quinta-feira, 15 de março de 2018

LUANDA: A Estória Começa Assim...

A ESTÓRIA COMEÇA ASSIM…


A estória começa assim: Era uma vez um João muito bem domesticado, assimilado pelos patrões da corrupção e, depois de muito ter rastejado, conseguiu finalmente um tacho como Ministro da governação.

Por Domingos Kambunji
Há alguns meses decorreu em Luanda uma enorme palhaçada que alguns defensores do socialismo cleptocrático, como é o caso do João, cognominaram de Congresso do MPLA. Nessa palhaçada o “Querido Líder”, Zédu dos Santos, foi eleito com 99.6% dos votos. Não consta que o João, muito bem domesticado e assimilado pelos patrões da corrupção, fizesse parte dos 0.4% que tentaram criticar esse cortejo carnavalesco.
Passados que foram alguns, não muitos, meses a claque de que faz parte o João quer-nos demonstrar que em Angola tudo o que há de mau foi provocado pelo eleito com 99.6% da grande palhaçada.
Ainda não há muitos meses, no tempo dos 99.6%, um grupo de angolanos quis organizar uma manifestação a favor da defesa da democracia e dos direitos humanos. Essa manifestação foi brutalmente reprimida pelos tutores do João defensor do socialismo cleptocrático.
O João defensor do socialismo cleptocrático “vestiu apressadamente a farda do MPLA, apertou os atacadores do sapatos, afivelou o cinto, para não lhe caírem as calças, e veio numa enorme correria para a rua gritar”, numa crónica publicada no Jornal de Angola, órgão da propaganda oficial do socialismo cleptocrático, apresentando-se como “intelectual” defensor de uma contramanifestação, do tipo das que são organizadas pelo Kim Jong-un da “Correia da Morte”.
Há já alguns anos, jovens adultos, Cassule e Camulingue e Ganga, entre muitos outros, foram assassinados, em obediência às “ordens superiores” dos kapangas do governo apoiado pelo João defensor do socialismo cleptocrático. Passados já vários anos, as famílias desses mártires ainda não foram indemnizadas pelos danos causados pelo grupo dos 99.6 %, do qual o João, defensor do socialismo cleptocrático, faz parte. O João mantém-se calado, demasiadamente surdo e mudo, cobarde e cumplicemente indiferente perante uma tão grande injustiça.
Já há algum tempo, não muito, uma criança pobre, o Rufino António, foi assassinada pelos cangaceiros ao serviço do grupo dos 99.6%, quando revelou uma enorme aflição por estarem a derrubar a casa pobre dos seus pais pobres. Passado tanto tempo os criminosos e os patrões dos criminosos continuam em liberdade sem serem julgados. O João mantém-se calado, demasiadamente surdo e mudo, cobarde e cumplicemente indiferente perante uma tão grande injustiça.
Há algum tempo iniciou-se em Portugal o processo para o julgamento de Manuel Vicente, que demonstra sinais exteriores de riqueza impossíveis de adquirir através de uma remuneração honesta na Sonangol, apenas possíveis através do peculato. O João defensor do socialismo cleptocrático “vestiu apressadamente a farda do MPLA, apertou os atacadores do sapatos, afivelou o cinto, para não lhe caírem as calças, e veio numa enorme correria para a rua gritar”, numa crónica, defendendo que os tribunais angolanos são competentes para julgar o potencial corrupto.
O MPLA andou muito atarefado a rascunhar a Lei da Legalização da Roubalheira dos Grandes Ladrões, no tempo dos 99.6%, pomposamente designada por lei do repatriamento de capitais. O João manteve-se calado, demasiadamente surdo e mudo, cobarde e cúmplice perante uma tão grande injustiça nojenta.
No início desta semana estava planeado o início do julgamento do Rafael Marques, por ter desmascarado o “ex-Porcariador Geral da Reipública” em actividades de corrupção. Essa palhaçada foi adiada. O João defensor do socialismo cleptocrático mantém-se calado, demasiadamente surdo e mudo, cobarde e cumplicemente indiferente perante uma tão grande palhaçada.
Anteriormente a estratégia era diferente, era necessário demonstrar que o João, defensor do socialismo cleptocrático, fazia parte do grupo dos 99.6%. Agora a estratégia é tentar demonstrar que não fez parte do grupo dos 99.6% até ao dia em que o novo “Querido Líder” seja eleito, no próximo Congresso da Palhaçada, com 99.999%.

