos efetivos militares, para virem matar e acabar com a Renamo, aqui na Gorongosa", disse Afonso Dhlakama, que justificou os ataques às colunas como estratégia para conter a "logística do adversário".
"Antes do ataque, em abril deste ano, nunca a Renamo mandou um grupo para atacar colunas militares no rio Save. Isto justifica-se só depois de a Frelimo ter mandado atacar" e o objetivo é "diminuir a intensidade do adversário", disse.
Afonso Dhlakama acusou o governo de Maputo de o ter querido matar, durante o ataque de 21 de outubro e de ter tentado fazer o mesmo ao seu pai, quando um grupo de militares revistou a casa do ancião, em Mangunde, a cerca de 300 quilómetros de Sandjudjira.
"Sinto-me perseguido, porque desde o dia 21 de outubro para cá nunca cessaram, sempre vêm, de Tete, de Pemba, do sul, com carros blindados e prosseguem operações. Isto é perseguição, porque se queriam matar-me e falharam, já teriam retirado", defendeu.

WASHINGTON: Juiz americano diz que atuação da NSA é provavelmente inconstitucional

Juiz americano diz que actuação da NSA é "provavelmente inconstitucional"

TAMANHO DAS LETRAS 
Um juiz federal de Washington considerou ontem, 16,  que o grande volume de dados sobre telefonemas, recolhido nos Estados Unidos pela Agência Nacional de Segurança (NSA), provavelmente viola a defesa da privacidade consagrada na 4ª emenda da Constituição norte-americana.

"Não consigo imaginar uma invasão mais 'indiscriminada' e 'arbitrária' do que esta sistemática e tecnologicamente sofisticada retenção de dados, de virtualmente qualquer cidadão, com o intuito de inquirir e analisar sem uma prévia autorização judicial", considera o juiz Richard Leon.

A decisão do juiz conservador, nomeado por George W. Bush, surge como a mais forte posição de um tribunal norte-americano contra a atuação da NSA, desde as revelações apresentadas por Edward Snowden.

MAPUTO: Frelimo: Em causa está o jogo da cadeira presidencial

Frelimo: Em causa o jogo da cadeira presidencial

A sucessão de Armando Guebuza vai ocorrer num momento conturbado não só do ponto de vista político-militar mas também de falta de consenso.
Armando Guebuza, presidente de Moçambique
Armando Guebuza, presidente de Moçambique

TAMANHO DAS LETRAS
 
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
O partido no poder em Moçambique, a Frelimo, deverá reunir-se no próximo fim-de-semana em sessão do seu Comité Central, destinada à eleição do candidato às presidenciais de 2014. Como pano de fundo o clima de tensão político-militar e o problema da exclusão social.
A sucessão de Armando Guebuza vai ocorrer num momento conturbado, não só do ponto de vista político-militar, mas sobretudo devdo à falta de consenso em termos de construção de uma visão nacional.

O académico João Colaço diz que este é um dos graves problemas que o sucessor de Armando Guebuza terá que enfrentar.

“Temos um problema ao nível de construirmos uma visão nacional consensual: o que é que os moçambicanos querem como país, como Estado e como nação. O novo dirigente vai ter que saber dar aos moçambicanos oportunidades iguais para poderem vencer na vida. Neste momento, isto está muito condicionado às suas origens político-partidárias”, realçou o académico.

Na opinião dele, o novo dirigente vai ter que ter em conta o problema da estrutura de oportunidades, pois, quando se fala de exclusão social é porque há um grupo incluído e outro excluído.

“Vamos ter que ter um dirigente que, realmente, efective esta ideia de unidade nacional, esta ideia de que todos nós podemos vencer, todos nós nos podemos revelar, desde que essas oportunidades estejam disponíveis, criadas e sejam efectivadas”, afirmou João Colaço.

O professor universitário sublinhou ainda que tendo em conta a situação político-militar que se vive em Moçambique, ser  importante que haja uma visão mais abrangente do ponto de vista do significado do diálogo.

Na sua óptica, dialogar não é apenas duas pessoas terem oportunidade de dialogar, mas é também duas pessoas terem capacidade de chegar a consensos sobre as grandes questões de interesse nacional.

Colaço considera que os três pré-candidatos propostos pela Comissão Política da Frelimo para a sucessão de Guebuza partem para esta eleição numa situação fragilizada por conta das suas actividades governativas.

Entretanto, há quem considere que Armando Guebuza, mesmo após a sua saída do poder, poderá continuar a ter influência na acção governativa do país, no caso de a Frelimo vencer as eleições legislativas.

