quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Ex-magistrada acusada de ter fornecido informações confidenciais ao foragido queria ser julgada á porta fechada

Ex-magistrada acusada de ter fornecido informações confidenciais a foragido queria ser julgada à porta fechada

Todos os arguidos decidiram remeter-se ao silêncio na primeira sessão do julgamento.
As arguidas eram procuradoras-adjuntas do Departamento de Investigação e Acção Penal VÍTOR CID
Fonte: Publico
Divulgação: planalto de malanje rio capôpa
09.01.2014
Uma das ex-magistradas do Ministério Público acusadas de terem passado informações confidenciais a um foragido requereu ao tribunal o seu julgamento à porta fechada, alegando estar em causa a sua "dignidade pública e moral".Mas o colectivo de juízes que começou a julgar na manhã desta quinta-feira as antigas procuradoras-adjuntas do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, Sónia Moreira e Sílvia Marques Bom, recusou aceder ao pedido, entendendo que não se justificava “sacrificar princípios essenciais da sociedade democrática”, como o de os julgamentos serem públicos.
“Compreende-se o incómodo”, observou a juíza-presidente do colectivo, Rosa Brandão, acrescentando que o julgamento poderá a todo o momento ser temporariamente fechado aos jornalistas e restante público, caso as arguidas tenham de relatar ao tribunal aspectos da sua vida privada.
Isto porque, segundo o despacho de acusação, citado pela agência Lusa, as ex-procuradoras se “envolveram intimamente” com o agora também arguido Lorosa de Matos, tinha este fugido da prisão durante uma saída precária, quando cumpria uma pena de nove anos de prisão por burla, falsificação e extorsão.
As ex-magistradas são acusadas de violação do sigilo profissional, falsificação de documento, abuso de poder e favorecimento pessoal.
Entre 2005 e 2010 terão obtido, através plataforma informática do DIAP/Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, informações de processos e dados pessoais de juízes e elementos da Polícia Judiciária que haviam tratado dos crimes cometidos por Lorosa de Matos, que conheceram via Internet, e de um cúmplice seu, com o qual uma das arguidas também viria a envolver-se intimamente.
“As arguidas sabiam a verdadeira identidade de Lorosa de Matos, conheciam a sua situação de evadido e que era procurado pela justiça para cumprir pena de prisão. Com a informação que recolheram e partilharam com o arguido, permitiram ao mesmo a obtenção de documentos de identificação forjados, continuando assim a furtar-se à acção da justiça”, sustenta a acusação.
Nesta primeira sessão do julgamento todos os arguidos decidiram remeter-se ao silêncio, tendo os seus advogados referido que poderão vir a falar mais tarde, depois de ouvidas as testemunhas.



quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

PARIS: França ao contrario da Grã-Bretanha toma iniciativa militar em África contrastando com a apatia britanica

África: França toma iniciativa militar contrastando com apatia britânica

A França está a tomar a iniciativa de intervir em conflitos no estrangeiro, particularmente em África, relegando a Grã-Bretanha para segundo plano.

TAMANHO DAS LETRAS
 
Fonte: Redacção VOA
Divulgação: Planalto De malanje Rio capôpa
À medida que as tropas francesas vão sendo destacadas para lutar ao lado das suas congéneres africanas para tentar conter a violência religiosa na República Centro-Africana, analistas militares afirmam que uma nova realidade está a despontar na Europa.

A França está a tomar a iniciativa de intervir em conflitos no estrangeiro, particularmente em África, relegando a Grã-Bretanha para segundo plano.

A França enviou mil e 600 soldados para a República Centro-Africana para tentar conter a violência entre cristãos e muçulmanos. Esta decisão verificou-se poucos meses depois de Paris ter decidido destacar 4 mil homens para o Mali onde os rebeldes islamitas ocuparam grande parte do norte do país.

Esta vontade da França em intervir em África serve os seus próprios interesses tal como nos referiu David Cadier da London School of Economics : “ Não queremos um Afeganistão em África. Se não há governo, não há garantias de segurança e nada impediria os grupos terroristas de criarem bases e campos de treino na África Central e no norte de África, por outras palavras à porta da Europa e da França em particular.”

