sábado, 16 de novembro de 2013

BERNA: Tina Turner Renuncia Formalmente á Cidadania Americana

TINA TURNER RENUNCIA FORMALMENTE Á CIDADANIA AMERICANA
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
A cantora Tina Turner, que mora na Suíça há 20 anos, entrou com um pedido formal para abrir mão da cidadania americana, segundo informações da embaixada dos EUA em Berna reveladas pelo Washington Post.

Num comunicado intitulado “Lenda do soul renuncia à cidadania americana”, a representação diplomática informa que “Tina Turner, antiga residente da Suíça”, esteve na embaixada no dia 24 de outubro para assinar a sua “declaração voluntária de renúncia da cidadania americana”.

Turner, nascida Anna Mae Bullock, completará 74 anos no próximo dia 26 de novembro. Ela mora no Château Algonquin, às margens do Lago Zurique, desde 1994, e se tornou cidadã suíça em 10 de julho. No mesmo mês, ela se casou com o produtor musical Erwin Bach, seu namorado há 27 anos.

Para se tornar cidadã suíça, ela fez uma prova de fluência em alemão e conhecimentos de história local pela qual teria passado “com facilidade”. Tina Turner declarou ainda não ter mais laços com os EUA, “a não ser pela família e não tem planos de morar no país no futuro”.

MAPUTO/LISBOA: Eleições: Policia lança gaz lacrimogênio para dispersar membros do MDM em campanha para favorecer a FRELIMO da ladrão corrupto Armando Guebuzza

Moçambique/eleições: Polícia lança gás lacrimogênio para dispersar membros do MDM em campanha


Fonte: TSF
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa

14/11/2013

A polícia antimotim lançou hoje gás lacrimogêneo contra uma multidão do MDM, concentrada para um comício de Daviz Simango, presidente do partido e autarca da Beira, no bairro da Munhava, Sofala, centro de Moçambique, disseram à Lusa várias fontes.
«No exato momento em que entrava Daviz Simango, a FIR (Força de Intervenção Rápida) começou a lançar gás lacrimogéneo e a disparar. As pessoas fugiram em debandada e virou uma confusão», explicou à Lusa ao telefone um morador, enquanto se ouviam disparos no fundo.
«Está um caos. São muitas pessoas caídas e outras fugindo. Os tiros ainda não cessaram e duram quase há meia hora desde as 16:00 (14:00horas de Lisboa)», descreveu Abel Castigo, residente da Munhava.
«Há muita gente estatelada no chão por ter inalado o gás. A polícia continua a disparar e não se sabe ao certo o que gerou a confusão na chegada do Deviz Simango ao local do comício para merecer esta ação policial», contou à Lusa um jornalista local.
O bairro da Munhava, bastião do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), tinha sido o local escolhido para o comício de encerramento da campanha, para as eleições de 20 de novembro, da terceira força parlamentar moçambicana.
Ainda não existem dados sobre os danos provocados pela ação policial.

RIO DE JANEIRO: Condenado no chamado caso mensalão no Brasil foge e deixa carta explicando as razões dque o levaram a fugir para Itália, Pizzolato diz ter ido á Itália em busca se novo julgamento

Em carta, Pizzolato diz ter ido à Itália em busca de novo julgamento

Fonte: Folha de São Paulo
Divulgação: Planalto de Malanje Rio capôpa

 
DO RIO
O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato diz ter fugido para a Itália em busca de uma chance de conseguir um novo julgamento. Ele foi o único da lista dos 12 condenados no mensalão que tiveram a prisão decretada a não se entregar à polícia.
No texto, distribuído pelo seu advogado, Marthius Sávio Cavalcante Lobato, neste sábado, ele classifica o julgamento brasileiro como de exceção, "cercado de motivações político-eleitorais".
"Por não vislumbrar a minha chance de ter um julgamento afastado de motivações político-eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente, fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um Tribunal".
Na última quarta (13), os ministros do STF rejeitaram por unanimidade recurso apresentado pelo ex-diretor do Banco do Brasil. Com isso, ficou mantida a pena de 12 anos e sete meses de prisão em regime fechado estabelecida pela Corte no ano passado pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
*
Leia a íntegra da carta de Pizzolato
NOTA PÚBLICA
Minha vida foi moldada pelo princípio da solidariedade que aprendi muito jovem quando convivi com os franciscanos e essa base sólida sempre norteou meus caminhos.
Nos últimos anos, minha vida foi devassada e não existe nenhuma contradição em tudo o que declarei seja em juízo ou nos eventos públicos que estão disponíveis na internet.
Em meados de 2012, exercendo meu livre direito de ir e vir, eu me encontrava no exterior acompanhando parente enfermo quando fui, mais uma vez, desrespeitado por setores da imprensa.
Após a condenação decidida em agosto, retornei ao Brasil para votar nas eleições municipais e tinha a convicção de que no recurso eu teria êxito, pois existe farta documentação a comprovar minha inocência.
Qualquer pessoa que leia os documentos existentes no processo constata o que afirmo.
Mesmo com intensa divulgação pela imprensa alternativa --aqui destaco as diversas edições da revista Retrato do Brasil-- e por toda a internet, foi como se não existissem tais documentos, pois ficou evidente que a base de toda a ação penal tem como pilar, ou viga mestra, exatamente o dinheiro da empresa privada Visanet.
Fui necessário para que o enredo fizesse sentido. A mentira do "dinheiro público" para condenar... Todos. Réus, partido, ideias, ideologia.
Minha decepção com a conduta agressiva daquele que deveria pugnar pela mais exemplar isenção, é hoje motivo de repulsa por todos que passaram a conhecer o impedimento que preconiza a Corte Interamericana de Direitos Humanos ao estabelecer a vedação de que um mesmo juiz atue em todas as fases de um processo, a investigação, a aceitação e o julgamento, posto a influência negativa que contamina a postura daquele que julgará.
Sem esquecer o legítimo direito moderno de qualquer cidadão em ter garantido o recurso a uma corte diferente, o que me foi inapelavelmente negado.
Até desmembraram em inquéritos paralelos, sigilosos, para encobrir documentos, laudos e perícias que comprovam minha inocência, o que impediu minha defesa de atuar na plenitude das garantias constitucionais. E o cúmulo foi utilizarem contra mim um testemunho inidôneo.
Por não vislumbrar a minha chance de ter um julgamento afastado de motivações político-eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente, fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um Tribunal que não se submete às imposições da mídia empresarial, como está consagrado no tratado de extradição Brasil e Itália.
Agradeço com muita emoção a todos e todas que se empenharam com enorme sentimento de solidariedade cívica na defesa de minha inocência, motivados em garantir o estado democrático de direito que a mim foi sumariamente negado.
Henrique Pizzolato

BISSAU: Crianças guineenses salvas da mendicidade e da prostituição

Crianças guineenses salvas da mendicidade e prostituição

Todos os anos mais de 2.000 crianças são tiradas à força às suas famílias pelas escolas corânicas.

TAMANHO DAS LETRAS
 
Fonte: Lassana Casamá
VOA
Divulgação: Radz Balumuka
Planalto De Malanje Rio Capôpa
As autoridades da Guiné-Bissau recuperaram seis dezenas de crianças que estavam a ser transportadas ilegalmente para a vizinha Gâmbia.

A operação decorreu em Buba, no sul do país, a cerca de 200 Km de Bissau.

A Guiné-Bissau é um dos países referenciados recentemente por tráfico de pessoas num relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Crianças levadas para escolas corânicas são usadas em trabalhos forçados e na prostituição.

O relatório cita dados da UNICEF para dizer que todos os anos mais de 2.000 crianças são tiradas à força às suas famílias pelas escolas corânicas.

Essas crianças são maltratadas e obrigadas a pedir nas ruas para os seus professores no Senegal, no Mali e na Guiné Equatorial.

Um estudo feito há dois anos indica que só em Dacar há 2.500 crianças guineenses a pedir nas ruas.

WINDHOEK: Dhlakama não constitui perigo para as FADM EMG de Moçambique

“Dhlakama não constitui perigo para as FADM” EMG de Moçambique

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Graça Tomás Chongo, Chefe do Estado-Maior General, em Grande EntrevistaGraça Tomás Chongo, Chefe do Estado-Maior General, em Grande Entrevista
Windhoek- O Chefe de Estado-Maior General das forças Armadas de Moçambique, Major General Graça Tomás Chongo diz que Afonso Dhlakama não o preocupa e nega que haja discriminação de elementos da Renamo nas FADM. Graça Chongo diz ainda que o seu efectivo está à altura dos desafios actuais e minimiza a polémica na zona military. Uma das nossas obrigações é fazer com que estes jovens entendam a necessidade, entendam o dever de estar nas Forças Armadas. A defesa da pátria não é coisa fácil”.
Angola24horas: Foi empossado há cerca de três meses para o cargo de Chefe do Estado-Maior General. Qual é o seu maior desafio na liderança das Forças Armadas?
Major General Graça Tomás Chongo - Cumprir todas as orientações que o Governo me transmitiu. E sinto que vou cumprir.
Angola24horas: Como encontrou o seu efectivo quando assumiu a liderança?
Major General Graça Tomás Chongo - Faço parte das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, há bastante tempo, e não encontrei novidade nenhuma. Para nós, as mudanças são muito mais para dar a melhor continuidade. Isto significa que é preocupação minha dar essa boa continuidade.
Angola24horas: Qual é o modelo de recrutamento e de formação a todos os níveis nas Forças Armadas?
Major General Graça Tomás Chongo -Quem faz o recrutamento é o Governo. As Forças Armadas recebem o efectivo já recrutado. A formação subordina-se ao Estado-Maior General. Tem sido uma grande preocupação nossa formar a juventude em várias áreas. Isso significa formar especialistas de acordo com a especialização de hoje.
Angola24horas: Olhando para a Academia Militar, quais são os horizontes que As FADM colocam como desafio nesta academia?
Major General Graça Tomás Chongo -Temos certos estabelecimentos de ensino a nível das Forças Ar­madas. Começamos a nossa formação no Centro de Sargentos. Temos a academia que forma jovens oficiais das forças armadas em todas as especialidades que são prioritárias neste momento. Transformamos aquele sargento em oficial jovem. São esses jovens que devem garantir a continuidade daqueles velhos. Temos o instituto, onde qualificamos o conhecimento dos antigos sargentos. Na verdade, acrescentam os seus conhecimentos em diferentes áreas científicas da sociedade. Todavia, esses estabelecimentos são complementados pelos centros de especialização.
A vida militar é completamen­te diferente da vida civil. Nos últimos anos, tem-se notado a existência de muitos jovens a aderir às Forças Armadas. Estes jovens chegam com real noção do que é fazer parte do exército? Qual é o principal desafio que as Forças Armadas têm para fazer
Angola24horas: compreender aos jovens que entram para uma nova vida onde se cumprem ordens?
Major General Graça Tomás Chongo -É difícil, mas não podemos dizer que eles vêm sabendo que a vida é difícil. Eles vêm para aprender. Uma das nossas obrigações é fazer com que estes jovens entendam a necessidade, entendam o dever de estar nas Forças Armadas. A defesa da pátria não é coisa fácil. Que eles tomem isso como uma necessidade e um dos valores que os cidadãos moçambicanos têm. Nas Forças Armadas, temos aquela área a que chamamos educação cívica patriótica, onde educamos o cidadão. Ensinamos o que é ser moçambicano, o que é a defesa da pátria, o que é a nação, quando é que o cidadão deve contribuir. A partir desse momento, os jovens começam a perceber que não é fácil. Por isso, depois de muito treino e formação, enquadram-se com muita facilidade.
Angola24horas: FADM?
Major General Graça Tomás Chongo  -Há desertores, sim. Nós temos que entender que nas Forças Ar­madas temos aquilo a que cha­mamos disciplina militar e que ela muitas vezes é violada. Temos, igualmente, actos criminais e um dos actos criminais é a deserção. Isso significa que todos os que desertam das Forças Armadas estão a cometer crimes. A nossa lei é bem clara, o desertor é um criminoso.
Um dos aspectos mais inquietantes e, ao mesmo tempo, constitui um tabu é a existência nas forças armadas de outras raças. Sendo este um país multirracial, por que as outras raças não estão nas Forças Armadas?
(risos) O recrutamento para a vida militar não depende das Forças Armadas. Depende do Governo. Agora, quem vai para as Forças Armadas é bem rece­bido. Quando vamos a uma pe­quena unidade, não vemos um branco, mas noutras unidades encontramos brancos. Nós te­mos alguns brancos. Fazer parte das Forças Armadas é um de­ver de todos os moçambicanos. Mas os moçambicanos sabem que não há discriminação racial nas Forças Armadas.
Angola24horas: Temos um  membro das Forças Armadas que seja moçam­bicano de origem asiática?
Major General Graça Tomás Chongo -Temos. São poucos moçambicanos de origem asiática, por­que o facto de estar em Moçam­bique não significa ser moçam­bicano.  Ainda faz sentido ter quartéis dentro da cidade? Não é chega­da a hora do reposicionamento das infra-estruturas militares?
O Governo dirige a socieda­de.  As Forças Armadas ocupa­ram algumas infra-estruturas deixadas pelas Forças Armadas portuguesas. Algumas não esta­vam dentro da cidade, só que a cidade cresce é preciso que haja prioridades. Eu não gostaria de responder por que não constru­ímos o quartel fora da cidade. O quartel não se constrói de um dia para o outro. O quartel é pa­trimónio do Estado e ele é que o controla. As Forças Armadas podem ter vontade de ficar no mato, nas tendas, mas estas ten­das não vão ficar muito tempo.
Angola24horas:  As FADM estão em sintonia com o plano de restruturação da zona militar?
Major General Graça Tomás Chongo -As Forças Armadas não estão muito preocupadas com as infra­-estruturas que o Estado lhes en­tregou. Se disserem que as Forças Armadas devem sair da zona militar, vão sair. As FADM não preci­sam exigir ao Governo para sair ou não sair. As FADM cumprem as orientações do Governo. A zona militar constitui património do Estado e as pessoas que moram lá não podem vender aquele terri­tório, uma vez que não diz respei­to às Forças Armadas, mas, sim, a todo o património do Estado.
Angola24horas: Guiné-Bissau é um dos países onde o poder militar se sobre­põe ao poder político. E, exem­plo disso são os constantes gol­pes de Estado. No nosso país, qual é a relação entre a ala mili­tar e o braço político?
Major General Graça Tomás Chongo -As FADM subordinam-se ao poder político. Não gostaria de relacionar as FADM com as for­ças armadas guineenses. Temos os nossos princípios, sabemos o que fazemos, toda a orienta­ção está muito bem clara. Nós temos uma cooperação bilate­ral e multilateral com a Guiné­-Bissau
Entrevista conduzida por: Temba Museta, jornalista angolano, residente em Windhoek- Namíbia

LISBOA: PGR instaura inquérito disciplinar a procurador que arquivou caso de Manuel Vicente em portugal

PGR instaura inquérito disciplinar a procurador que arquivou caso de Manuel Vicente

Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
Decisão foi anunciada esta sexta-feira pela Procuradora-Geral da República.Decisão foi anunciada esta sexta-feira pela Procuradora-Geral da República.
A Procuradoria Geral da República decidiu instaurar um inquérito disciplinar por causa das considerações «de natureza subjetiva» feitas pelo procurador responsável pelo caso que envolvia o vice-presidente angolano.
De acordo com uma nota da PGR, no despacho de arquivamento do processo relativo ao vice-presidente angolano, Manuel Domingos Vicente, a Francisco Higino Lopes Carneiro e "Portmill - Investimentos e Telecomunicações, S.A.", constam "considerações de natureza subjectiva que em nada se relacionam com a apreciação e a ponderação técnico-jurídica da matéria objecto dos autos".
Diz ainda a PGR que as considerações que fundamentam as decisões "devem obedecer a rigorosos critérios de objectividade e legalidade, com integral respeito pelos princípios constitucionais da separação de poderes". "Tais considerações são susceptíveis de integrar eventuais infracções de natureza disciplinar. Pelo que, a Procuradora-Geral da República decidiu determinar a instauração de inquérito, comunicando ao Conselho Superior do Ministério Público", adianta.
No despacho, com data de 11 de Novembro e a que a agência Lusa teve acesso, o procurador Paulo Gonçalves destaca ao longo das 12 páginas do documento a importância do cargo do vice-Presidente Manuel Vicente.
"A circunstância objectiva do requerente ser vice-Presidente da República de Angola constitui uma desigualdade, uma diferença, relativamente a outros cidadãos que, como é manifesto, justifica e fundamenta, por um critério de justiça e bom senso, atenta a prossecução do interesse nacional português a que a Justiça não deve ser alheia, um tratamento distinto", escreveu.
O "tratamento distinto" a que se refere o procurador resulta do requerimento apresentado por Manuel Vicente para a separação do seu processo daquele que foi aberto na sequência de uma queixa de Adriano Parreira, ex-embaixador de Angola.
A averiguação preventiva resultante da queixa de Adriano Parreira assenta em alegadas transacções financeiras em bancos e instituições financeiras portuguesas.
Além de Manuel Vicente, o procurador decidiu arquivar os autos que corriam do mesmo processo contra Higino Carneiro, actual governador da província angolana do Cuando Cubango, e a Portmill, empresa de investimentos e telecomunicações.
Paulo Gonçalves abordou ainda no seu despacho de arquivamento as relações entre a imprensa e a justiça, considerando que "o interesse dos media pela justiça é natural e são numa sociedade democrática em que uma imprensa livre é também sinónimo de fiscalização da actuação dos outros três poderes soberanos". Nesse sentido, considerou caber aos magistrados "saber conviver com este fenómeno de modos reservado mas atento (...) sem ceder a quaisquer pressões que o desviem do cumprimento da lei".
E, no plano das relações luso-angolanas, Paulo Gonçalves diz ser "inaceitável, senão mesmo incompreensível" que perante "a diária degradação das relações entre os dois países em consequência de falsidades publicadas na imprensa portuguesa (...) se deixe continuar o nome do requerente, de outros governantes angolanos e da própria República de Angola, na fogueira mediática".
De acordo com a nota da PGR, a instauração do inquérito de natureza disciplinar ao procurador Paulo Gonçalves não coloca em causa o sentido da decisão do despacho de arquivamento, "só susceptível de impugnação nos termos do Código de Processo Penal".
Contactada pela Lusa na cerimónia dos 25 anos do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), a procuradora-geral da república, Joana Marques Vidal, não quis prestar mais declarações sobre o assunto.
Jornal de Negócios - Portugal

LUANDA: Angola tem um governo praticamente tomado por ladrões

"Angola tem um Governo praticamente tomado e gerido por ladrões," dispara Rafael Marques

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"Ninguém pode aspirar a uma vida melhor em Angola sem ser corrupto," afirma Rafael Marques"Ninguém pode aspirar a uma vida melhor em Angola sem ser corrupto," afirma Rafael Marques
"Os diamantes angolanos estão a beneficiar diretamente a família presidencial e não os cofres do Estado," denuncia o ativista angolano Rafael Marques. Falou à DW África sobre a sua luta conta a corrupção em Angola
"Angola tem um Governo praticamente tomado e gerido por ladrões," dispara Rafael Marques
"Os diamantes angolanos estão a beneficiar diretamente a família presidencial e não os cofres do Estado," denuncia o ativista angolano Rafael Marques. Falou à DW África sobre a sua luta conta a corrupção em Angola.
DW África: Rafael Marques, o que viu na cadeia de Viana, quando esteve preso, em 1999?
Rafael Marques: Denunciei uma situação na CNN [uma emissora de TV dos EUA], na altura, que levou ao encerramento temporário da cadeia de Viana. Era a chamada Cela dos Judeus. Nesta cela, morriam diariamente entre um e dois presos. Estavam todos em estado esquelético. Os detidos que não tinham familiares para alimentá-los acabavam praticamente por morrer à fome e com outras doenças.
DW África:Depois passou a denunciar as violações dos direitos humanos. Que outros casos eram constantes na cadeia?
RM:Um indivíduo, que tinha sido procurador-geral adjunto numa província mandou prender um capitão das Forças Armadas que matou um colega. Mas o colega era proveniente da UNITA [o maior partido da oposição, em Angola]. O exército e as autoridades locais de segurança acharam que o procurador tinha cometido um ato de traição. Ele se encontrava ali na cadeia há nove meses e foi porque ele me contou a sua história e fiz sair a informação que ele, passado algum tempo, foi libertado.
DW África:Foi nesta época que passou a ser chamado de ativista dos direitos humanos em Angola, Rafael Marques?
RM:Essas situações que fui vivendo na cadeia – o estado miserável, desumano praticamente, que persiste até hoje nas cadeias angolanas – que me levaram a orientar a minha ação também para a defesa daqueles que de fato estavam completamente ignorados e a morrer por total negligência e abuso por parte das autoridades.
DW África:Em Berlim, você recebeu o Prémio Integridade, que dedicou ao jovem angolano Nito Alves, preso, por supostamente ter chamado o mesmo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, de ditador. Como você avalia o que se passou com Nito Alves?
RM:Esta juventude não quer dividir os recursos. Tem uma outra visão. O Nito Alves é o símbolo. Este nome se tornou um pesadelo para o regime que sempre conseguiu por de lado a situação do Maio [os massacres do ano de 1977], porque nunca esclareceu essas mortes de milhares de pessoas. Soube que estavam a fazer investigações para ver como ele adquiriu este nome e se eventualmente até podiam retirar-lhe o nome ou ser preso e condenado pelo nome. É insano!
DW África:Teve conhecimento dos bastidores da prisão do jovem?
RM:As condições, as ameaças de morte que ele recebia constantemente dos guardas prisionais e de outros indivíduos que o iam visitar por parte da segurança. E também recebi outras mensagens posteriores sobre como ele também estava a ser coagido a pedir desculpas ao Presidente publicamente, o que ele já disse que não fará. Mas o fundamental é o seu espírito de resistência.
DW África: Vamos agora falar um pouco sobre as pepitas angolanas. Continuam as investigações do caso Diamantes de Sangue em Angola?
RM:Estou a investigar um esquema de desvio dos diamantes de Angola pela família presidencial. No ano passado, um consórcio entre a empresa estatal de comercialização de diamantes, SODIAM [Sociedade de Comercialização de Diamantes de Angola], e o genro do Presidente da República, Sindika Dokolo, compraram 72% das ações da joalheria da empresa "De Grisogono", que faz as jóias para as celebridades de Hollywood. Este negócio não envolveu um centavo da família presidencial, é em troca de diamantes angolanos.
DW África:E o que você pretende provar?
RM:Temos aqui um processo em que os diamantes angolanos estão a beneficiar diretamente a família presidencial e não os cofres do Estado. Tenho acesso aos documentos que provam de fato mais um ato ilícito por parte do Presidente da República.
DW África:Como pretende trazer essa denúncia à tona, concretamente?
RM:Vou escrever um texto e apresentar ao Ministério Público (MP), com as provas existentes para ver o que o MP pode decidir. Em princípio, o MP também já decidiu nas queixas anteriores que os governantes podem saquear o país como bem entendem desde que não apareçam diretamente a gerir o saque.
DW África: E mesmo sem essa perspectiva de mudanças diante das denúncias, Rafael Marques continua empenhado?
RM:O que é fundamental nisso não é mudar o comportamento da ditadura e dos corruptos, é mudar a consciência da sociedade. Porque quando a sociedade perceber o nível de criminalidade dos seus governantes, estes não terão outra hipótese senão fugir do país ou serem presos. Transformaram a corrupção numa instituição. Ninguém pode aspirar a uma vida melhor em Angola sem ser corrupto e é essa mentalidade que é preciso mudar. É um Governo praticamente tomado e gerido por ladrões.
DW África:Sobre os 11 processos que atualmente pairam contra você, como isso lhe afeta moralmente e psicologicamente?
RM: Não, não me afeta. Antes pelo contrário, encoraja-me.
DW África:Você não tem medo, Rafael Marques, de um dia ficar esquecido numa cadeia, mesmo sem ter praticado um crime?
RM:Já estive preso, já fui emboscado, já fui raptado. Já passei por muitas peripécias com as autoridades e cabe a cada um de nós, como cidadãos, lutar por um país melhor. E para mudar isso é preciso ter, não diria coragem, mas é preciso convicção do que estamos a fazer e um certo elemento de entrega.
DW África:Está preparado para a maratona judicial que tem pela frente?
RM: Estou de consciência tranquila. Investiguei com rigor. Tenho as provas documentais de tudo aquilo que denunciei. Tenho as testemunhas. Tenho declarantes, alguns dos quais a Procuradoria-Geral da República recusou-se a ouvir. Estou preparado para ir a tribunal. Já fui a tribunal num caso em que o Presidente da República intentou contra mim e não me permitiu apresentar provas em tribunal. Logo, estou de consciência tranquila.
DW África: Houve denúncias recentes, vindas do Brasil, contra o general angolano Bento dos Santos Kangamba, sobrinho do Presidente José Eduardo dos Santos. Kangamba é acusado pelas autoridades brasileiras de ser o chefe da quadrilha que traficava mulheres do Brasil para prostituição em Angola, África do Sul, Portugal e Áustria. A denúncia surpreende?
RM:Todos aqueles que conhecem o general Bento Kangamba sabem que é um indivíduo da pior espécie. É um indivíduo sinistro e tem todo o tipo de negócios obscuros, porque não se lhe conhece uma empresa legítima que dê rendimentos para ele sustentar um bar. Então, como aparece com milhões de dólares? De onde sai o dinheiro? Então, não foi uma surpresa. Tardou, essa denúncia.
DW África:Acredita que será possível levar o general Bento dos Santos Kangamba a responder à acusação perante um tribunal e assim esclarecer o caso e se fazer justiça?
RM:A justiça maior que foi feita, é a justiça pública, que os cidadãos angolanos estão conscientes de que este indivíduo, que faz parte da família presidencial, é um gangster, é um criminoso. E ele tem sido, durante alguns anos, o chefe da milícia que tem estado a aterrorizar os jovens manifestantes.
DW África:E como acha que tem sido ou que será o reflexo dessas acusações dentro do próprio exército angolano?
RM:Tem havido muito descontentamento ao nível do exército porque o exército hoje se tornou num caldeirão de corrupção, onde grande parte dos recursos do Estado é depositada para ser logo desviada. Este ano, Angola tem um orçamento de mais de 13 mil milhões de dólares americanos para o exército. E para a segurança e os soldados não têm botas! É época das chuvas. E os soldados não têm capas de chuva!
DW África: Falando agora sobre as relações com Portugal. Como avalia a deterioração das relações entre Angola e Portugal?
RM:Na verdade, não há deterioração nas relações entre Angola e Portugal. Continuam na mesma. Houve um discurso musculado do Presidente da República para consumo interno e como processo de chantagem para que Portugal arquive os processos contra os dirigentes angolanos.
DW África:Mas esses dois países necessitam-se mutuamente?
RM:Todos os gestores das fortunas da família presidencial, dos generais angolanos são portugueses. Os bancos com quem fazem transações, que utilizam para a lavagem de dinheiro, são portugueses. A elite angolana, para saquear o país à vontade, precisa do apoio de Portugal. Mas Portugal tolera isso, porque é a forma que encontrou de ser chamado para participar do saque de Angola. E é o que está errado.
DW África: Para encerrar, gostaria de abordar a forma como os acontecimentos em Angola são vistos fora do país. Como avalia o tratamento dado pela comunidade internacional a Angola. Age-se de acordo com aquilo que se prega?
RM:O primeiro-ministro britânico [David Cameron] endereçou um convite ao Presidente da República de Angola [José Eduardo dos Santos] para visitar a Grã-Bretanha e também recentemente o presidente francês, François Hollande, enviou um convite ao Presidente para visitar a França. E eu apelaria às instituições francesas e britânicas, às ONG britânicas, a fazerem campanha para que este indivíduo, se visitar esses países, então ouça as vozes desses cidadãos porque é um ditador e deve ser tratado como tal.
DW.DE