O académico entende que sim, por causa do controlo que Guebuza tem do partido.

BISSAU: Greve paralisa completamente a Republica da Guiné Bissauo país

Guiné-Bissau: Greve paralisa país

Bissau tornou-se numa cidade sem vida. Comércio paralisado, transporte público privado inoperante e sector da saúde apenas com serviços mínimos.

TAMANHO DAS LETRAS
 
Lassana Casamá
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
Na Guiné-Bissau, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes iniciaram hoje uma greve geral de cinco dias.

Em causa estão os atrasos salariais e cobranças ilegais nas estradas públicas por parte de polícias de trânsito e da guarda nacional.

As duas centrais sindicais exigem ainda o pagamento regular de salários e a convocação das reuniões ordiarias do Conselho Permanente de Concertação Social, uma estrutura que envolve o Governo e organizações da sociedade civil.

O impacto da greve foi logo visível e sentido nas primeiras horas de hoje. Bissau tornou-se numa cidade sem vida. Comércio paralisado, transporte público privado inoperante e o sector da saúde apenas com serviços mínimos.

Tufigo Mendes, funcionário do Instituto Nacional de Segurança Social, uma instituição descolada a Administração Publica guineense, teve dificuldades em ir ao serviço porque não há táxi. Da sua casa ao seu posto de trabalho foi obrigado a caminhar e mesmo aí, quando chegou, não havia nada por fazer.

As negociações decorrem e espera-se que as partes cheguem a um acordo, visando o levantamento da greve.

Em causa estão até três meses de salários em atraso. Ou seja, alguns funcionários estatais em três meses e outros dois meses de salários em atraso, uma disparidade administrativa considerada de aberrante pelas duas centrais sindicais guineenses: UNTG e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes.

LUANDA: Ausência de Dos Santos ditador angolano no funeral de Madiba provoca interrogações

Ausência de Dos Santos do funeral de Mandela provoca interrogações

ONGs prestaram homenagem a Madiba em Luanda.

TAMANHO DAS LETRAS
 
Manuel José
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
A ausência do Presidente José Eduardo dos Santos do funeral de Nelson Mandela está a provocar interrogações e críticas de algumas Organizações Não Governamentais em Angola.

Ao mesmo tempo, essas organizações afirmam que a situação é agravada pelo facto de não haver qualquer explicação para a ausência do presidente às cerimónias em que participaram dezenas de chefe de Estado e de Governo, incluindo dos paises mais poderosos do mundo.

Um grupo de ONG que lutam pela defesa dos direitos humanos no país deslocou-se no domingo ao cemitério da Santa-Ana em Luanda para homenagear Madiba, depositando uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido.

As organizações representadas no Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos decidiram que o funeral de um homem da grandeza de Nelson Mandela não podia passar despercebido aos olhos da sociedade civil em Angola.

"Em Angola, a sociedade civil não podia ficar indiferente a este homem com uma dimensão extraordinária e um pensamento de unidade para todos os povos e daí esta homenagem de um grande herói da África do Sul, do continente e do mundo, um filho da África e de Angola também", disse o presidente da associação Mãos Livres, Salvador Freire.

Outro advogado da Mãos Livres, David Mendes, pensa que o exemplo de Mandela devia ser seguido pelos angolanos.

"O exemplo de Nelson Mandela serve para todos os angolanos pois Angola saiu de uma longa guerra e ainda temos problemas de integração baseada em tribos e questões partidárias”,  disse.

O causídico diz não perceber como o Presidente da República faltou à cerimónia de Madiba e aguarda por uma explicação dos serviços da Presidência.

"A Casa Civil da Presidência da República nada disse e ninguém sabe as razões que levaram (à ausência de José Eduardo dos Santos na África do Sul)”, disse.

“Esperamos que a Casa Civil da Presidência diga alguma coisa, também estamos perplexos pelo facto de Angola não ter decretado luto nacional, não podemos nos esquecer que o primeiro país que Nelson Mandela visitou após a sua libertação foi Angola”, concluiu.

Quem também esteve presente na homenagem a Mandela e manifestou surpresa pela falta de José Eduardo dos Santos nas exéquias de Mandela na África do Sul foi Sidiangani Mbimbi do PDP-ANA.

"Nós não sabemos porque que o nosso presidente não foi a este óbito onde foram quase todos os chefes de estados do mundo”, disse, afirmando que as autoridades deveriam explicar a ausência.