Esta atitude cada vez mais interventiva da França contrasta com a da Grã-Bretanha. No passado mês de Agosto, Londres chocou os seus aliados quando o parlamento votou contra quaisquer actividades militares contra a Síria depois do governo do presidente Bashar al Assad ter usado armas químicas.

Durante um discurso no mês passado o chefe das forças armadas britânicas, o general Nicolas Houghton afirmou que o seu país estava a mostrar cepticismo no que se refere a projectar a sua força através do Mundo: “ Observei recentemente com admiração a relativa capacidade das forças francesas em operarem em condições de gestão de riscos. Devemos ter o cuidado como sociedade e como militares profissionais de não perdermos o nosso instinto de coragem visto que é ele que nos coloca numa classe à parte.”

A Grã-Bretanha foi a principal aliada dos Estados Unidos na invasão do Iraque em 2003, uma guerra que se tornou profundamente impopular entre os britânicos.
No final deste ano as forças britânicas vão completar a retirada das suas forças do Afeganistão depois de 13 anos de combates e cerca de 450 baixas. Sondagens à opinião pública revelam que os britânicos permanecem cépticos acerca daquilo que foi alcançado. Por seu lado os comandantes militares advertem que os talibãs vão rapidamente preencher o vácuo deixado pelas forças da Nato.

Esses conflitos deixaram os britânicos cansados de intervenções militares externas, tal como salienta David Cadier: “O que está a verificar-se é uma relutância cada vez maior em aceitar riscos e baixas. Entretanto a França está frustrada com a ausência de apoio estratégico por parte dos outros europeus.”

Num discurso em Setembro passado, o ministro francês dos negócios estrangeiros Laurent Fabius, disse que a França se adaptaria aos desafios estratégicos:“ Neste Mundo, a França manterá um papel global. Desde que consigamos recuperar a nossa competitividade económica permaneceremos uma potência influente”.
Contudo, um mês depois da intervenção militar francesa na República Centro-Africana, as sondagens demonstram que o apoio entre o público francês a esse respeito baixou de 51 para 41% em apenas um mês.

KENTUCKY EUA: Preso foge da prisão mas volta por não aguentar o frio

EUA: Preso foge da prisão mas volta por não aguentar o frio

Fonte: Voanews
Divulgação: Planalto De malanje Rio capôpa

TAMANHO DAS LETRAS 
Um preso que fugiu de uma prisão no Kentucky no domingo regressou à cadeia por não aguentar o frio que se faz lá fora.  As autoridades explicaram que o homem, cujo nome não foi revelado, entrou num motel e pediu á recepção para chamar a polícia.

O homem de 42 anos explicou mesmo aos funcionários do hotel que queria entregar-se às autoridades para fugir ao frio polar que era insuportável.

O preso foi observado por paramédicos e de seguida regressou ao ‘conforto’ do Complexo Correccional de Blackburn.

MAPUTO: A SASOL empresa prospetora, produtora e comercial de petróleo vai exportar petróleo produzido por ela em Moçambique. Assim sendo, Moçambique transformar-se-a num país produtor de petróleo.

Moçambique passa a país produtor de Petróleo


TAMANHO DAS LETRAS
 
Moçambique vai entrar este ano no grupo dos países produtores de petróleo, quando se esperam também significativos avanços na produção de gás natural e carvão, segundo revela a revista “Economist Intelligence Unit”.

Uma pequena descoberta próximo do campo de gás de Temane, na província de Inhambane, vai permitir à petrolífera sul-africana Sasol começar a produção comercial de petróleo ainda este ano, refere o último relatório da EIU sobre a economia moçambicana. “O campo representa a primeira produção comercial de petróleo em Moçambique, onde até agora apenas as descobertas de gás natural foram consideradas viáveis”, adianta.