LUANDA: Rafael Marques volta para Julgamento Dia 19

RAFAEL MARQUES REGRESSA 
(PARA “JULGAMENTO”) DIA 19


O julgamento (ver-se-á se merece assim ser chamado) do jornalista angolano Rafael Marques, acusado dos “crimes de injúrias e ultraje a órgão de soberania”, foi reagendado para o dia 19 deste mês, disse hoje fonte ligada ao processo.

Ainformação foi avançada por Horácio Junjuvili, advogado de defesa de Rafael Marques, que deverá ser julgado (ou apenas vítima de mais uma palhaçada em cenário judicial) devido a um artigo publicado em Outubro de 2016, no seu portal de investigação jornalística “Maka Angola”, em que levanta suspeitas de corrupção contra o então Procurador-Geral da República, general João Maria de Sousa.
No artigo, o jornalista e activista denuncia o negócio ilícito, realizado pelo ex-PGR de Angola, envolvendo um terreno de três hectares em Porto Amboim, província do Cuanza Sul, para a construção de um condomínio residencial.
O jornalista disse à imprensa, após um primeiro adiamento do julgamento a pedido da acusação, que vai reafirmar em tribunal “a corrupção do ex-Procurador-Geral da República e provar em tribunal que é corrupto”.
“Como é que eu, tendo denunciado um caso de corrupção, sou acusado de cometer crimes contra a segurança do Estado? Isto é um abuso!”, considerou Rafael Marques. Seria de facto um abuso se, neste como noutros casos, estivessem a falar do verdadeiro Estado de Direito.
Na terça-feira, instado pela Lusa a comentar o processo, João Maria de Sousa disse que pretende ver em tribunal “até onde chega a coragem” do jornalista Rafael Marques, que o acusou de ser corrupto.
“Vamos ver até onde é que chega a coragem, até porque uma coisa são as convicções que determinada pessoa tem e outra coisa é a realidade factual e jurídica relacionada com a questão”, disse o general João Maria de Sousa.
Segundo João Maria de Sousa, o caso tem a ver com a sua intenção de adquirir os direitos de superfície de uma determinada parcela de terreno na província do Cuanza Sul, que “enquanto cidadão, como qualquer outro cidadão, tem direito”.
Não é verdade. Enquanto Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa não é “como qualquer outro cidadão”. O PGR violou o “princípio da dedicação exclusiva” estabelecido pela Constituição angolana e que impediria (de estivéssemos no tal Estado de Direito) que os magistrados judiciais e do MP exerçam outras funções públicas ou privadas, excepto as de docência e de investigação científica de natureza jurídica.
Diz o Artigo 187 (Estatuto) da Constituição no seu ponto 4: “Os magistrados do Ministério Público estão sujeitos às mesmas incompatibilidades e impedimentos dos magistrados judiciais de grau 67 correspondente, usufruindo de estatuto remuneratório adequado à função e à exclusividade do seu exercício.”
A acusação não consegue desmentir que João Maria de Sousa não comprou o tal terreno. O que dizem agora é que ele não pagou os emolumentos e portanto o terreno já não é dele. Esta explicação, constatação ou tese de defesa não altera o âmago do problema. O problema não é se o ex-PGR continuava com o terreno ou não, o problema é que adquiriu o terreno de forma ilegal.
João Maria de Sousa questionou a razão de o jornalista “de repente” lhe atribuir o “título de corrupto, pelo facto de ter requerido aquele espaço”.
O magistrado afirmou que neste processo, que envolve ainda um outro jornalista angolano, Mariano Brás, por ter republicado o mesmo artigo no seu jornal “O Crime”, está apenas a defender o seu bom nome, a sua honra e dignidade.

LUANDA: Milagre" Bispos Voltam a Pensar Pela Própria Cabeça

“MILAGRE”. BISPOS VOLTAM A 
PENSAR PELA PRÓPRIA CABEÇA


Os bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) manifestaram-se hoje indignados com o “quadro deplorável de degradação” da saúde no país, lamentando a “escandalosa e gritante” falta de medicamentos e a “desumanidade endémica” nos hospitais.

Pelos vistos, provavelmente graças à interferência de Jorge Mário Bergoglio que terá metido uma cunha ao Papa Francisco, os bispos voltaram a ter a capacidade de pensar pela própria cabeça e, dessa forma, darem voz a quem a não tem. Milagre? Talvez.
A declaração dos bispos católicos foi hoje feita pelo vice-presidente da CEAST, José Manuel Imbamba, numa conferência de imprensa de balanço da primeira assembleia plenária anual, que decorreu de 8 a 14 de Março, na província do Namibe.
Para a CEAST, que ainda assim (perante o espectro de uma compulsiva “exoneração”) saúda o anúncio do Governo sobre o recrutamento de novos médicos, enfermeiros e outro pessoal para o sector da saúde, o actual quadro sanitário do país abre espaço para “muitos charlatães extorquirem e explorarem os pobres”.
Provavelmente a CEAST não reparou que “muitos charlatães que extorquem e exploram os pobres” integram os mais altos cargos públicos do país, gozando de uma abjecta impunidade e de uma não menos abjecta imunidade.
“Lamentamos ainda a facilidade com que produtos impróprios para o consumo humano entram no país e recomendamos para o efeito maior rapidez na correcção desses males, assim como renovamos o compromisso de manter viva a cooperação através da Cáritas”, disse José Manuel Imbamba.
No comunicado de imprensa, apresentado pelo também porta-voz da CEAST, os bispos angolanos congratularam-se com o levantamento da proibição da extensão do sinal da Rádio Ecclesia, emissora católica de Angola, em todo o país, feito pelo Presidente angolano, João Lourenço.
“E pelos novos anúncios referentes à reforma do projecto de construção da basílica da Muxima e das negociações para o Acordo-quadro entre a República de Angola e a Santa Sé”, adiantou.
Os bispos angolanos encorajam igualmente João Lourenço a “prosseguir no caminho da reforma do Estado”, para que todos os angolanos primem pela dignidade, honra e nobreza de espírito, fazendo com que as assimetrias regionais desapareçam, a cultura da justiça se fazendo se afirme e os bens de todos a todos beneficiem”.
Durante esta primeira assembleia plenária anual, que também serviu para a abertura do jubileu dos 50 anos da CEAST, os bispos católicos procederam ainda à plantação de árvores no deserto do Namibe, com vista a travar a desflorestação naquela localidade.
“E para que a busca desenfreada e egoísta do dinheiro e do lucro fácil não matem a natureza e a biodiversidade. Daí que recomendamos maior vigilância na luta contra os malfeitores do meio ambiente”, argumentou.
Na ocasião, o arcebispo de Saurimo condenou ainda o surgimento estranho pelo país de “ceitas cristãs e anticatólicas” que no seu entender transportam mensagens que constituem em “autênticas e graves ameaças à unidade, harmonia e integridade das famílias”.
“Pelo que, os bispos solicitam e a apelam aos órgãos competentes para que assumam as suas responsabilidades legais a fim de porem cobro nesta situação”, alertou.