O projecto vai produzir perto de dois mil barris de petróleo diários, uma pequena quantidade em termos comerciais, mas que permite “diversificar a base de exportações moçambicanas”. Além disso, os representantes da Sasol já deram indicações de que são possíveis novos aumentos nas estimativas de reservas petrolíferas, estando em curso as actividades de exploração na área
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LISBOA: Os sobrinhos de Deus


Os sobrinhos de Deus



Há católicos tão bem, tão bem, tão bem, que tratam Deus por tio. De facto, chamá-Lo pai seria ficar automaticamente irmã, ou irmão, dessa gentinha pé-descalça e malcheirosa que vai à Cova da Iria de xaile e garrafão. Tratá-Lo por Senhor seria reconhecer-se de uma condição servil, que está muito bem para as criadas e para os chauffeurs, mas que não é compatível com quem é, há várias gerações, gente de algo.
Os sobrinhos de Deus gostam muito de Jesus, porque Ele é superfantástico: andou sobre o mar e fez montes de coisas giríssimas. Gostam tanto d’Ele que até Lhe perdoam o ter sido carpinteiro, pormenor de gosto duvidoso que têm a caridade de omitir, sempre que, ao chá, falam d’Ele. Também têm muita devoção ao Espírito Santo: à família do banco, claro, pois conhecem-na toda da Quinta da Marinha e de um ror de sítios muito in, que tudo o que é gente frequenta.
Alguns foram a Fátima a pé e acharam o máximo. Levaram uns ténis de marca, roupa desportiva q. b. e um padre da moda. Rezaram imenso, tipo um terço, sei lá. O resto do tempo foi à conversa, sobretudo a cortar na casaca de uns quantos novos-ricos, um bocado beatos, que também se integraram na peregrinação (já agora, aqui para nós, mais por fervor aos sobrinhos de Deus do que a Nossa Senhora, mas note-se que isto não é ser má-língua, mas a pura verdade, à séria).
Têm imenso gosto e casas estupendas. Quando olham para um crucifixo em pau-santo, com imagem de marfim e incrustações de prata, são capazes de reconhecer o estilo, provavelmente indo-europeu, identificar a punção, pela certa de algum antigo joalheiro da Coroa, e a data, até porque, geralmente, é igualzinho a um lá de casa, ou muito parecido ao da capela da quinta. Só não vêem o Cristo, nem a coroa de espinhos, nem as chagas, que são coisas de menos importância.
Detestam essas modernices do abraço da paz ou da Igreja dos pobres, mas não é que tenham nada contra os pobres, apenas receio de doenças contagiosas.
Também não são muito fãs do senhor prior, nem do Papa Francisco, simplórios de mais para os seus gostos sofisticados. Mas derretem-se quando se cruzam, nalgum cocktail, exposição ou concerto na Gulbenkian, ou em São Carlos, com alguém que os fascine pelo seu glamour, pela sua cultura, pela sua inteligência ou poder porque, na realidade, o principal santo da sua devoção é o príncipe deste mundo.
Uma só coisa aflige os sobrinhos de Deus: que o céu, onde já têm lugar reservado, esteja mesmo, como se diz no sermão das bem-aventuranças, cheio de maltrapilhos. 
1) Qualquer relação com a realidade não é coincidência, mas um azar dos diabos. 
Licenciado em Direito e doutorado em Filosofia. Vice-Presidente da Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF) 

CARACAS: Ex misse Venezuela e marido assassinados após avaria de carro


Ex-Miss Venezuela e marido assassinados após avaria de carro


Grupo armado matou casal que esperava assistência numa autoestrada e deixou ferida a filha de ambos. Cinco suspeitos já foram detidos pelas autoridades.