Que a voz do Povo seja a voz de Deus

“Muitos governantes que têm grandes carros, numerosas amantes, muita riqueza roubada ao povo, são aparentemente reluzentes mas estão podres por dentro”. Esta foi e é, por muito que nos custe, a realidade do nosso país.
Alguém da CEAST, do Governo, da Assembleia Nacional etc. se recorda, por exemplo, o que D. José de Queirós Alves, arcebispo do Huambo, afirmou em Julho de 2012 na comuna de Chilata, município do Longonjo, a propósito das eleições?
O prelado referiu que o povo angolano tinha muitas soluções para construir uma sociedade feliz e criar um ambiente de liberdade onde cada um devia escolher quem entender.
“Temos de humanizar este tempo das eleições, onde cada um apresenta as suas ideias. Temos de mostrar que somos um povo rico, com muitas soluções para a construção de uma sociedade feliz, criar um ambiente de liberdade. É tempo de riqueza e não de luta ou de murros”, frisou.
”Em Angola, a administração da justiça é muito lenta e os mais pobres continuam a ser os que menos acesso têm aos tribunais”, afirmou em 2009 (nada de substancial mudou até agora), no mais elementar cumprimento do seu dever, D. José de Queirós Alves, em conversa com o então Procurador-Geral da República, general João Maria Moreira de Sousa.
D. José de Queirós Alves admitia também (tudo continua na mesma) que ainda subsiste no país uma mentalidade em que o poder económico se sobrepõe à justiça.
O arcebispo pediu maior esforço dos órgãos de justiça no sentido das pessoas se sentirem cada vez mais defendidas e seguras: “O vosso trabalho é difícil, precisam ter atenção muito grande na solução dos vários problemas de pessoas sem força, mas com razão”.
Importa ainda recordar, a bem dos que não têm força mas têm razão, que numa entrevista ao jornal “O Diabo”, em 21 de Março de 2006 (doze anos depois tudo continua na mesma), D. José de Queirós Alves disse que “o povo vive miseravelmente enquanto o grupo ligado ao poder vive muito, muito bem”.
Nessa mesma entrevista ao Jornalista João Naia, o arcebispo do Huambo considerou a má distribuição das receitas públicas como uma das causas da “situação social muito vulnerável” que se vive Angola.
D. Queirós Alves disse então que, “falta transparência aos políticos na gestão dos fundos” e denunciou que “os que têm contacto com o poder e com os grandes negócios vivem bem”, enquanto a grande massa populacional faz parte da “classe dos miseráveis”.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

LUANDA: Porque Há Perdão Para os Que Roubaram Dinheiro Publico?

Porque há perdão aos que roubaram dinheiro públicos ? - Paulo Alves

Lisboa  - Se Há Perdão para os que Roubaram Dinheiros Públicos Deve Haver Também Perdão Fiscal para as Empresas Nacionais Prejudicadas Pelo Estado em Consequência da Crise Económica ?
Fonte: Club-k.net
Reedição: Planalto de Malanje Rio Capopa-Blog Cidadania
Porque não Perdão Fiscal para as Empresas Nacionais Prejudicadas?
A pretensão do Estado Angolano perdoar os prevaricadores que se apoderaram indevidamente de dinheiros públicos e os transferiram para o estrangeiro, caso repatriem voluntariamente estes capitais para o país, é discriminatória na perspectiva fiscal. Ao menos que, concorrentemente, o Estado promova um perdão fiscal aos contribuintes, que no decurso das suas operações, como consequência do ambiente macroeconómico muito pouco favorável aos negócios caíram em incumprimentos fiscais.

Pois bem, se o Estado está disposto a perdoar quem roubou o dinheiro dos angolanos, depois fraudulentamente o transferiu para o estrangeiro, sem pagar os impostos correspondentes, como se pode entender o Estado não perdoar as empresas que empurrou para o descalabro? Parece contra-senso exigir um segundo perdão fiscal, num momento particularmente difícil das contas públicas. Mas, face ao perdão anunciado, é justo que o Estado reveja a situação dos empreendedores nacionais, que se debatem com enormes dificuldades, muitas delas, precipitadas pelas políticas económicas, pouco conseguidas, do Estado. 
Ao longo destes últimos 4 anos, o Estado Angolano não pagou aos fornecedores e prestadores de serviços, tendo acumulado avultadas somas em dívida. Face ao avolumar da mesma e incapacidade de a liquidar, o Estado Angolano decidiu paga-la através de títulos da dívida pública (obrigações de Tesouro), cujas datas de maturidade rondam os 2 à 7 anos. Em muitos casos a dívida liquidada foi contraída há 5 anos, quando um dólar americano valia 98 Kwanzas, passados 4 anos, com a desvalorização da moeda nacional, o Estado arrogantemente, impôs o seu poder de império, não aceitando a actualização das dívidas, empurrando os credores para uma situação muito difícil. Muitas dessas empresas estão hoje numa situação de falência técnica.

Os decisores de política económica em Angola terão que compreender que a economia é uma engrenagem que deve funcionar de forma compassada, é como uma orquestra, todos têm que dominar as notas musicais. Numa transacção comercial, a despesa de um agente é receita do outro, ao mesmo tempo, o passivo de um é activo de outro. Quando um dos agentes deixa de honrar o seu compromisso, interrompe o ciclo das transacções e bloqueia todo processo. A economia é no fundo a multiplicidade destas transacções. O Estado ao ter falhado o pagamento das suas obrigações às empresas, interrompeu o ciclo das transacções, desembocando num efeito contágio, que estrangula a economia nacional.