Monica Spear foi coroada Miss Venezuela a 23 de setembro de 2004




Fonte: ExpressoDivulgação: Planalto De malanje Rio capôpaChico Sanchez/EPA Monica Spear foi coroada Miss Venezuela a 23 de setembro de 2004

Monica Spear, uma conhecida atriz venezuelana e ex-miss em 2004, foi assassinada juntamente com o marido na noite de segunda-feira na auto-estrada Valencia-Puerto Cabello, após uma avaria de carro, segundo a imprensa venezuelana.
O casal provinha de Mérida em direção a Caracas e levava consigo a filha de cinco anos quando ficou parado ao quilómetro 194. Por volta das 22h30, Spear, de 29 anos, e Thomas Henry Berry, de 49 anos e nacionalidade irlandesa, foram atacados a tiro por "deliquentes" enquanto eram assistidos por um reboque, de acordo com o diretor do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminais, José Gregorio Sierralta.
Foi Spear que atravessou a via, depois de uma espera de 45 minutos, para chamar a atenção do pesado. Quando o condutor e o ajudante preparavam a grua para proceder à retirada do veículo, avistaram um grupo de cinco homens armados e puseram-se a salvo. O casal entrou dentro do seu carro e foram mortos.
O Ministério Público designou dois procuradores para investigar as circunstâncias do duplo homicídio, enquanto se aguardam os resultados da autópsia e prosseguem as investigações no local e a peritagem ao carro.
De acordo com a Venezolana de Televisión, o casal terá resistido a uma tentativa de assalto e a polícia já deteve cinco suspeitos. Os dois homens que ajudaram o casal na noite da tragédia estão a ser interrogados na qualidade de testemunhas.
A filha do casal ficou ferida numa perna e encontra-se num centro hospitalar de Caracas, em situação estável e acompanhada de familiares. Os corpos de Spear e Berry foram transportados para uma morgue de Puerto Cabello.
Numa reunião extraordinária no Palácio de Miraflores sobre questões de segurança, o Presidente Nicolás Maduro expressou hoje o seu pesar e condenou a crueldade do ataque. "Estou triste pela perda de vida de uma jovem e valiosa artista", disse.
Monica Spear encontrava-se de férias na Venezuela. Tinha uma carreira de modelo e atriz de novelas - trabalhava atualmente na Telemundo, cadeia de televisão em espanhol nos EUA, onde vivia.


 




LUANDA: Taxa de Extorsão-Emboscada e Protesto no Cuango

Taxa de Extorsão, Emboscadas e Protesto no Cuango
Fonte: Maka Angola
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
 08 de Janeiro, 2014
Do sector de Cafunfo à sede do município do Cuango vai uma distância de 50 quilómetros, uma região rica em diamantes e um flagelo de miséria e abusos.

Por volta das 9h30, cerca de 40 moto-taxistas convergiram junto da administração municipal do Cuango, na província da Lunda-Norte, para protestarem contra as práticas de extorsão a que têm sido sujeitos diariamente no referido trajecto.

“A Polícia Nacional tem montado três controlos nessa via e todos os moto-taxistas têm de pagar diariamente 500 kwanzas (US $5) em cada posto e mais 500 à fiscalização da administração municipal para podermos circular”, denunciou um dos manifestantes, Majingo Serafim, de 37 anos.

Uma viagem de motorizada, no percurso Cafunfo – Cuango, custa 1,500 kwanzas. O motorista não tem garantias de fazer a viagem de regresso com passageiro, para ficar com um terço das receitas.

“O que ganhamos tem de servir para o combustível, manutenção da motorizada e para o nosso sustento. Ficamos sem nada”, explicou o manifestante.

Majingo Serafim foi lacónico: “Nós aqui somos escravos das autoridades”.

Maka Angola recolheu, há dias, um caso que ilustra as consequências de que são alvo os moto-taxistas que não pagam.

A Emboscada

A extorsão tem sido a palavra de ordem na relação entre a Polícia de Trânsito e os automobilistas e motociclistas na região do Cuango.

Por causa de 500 kwanzas, David Xavier Changuvo, de 30 anos, caiu numa emboscada montada por agentes da Polícia de Trânsito, que lhe causou graves ferimentos no rosto, mãos e na zona abdominal. O passageiro Tony Justino continua hospitalizado com sérios ferimentos num dos membros inferiores.

O incidente aconteceu a 30 de Dezembro passado, por volta das 20 horas, no bairro Cambambe-Camazanga, a 25 quilómetros da sede do município do Cuango, na província da Lunda-Norte.

“A polícia montou a emboscada com um varão de ferro que atravessou a estrada. Quando eu ia a passar, à noite não vi o ferro e caí da motorizada” disse o moto-taxista.

“Um dos agentes atingiu-me com uma moca na cabeça, mesmo depois de eu já estar no chão a sangrar”, descreveu a vítima.  “Ele [agente aggressor] acusou-me de ter tentado fugir sem pagar os 500 kwanzas de dívida, por isso bateu-me”, acrescentou.

Segundo David Changuvo, três agentes policiais haviam exigido, no mesmo controlo, o pagamento da “taxa de extorsão” de 1,000 kwanzas, por volta das 15h00. Por falta de dinheiro e clientes, pediu emprestado 500 kwanzas que entregou aos agentes, com a promessa de, no regresso, efectuar o pagamento do remanescente.

O controlo, montado numa baixa junto ao Rio Kindongo, localiza-se praticamente na mata, enquanto o bairro se situa acima, a umas centenas de metros.

“Eu não vi nada. Não havia sinal nenhum de controlo ou de polícia”, referiu o
motociclista.

Os sobas do bairro, Cambambe e Luhane, acorreram ao local do acidente e responsabilizaram a agente Marisa, que comandava o posto, acompanhada por dois agentes da ordem pública.

“Nós obrigámos a Marisa a evacuar os acidentados. Ela não queria. Obrigámo-la e ela pagou os 2,000 kwanzas a dois motociclistas que levaram, cada um deles, o meu sobrinho David e o outro jovem a Cafunfo”, explicou o soba Luhane ao Maka Angola, por via telefónica.

O Soba Luhane referiu ainda que a agente reguladora do trânsito chamou por reforços ante o descontentamento crescente da comunidade local. Pouco depois apareceu no local uma patrulha policial que, ao ser informada sobre o incidente, ignorou o caso.

Maka Angola conversou, por via telefónica, com a agente Marisa que apresentou uma versão diferente da ocorrência. “A instância superior indicou para montarmos os postos como medida de prevenção. É a negligência dos motociclistas e motoqueiros que os faz cair”.

À pergunta sobre a emboscada e a evacuação dos feridos, a agente disse: “Não sei como ele caiu. Quando há um acidente, o agente tem de socorrer o sinistrado e foi o que o regulador do trânsito fez”.

Entretanto, ao segundo telefonema, a agente Marisa lembrou-se melhor do incidente e disse que o jovem transportava “mais três elementos na motorizada, teve medo de ser parado pela polícia, preferiu romper os cones, um dos cones encravou na perna de um deles e caíram todos”.

“Não vejo onde está a culpa da polícia”, disse a agente.

“É tudo mentira”, reagiram os sobas ao Maka Angola. “Nós também somos do governo e temos de falar a verdade. Como podem quatro pessoas viajar mais de 25 quilómetros na mesma motorizada?”, interrogou-se o soba Luhane.

No mesmo dia, perto das 13h00, David Changuvo foi impedido de prosseguir viagem, de Cafunfo à sede do Cuango, no posto de controlo policial de Katewe. “Tive de pedir emprestado 1,000 kwanzas a um colega, paguei e passei”.

A região do Cuango é mercada pela abundância de diamantes, miséria e desemprego. Todos os actos de sobrevivência por parte dos locais representa sempre um risco elevado diante da arbitrariedade das autoridades locais, das empresas diamantíferas e das empresas privadas de segurança.

Os motociclistas, na região, têm rendimentos médios diários de 2,000 kwanzas e metade vai para os agentes da polícia.

“Vou sobreviver como agora? A motorizada ficou destruída”, lamentou a vítima.

A marginalização, exploração e espoliação das populações nas Lundas não tem equivalente na história de Angola independente. A região é um cativeiro para as comunidades locais, onde os desmandos das autoridades são a lei e a ordem.