Assim, em Angola, o Estado foi responsável pela morte de milhares de empresas que investiram os seus parcos recursos nos contratos livremente estabelecidos entre agentes económicos, pois o Estado, é também um agente económico. A cadeia de contágio directa e indirecta é enorme. Tem, por conseguinte, o Estado a obrigação moral de viabilizar estas empresas, concedendo um perdão fiscal, antes de perdoar aqueles que de forma dolosa, aproveitaram-se dos cargos que ocupam ou ocuparam no aparelho administrativo do estado e transferiam milhões para o estrangeiro.

Disse recentemente um comentarista, com quem, estou plenamente de acordo: os actos de corrupção cometidos em Angola, não requerem inteligência especial, são feitos as claras. Os nossos endinheirados, usando o termo do escritor Moçambicano Mia Couto, abocanharam as fortunas as claras, se os órgãos competentes da administração da justiça tivessem o mínimo interesse, já teriam enjaulado centenas, assim salvássemos o país da hecatombe em que se encontra.

Nesta conformidade, descordo com a afirmação do Presidente da República, quando afirma que não se trata de uma cruzada contra os ricos do país! É que em Angola temos, de facto, muito poucos ricos. Seguindo a linha de pensamento de Mia Couto, “Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro, dá emprego”. Já o Endinheirado, segundo ainda Mia Couto, é quem simplesmente tem dinheiro. Ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele. A verdade é esta: são demasiado pobres os nossos “ricos” (…).

Angola tem muitos endinheirados, que acumularam fortunas através de esquemas, aproveitamentos, ou até mesmo apropriação de fundos públicos! Terão estes um tratamento diferenciado do que aqueles que foram empurrados na situação de incumprimentos fiscais por culpa do próprio Estado?

Entre os vários aspectos que o novo Governo, liderado pelo Presidente João Lourenço, deve priorizar é melhorar o cultivo da seriedade do agente económico Estado, para sementar a confiança, condição sine quanone, para a redinamização das relações comerciais entre os agentes económicos, profundamente abaladas por incumprimentos por parte do Estado. O contrato e a propriedade de bens são os sustentáculos da economia capitalista. Portanto, o desrespeito dos contratos por parte do Estado induziu uma disrupção total na engrenagem do funcionamento da economia. Por conseguinte, se há clemência para os que roubaram dinheiro, deve haver também perdão fiscal no período em referência para as empresas. Se é para recomeçar, deve o Estado também olhar para aqueles que prejudicou.

MOXICO/ANGOLA: Padre Denuncia Trafico de Orgãos Humanos na Província do Moxico

Padre denuncia tráfico de órgãos humanos nos municípios fronteiriços do Moxico

Fonte: Angop
Reedicão: Planalto de Malanje Rio Capopa - Blog CidadaniaO sacerdote explicou que a acção envolve indivíduos estrangeiros ainda não identificados, que se aproveitam da insegurança da vasta fronteira terreste e fluvial que a província reparte com países como a Zâmbia e o Congo Democrático, estimada em mil e 77 quilómetros.
Sem avançar os números de casos registados, informou que os supostos criminosos beneficiam da fraqueza originada por pobreza que afecta os cidadãos nacionais, usando métodos de sedução e extirpam os seus órgãos vitais e sexuais  para fins comerciais.
Por seu turno, o funcionário público, Gil Mucuma Wilson, 58 anos de idade, confirmou ter relato de dois casos em que foram vítimas mulheres em Dezembro último, sendo o primeiro ocorrido no bairro Tchinuque e outro na missão de São Bento, cinco quilómetros a oeste da sede municipal do Alto – Zambeze (Cazombo).
Explicou que neste momento alguns agricultores, principalmente mulheres, deixaram de ir às lavras, por suspeitaram ser agredidas.   
O interlocutor que reside há 16 anos em Cazombo fez saber que os familiares das vítimas haviam encaminhado os casos às autoridades policiais da circunscrição e que até a presente data aguardam pelo esclarecimento da veracidade dos factos.
A Angop contactou a Polícia Nacional, no Moxico, a propósito desta denúncia e não confirmou os factos. Porém, o seu porta-voz, Alberto Pacheco, esclareceu que para aferir tais informações, a corporação fez deslocar, o ano passado, uma equipa multisectorial ao município do Alto – Zambeze sem, contudo, encontrar “evidências claras" sobre a matéria.
De acordo com a fonte policial, presume-se que se trate de "actos criminosos" motivados por questões passionais cometidos por alguns elementos da população.

LUANDA: Burla do BESA: Refutação da Resposta da FBL

BURLA DO BESA: REFUTAÇÃO DA RESPOSTA DA FBL


resposta da FBL ao artigo A burla de meio bilião de dólares do Espírito Santo em Angola” foi por nós recebida com toda atenção (e publicada, conforme legislação sobre direito de resposta), merecendo-nos os comentários que se seguem.
Esta sociedade de advogados confirma que participou no negócio abordado no dito artigo, mas alega que apenas o fez como prestadora de serviços a clientes, afirmando não ter conhecimento de qualquer plano para defraudar o BESA.
Ainda de acordo com a resposta ao nosso artigo, a sociedade não terá sido devidamente contactada pelo jornalista Rafael Marques com questões relativas ao negócio.
Em relação aos contactos com a sociedade de advogados, Rafael Marques enviou um questionário ao administrador da sociedade, através do seu WhatsApp, mas não obteve resposta. Falou telefonicamente com a secretária da FBL, bem como com a sócia-fundadora, Paulette Lopes, a quem encaminhou novamente, por sugestão desta, o questionário através do seu endereço de email, para que o fizesse chegar a Fernando Faria de Bastos, mas de novo não obteve qualquer resposta. Da parte da FBL, não houve sequer o cuidado de confirmar recepção do e-mail.
A questão mais grave, porém, é que a sociedade afirma que apenas prestou serviços a clientes, entre os quais a constituição das sociedades beneficiárias dos empréstimos fraudulentos do BESA.
O facto de a sociedade estar a prestar um serviço não a exime de qualquer responsabilidade. Desde, pelo menos, a Lei n.º 12/10 de 9 de Julho, antiga Lei de Combate ao Branqueamento de Capitais, os advogados estão sujeitos a uma série de regras de due diligence e de prudência quando efectuam serviços para os seus clientes. Essas normas obrigam a especiais cuidados quando se constituem sociedades de fachada, quando se lida com pessoas politicamente expostas ou se intervém em operações de elevado valor.
Ora, no caso vertente, a sociedade de advogados não se limitou a constituir sociedades de fachada por mando dos seus clientes; os advogados da sociedade ficaram sócios e gerentes das sociedades e agiram em nome delas, tendo obtido os empréstimos referidos. Os pedidos de financiamento das cinco empresas, cujas garantias estão sobrevalorizadas e são manifestamente inferiores aos valores mutuados, estão assinados pelo administrador único da FBL, o advogado José Fernando Faria de Bastos.
Portanto, não temos um mero serviço de preparação da constituição de uma sociedade, mas uma actividade continuada e estruturada de decisão dos advogados referidos em várias sociedades. Se são pedidos empréstimos, sabe-se para o que servem, quais os fundamentos e necessidades, e quais os movimentos financeiros subjacentes e subsequentes. E, se não se sabe, devia saber-se.
Os deveres deontológicos dos advogados ligados às exigências legais relativas ao branqueamento de capitais nunca – sublinha-se, nunca – lhes permitem dizer que constituem uma sociedade e obtêm milhões de um banco, desenvolvendo toda a actividade por conta de um cliente, desconhecendo os seus desideratos. A lei não permite tais afirmações e comportamentos.
Não há defesa possível para os advogados da FBL, que, na nossa opinião, serão co-autores, em conluio com os seus clientes, dos crimes de burla e branqueamento de capitais.

LUANDA: Burla do BESA: Direito de Resposta da FBL

BURLA DO BESA: DIREITO DE RESPOSTA DA FBL


O artigo publicado no Maka Angola intitulado “A burla de meio bilião de dólares do Espírito Santo em Angola” tem gerado múltiplas reacções.
A última chegou-nos da sociedade de advogados FBL, liderada por Fernando Faria de Bastos.
Apesar das múltiplas tentativas de contacto para que nos enviassem a resposta em formato devidamente editável neste portal, não obtivemos resposta, pelo que nos vemos forçados a publicá-la em formato de imagem: