terça-feira, 28 de janeiro de 2014

LISBOA: Detidos dois indivíduos por tr-afico de menores em Lisboa, rota incluía Luanda

Detidos dois indivíduos por tráfico de menores em Lisboa, rota incluía Luanda

Fonte: Voanews
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
TAMANHO DAS LETRAS 
Segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), as detenções ocorreram sábado e domingo. No primeiro caso, o suspeito chegou a Portugal "proveniente de Luanda, acompanhado de três menores, dois rapazes e um rapariga, todos de origem africana, de quem se dizia ser pai ou tio consoante o caso, sendo portadores de documentação que se suspeita falsificada e/ou emitida de forma indevida".

Tinham como destino final Paris, utilizando para o efeito a rota Libreville-Casablanca-Lisboa. Ao detido foi aprendida avultada quantia monetária e três cartões de crédito, adianta o SEF.

O suspeito confirmou cobrar vários milhares de dólares pela deslocação de cada criança. Submetido já a interrogatório judicial, o detido ficou sujeito à medida de coação de Termo de Identidade e Residência (TIR) e ao pagamento de 4.000 euros de caução.

Por outro lado, o segundo detido deslocou-se, de Paris a Lisboa, na posse de documentos com "fortes indícios" de serem falsificados e tentou reaver um dos menores, afirmando ser o seu pai biológico. Será levado a um juiz de instrução criminal português para lhe serem aplicadas medidas de coação.

Os menores encontram-se à guarda de instituições e foram entregues hoje ao Tribunal de Menores que acompanha o seu processo de acolhimento
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LUANDA: O governador da província de Luanda combate zungueiras com prisão

Governador de Luanda Combate Zungueiras
Fonte:  Maka Angola 
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
28 de Janeiro, 2014
A Polícia Nacional mantém encarceradas, numa mesma cela, homens, mulheres e bebés, no âmbito de uma operação iniciada, no fim-de-semana, passado contra vendedoras ambulantes: as chamadas “zungueiras”.

Perto de 50 detidos partilham, em simultâneo, uma cela no Posto Policial do Marçal, em Luanda, para onde estão a ser encaminhadas as vendedorãs ambulantes desde sexta-feira passada.

Maka Angola soube, junto de um oficial do referido posto, que “a polícia está a cumprir orientações do governador de Luanda, Bento Bento”.

Segundo o oficial, cuja identidade Maka Angola mantém sob anonimato, a suposta ordem de Bento Bento visa eliminar a prática de venda ambulante nas artérias da cidade de Luanda, “porque dão uma má imagem à cidade”.

Ângela André, de 39 anos, foi detida por posse de cinco bolinhos secos, na sexta-feira passada, no Mercado dos Congolenses.

“Eu já tinha feito o meu negócio e ia para casa com cinco bolinhos secos, quando os fiscais do governo provincial me perseguiram. Deixei cair os bolos e fui detida sem nada”, explicou a vendedora ambulante, mãe de quatro filhos.

“Até pessoas que estavam apenas a fazer compras foram levadas para a cadeia pelos fiscais”, acrescentou.

Depois de três dias de detenção, a portadora dos bolinhos secos foi libertada na tarde de ontem.

Ângela André contestou a política de repressão contra as vendedoras ambulantes promovida pelo governador Bento Bento.

“Isso não vai dar certo. O governo tinha de encontrar mercados alternativos para vendermos. Ao invés disso, estão a dizer-nos na polícia que devemos vender apenas frente às nossas portas de casa ou procurar outro sítio”, referiu.

“O meu marido é segurança e ganha 25,000 kwanzas (US $250) mensais. Eu tenho de vender para ajudar na cozinha e para arranjar-lhe dinheiro para o transporte, para ele ir trabalhar. O salário dele não chega.”

Lúcia António, também zungueira, foi detida por fiscais do governo provincial, no sábado, enquanto vendia roupa no Mercado dos Congolenses. “Os fiscais dividiram a roupa. Eles ficam com os nossos negócios.”

Segundo declarou, Lúcia António ficará detida por mais uma noite.

“A polícia está a fotografar-nos, a registar-nos e a ameaçar-nos que se formos detidas outra vez seremos encaminhadas para a Cadeia de Viana e responderemos em tribunal por crime de desobediência”, relatou a vendedora de roupa.

Um outro caso: Fátima Luciano, de 42 anos, passou três dias de cárcere, detida junto ao Mercado do São Paulo quando vendia couve e gimboa.

“Misturaram-nos quase 50 pessoas na mesma cela, com mães a amamentar filhos junto de homens. Estávamos muito apertados. Depois veio o administrador do Marçal para sossegar-nos e dizer que nos tratariam bem”, revelou Fátima Luciano.

“Deus é quem sabe como vou sustentar os meus oito filhos. O meu marido é desempregado. O governo não apoia, só nos castiga”, prosseguiu.

Após a libertação do grupo de detidos de sexta-feira, várias outras vendedoras ambulantes e meras suspeitas de exercerem essa prática foram detidas, ficando presas na cela do Posto Policial do Marçal.

Segundo os agentes policiais no local, a operação de “limpeza das zungueiras” continuará até novas ordens.

Como prova da extensão da campanha de detenções do governo provincial contra vendedoras ambulantes, o marido de Ângela André, Vicente Ngola, reportou a detenção da sua irmã, Serafina Vicente, ontem, 26 de Janeiro, no município de Viana. “A minha irmã está detida porque vende iogurtes para sobreviver”, lamentou o cidadão, depois da libertação da sua esposa.

Serafina Vicente encontra-se detida no Posto Policial do Bita, em Viana.

Abominação e Ilegalidades da Polícia

Salvador Freire, presidente da organização de direitos humanos Associação Mãos Livres, manifestou o seu repúdio e disse ao Maka Angola que a detenção de homens e mulheres na mesma cela, por parte da polícia, constitui “um acto abominável”.

“As mulheres são nossas mães, irmãs e filhas. A polícia tem de ter postura e noção de respeito pela mulher. Quem deu essa ordem deve ser responsabilizado criminalmente. É um acto ilegal”, argumentou Salvador Freire.

Sobre a detenção das vendedoras, o advogado da Associação Mãos Livres considera ilegais os procedimentos da polícia. “As vendedoras não são acusadas de terem cometido um crime. Logo, mantê-las na cadeia e fotografá-las são actos de ilegalidade”, afirmou.

Maka Angola consultou a Lei Penitenciária (Lei n.º8/08) no que diz respeito à compartimentação dos reclusos. Segundo a mesma, “é proibida a junção de reclusos de sexos opostos no interior de qualquer estabelecimento prisional”.

Para além da ilegalidade do acto, uma jurista, que preferiu não ser identificada, considerou a junção de detidos de ambos os sexos “como um acto de violência moral e psicológica contra as mulheres, por razões ligadas à sua própria condição sexual”.

“O princípio da dignidade humana pressupõe que haja limites, como o respeito da intimidade da mulher”, referiu a jurista.

domingo, 26 de janeiro de 2014

MOSCOVO: Coreia do Norte executou todos os parentes do tio de Kim Jong-Un

Na Coreia do Norte foram executados todos os parentes do tio de Kim Jong-un

Fonte: Voz da Russia
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
Na Coreia do Norte foram executados todos os parentes do tio de Kim Jong-un
Segundo a agência sul-coreana Yonhap, todos os parentes, incluindo mulheres e crianças, de Jang Sung-taek, tio recentemente executado do líder norte-coreano Kim Jong-un, foram igualmente supliciados.
De acordo com a agência, alguns parentes de Jang Sung-taek que tinham recusado cumprir a ordem das autoridades para despejar sua casa, foram abatidos com balas à vista de seus vizinhos.
Por outro lado, as mulheres que não eram parentes de sangue de Jang Sung-taek, mas sim cônjuges de seus parentes masculinos, foram poupadas à morte e degredadas para aldeias remotas.
Voz da Russi
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LUANDA: Sonangol gasta U$ 150 milhões para recuperar bloco vendido por U$ 500 mil em 2006!!!

Sonangol gasta U$ 150 milhões para recuperar bloco vendido por U$ 500 mil em 2006

Fonte: Lusa
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
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Sonangol pagou 300 vezes o valor pago pelos bilionário israelita Dan GertlerSonangol pagou 300 vezes o valor pago pelos bilionário israelita Dan Gertler
A petrolífera angolana Sonangol pagou ao bilionário israelita Dan Gertler cerca de 150 milhões de dólares (110 milhões de euros)pela exploração do bloco petrolífero 14C, cujos direitos tinham sido comprados em 2006 pelo empresário por U$ 500 mil (370 mil euros), diz a Global Witness.
O negócio "tem muitas semelhanças com uma série de negócios secretos feito no setor mineiro do Congo, onde os direitos de exploração das minas são comprados abaixo do preço de mercado por offshores, e depois "passados" a grandes empresas internacionais com um extraordinário lucro", refere a Organização Não Governamental Global Witness, num e-mail enviado à agência financeira Bloomberg.
A agência noticiosa americana explica que em causa está o pagamento, por parte da petrolífera nacional angolana Sonangol, de 95% dos direitos de exploração no Congo do bloco 14C, que tinham sido vendidos ao empresário israelita em 2006 por 500 mil dólares (370 mil euros), cerca de 300 vezes menos que o valor agora pago.
O Bloco 14C situa-se na costa norte de Angola, numa zona que é explorada em conjunto por Angola e pelo Congo, e serão os resultados desta exploração de petróleo a ressarcir os 150 milhões de dólares (110 milhões de euros) avançados agora pela Sonangol para garantir os direitos de exploração que foram vendidos a Dan Gertler, um empresário com conhecidas ligações ao Governo de Kinshasa, em 2006.
O negócio, continua a ONG, está também envolto em polémica porque a República Democrática do Congo está a violar as suas próprias leis ao não anunciar o acordo, que terá sido firmado no ano passado através da Nessergy, uma compnhia petrolífera do bilionário israelita.
A lei obriga a que qualquer contrato que envolva recursos públicos fique disponível para consulta pública até 60 dias depois da assinatura, mas a Nessergy afirma que não o pode divulgar por questões de confidencialidade contratual, ao passo que o ministro do Petróleo da RDC não respondeu aos pedidos de comentário da Bloomberg.
De acordo com Gertler, o aumento dos valores face à aquisição inicial resulta das novas descobertas de petróleo na região, da subida dos preços do "ouro negro" e do próprio advento da zona de interesse comum, que diz ter ajudado a criar.
"Apesar de a Nessergy [a empresa do israelita] ter feito consideráveis esforços para encontrar parceiros para o desenvolvimento, não conseguiu fazâ-lo durante mais de sete anos", disse o grupo do bilionário israelita numa resposta à Bloomberg, acrescentando que "para poder ajudar ao desenvolvimento do Bloco, e para impedir mais atrasos, a Nseergy concordou em abrir mão dos direitos em troca de uma comissão para compensar não ter sido capaz de desenvolver a operação".
De acordo com a consultora Petroleum Economist, o bloco em causa está adjacente ao bloco 14, que é operado pela norte-americana Chevron (31%), e tem também a participação da Eni e da Sonangol, ambas com 20%, da Total (10,01%), da japonesa Inpex, com 9,99% e da portuguesa Galp, que detém 9% dos direitos de exploração.
Lusa/A24

ROMA: Freira deu a luz um bebê sem saber que estava gravida!!!

Freira que deu à luz bebê sem saber que estava grávida vai viver em abrigo com a criança

Fonte: Daily Mail
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
Freira que deu à luz bebê sem saber que estava grávida vai viver em abrigo com a criança
Bispo vai investigar se criança foi gerada por relação consensual ou violência.
A freira católica que deu à luz um bebê sem saber que estava grávida vai viver em um abrigo junto de sua criança. A mãe identificada como Roxana Rodriguez terá que deixar o convento que faz parte.
A mulher, de 33 anos de idade, permanece num hospital perto de Roma, na Itália, com uma forte segurança. O número de profissionais da mídia mundial acabou causando a preocupação das autoridades com o caso.
Roxana surpreendeu sua Madre Superiora e outros membros da igreja ao ganhar o filho na última semana. Ela colocou o nome na criança de Francisco, em homenagem ao atual Papa.
Desde que a notícia sobre o nascimento foi anunciada, o hospital onde ela está foi “inundado” com presentes para a freira e seu bebê. Isso inclui fraldas, roupas e até mesmo dinheiro.
O diretor do hospital foi obrigado a colocar segurança extra para evitar problemas. Um porta-voz do bispo local de Rieti afirmou que eles irão investigar as circunstâncias por trás do caso. “A criança poderia ser fruto de um relacionamento consensual, mas também pode ter sido em decorrência de violência. É por isso que precisamos investigar corretamente”, disse.
Daily Mail

CUANGO: População Frustrada desafia sem medo a policia assassina do regime

Cuango: População Frustrada Desafia Polícia
Fonte:  Maka Angola 
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
 26 de Janeiro, 2014
Efectivos da Polícia Nacional tomaram ontem, na vila do Cuango, sede do município com o mesmo nome, posições de combate para prevenir uma suposta “invasão” do seu comando municipal por dezenas de populares.

Por volta das 6h00, Henriques Tomás e vários familiares dirigiram-se ao Comando Municipal da Polícia Nacional no Cuango, para exigir a entrega de um caixão para o enterro do seu filho, Carlos Xavier, de 19 anos, morto no dia anterior por um agente policial, Baptista Zovo.

Na véspera, a 24 de Janeiro, o agente policial André Zovo tinha disparado contra Carlos Xavier, depois de tentar extorquir 500 Kwanzas (US $5) a ele e a um outro motociclista, na localidade de Cambala, a 20 quilómetros da vila do Cuango.

Em reacção, segundo apurou o Maka Angola, a população de Cambala marchou nessa altura contra o posto policial daquela localidade, causando a fuga dos agentes policiais. Os jovens de Cambala ocuparam o posto (feito de adobe) e destruíram-no parcialmente, mas os sobas intervieram para garantir a sua retirada pacífica.

Já na vila do Cuango, conta-nos o pai da vítima, “os agentes empunharam as armas, ameaçaram-nos para nos afastarmos dali. Nós não recuámos e mostrámos que não tínhamos medo”.

Por coincidência, a casa de Henriques Tomás, onde ainda decorrem as cerimónias fúnebres, é vizinha do comando e da administração municipais. Os agentes da polícia formaram um cordão de segurança naquela área, com metralhadoras PKM, lança-granadas “Castor”, lança-morteiros RPG-7, segundo várias testemunhas locais contactadas pelo Maka Angola.

“Como sabem que o povo já está muito frustrado, a polícia pensou que a população queria invadir o comando”, referiu Henriques Tomás.

A agravar a situação, por volta das 10h30, os agentes policiais detiveram dois primos de Carlos Xavier ─ Jordão Manuel, de 36 anos, e António Manuel, de 26 anos ─ que foram submetidos a espancamentos no referido comando.

“Parecia guerra. Houve tumultos. Os rapazes estavam exaltados com a morte do seu companheiro e protestavam, exigindo que a polícia entregasse o caixão. Foi nessa altura que os polícias raptaram os primos do meu filho”, disse Henriques Tomás.

Vários sobas, cada um deles acompanhado por dezenas de membros da sua comunidade, marcharam contra o comando municipal para exigir o caixão e a libertação dos familiares detidos. Activistas locais registaram a concentração de mais de 200 pessoas, sob a liderança dos sobas.

“A tensão aumentou quando os polícias nos disseram que a polícia tinha de matar mais, porque o povo não pode brincar com o governo. E não tinham que dar o caixão. Aí houve troca de palavras”, afirmou o pai do defunto.

Por volta das 15h00, a Polícia Nacional finalmente cedeu à pressão e entregou o caixão para o enterro, tenho incluído também a quantia de 10,000 kwanzas(US$ 100) para as despesas do funeral.

A Morte do Mergulhador Congolês

A 24 de Janeiro, o Comando Municipal da PN no Cuango registou o primeiro protesto do ano por causa de um morto.

Por volta das 15h00 vários membros da comunidade congolesa no Cuango, incluindo familiares, depositaram o corpo de Mutunda Matondo, da República Democrática do Congo diante do referido comando. A polícia encarregou-se de enterrar Mutunda Matondo.

O cidadão congolês morreu a 23 de Janeiro, por volta das 14h00, quando realizava o garimpo de mergulho no leito do Rio Cuango, na área de Kissueia.

Segundo declarações prestadas pelo activista local Serafim Muagingo, que acompanhou o caso, “o agente da polícia Novais, mais conhecido por Renova, cortou a mangueira do mergulhador, enquanto este estava no fundo do rio, e deixou-o morrer”.

Segundo Serafim Muagingo, a patrulha de agentes policiais que se encarregou de expulsar os garimpeiros em Kissueia, tinha um acordo de cavalheiros com os congoleses para o garimpo naquela área.

“Os polícias aperceberam-se de que a área estava a render e decidiram expulsar os congoleses, para colocarem outro grupo no local e ganharem mais”, explicou.

O Maka Angola tentou, sem sucesso, obter a versão do comando municipal sobre os casos reportados.

sábado, 25 de janeiro de 2014

LUANDA: Lopo do Nascimento - á saída o discurso para toda vida politica

Lopo do Nascimento – à saída o discurso para toda a vida política

Fonte Marcolino Moco
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
Lopo do Nascimento – à saída o discurso para toda a vida política
A intervenção de Lopo do Nascimento, despedindo-se formalmente de uma, há muito anunciada saída da vida política, que como era de esperar, teve partes escamoteadas na comunicação oficial, seja qual for a face da realidade em que for apreciada, é um marco histórico, no processo político angolano no sentido positivo.
Eu que como amigo pessoal já o censurei pelo seu recuo de uma missão histórica de transformar, dentro do MPLA, as ideias do “novo pan-africanismo” que sustentou no discurso final, senti-me aliviado, no ponto em que as coisas chegaram, e que tenho documentado com propostas concretas “para sairmos disso”, por considerar que o Homem deixou uma mensagem de relevo para a juventude.
Não importam as razões concretas que o terão levado a sair agora, os jovens (por vezes penso que os mais velhos já estão demasiado contaminados por “tribalismos” e “racismos” sempre disfarçados na verborreia do politicamente correcto) dentro do MPLA, na oposição e na sociedade civil, deviam aproveitar este mote para começar a discutir uma saída pacífica duma situação que e já se vais tornando insustentável.
Lopo do Nascimento, Pepetela, eu próprio e tantos outros que das gerações mais velhas, (“comprometidos” com o nosso passado de actores do sistema de partido-único que terminou em 1992, agora reciclado no “eduardismo” do pós 2002) temos esgrimido um discurso sobre os problemas actuais, seremos sempre apodados junto dos mais jovens, pelos mais renitentes dos nossos coetâneos, de não termos o direito à palavra sobre o desejo de mudanças na actualidade. Por vezes penso que é isso cansa Lopo de Nascimento, Pepetela e outros mais velhos que gostariam também de falar sobre o “escandaloso” do presente e são abafados pela força da desgraça dos nossos próprios recursos naturais, que tudo compram, dentro e fora do país.
Lopo do Nascimento, líder da ala do MPLA (de que era o prestigiado Secretário Geral) que foi cobardemente afastada da direccção, no Congresso de Dezembro de 1998, foi sempre a figura tutelar da criação de um novo MPLA, adaptado aos tempos posteriores à queda do Muro de Berlim.
Deve-se dizer agora, com toda a clareza, que foi a partir dessa altura que se construiu o “MPLA” que temos hoje, que após o que chamam “derrota militar da UNITA”, constrói sofregamente um Estado-Etnia política, que entrega todo o poder ao seu líder, para da sua mesa recolher “as migalhas suculentas”. Todo o interesse perdido em contribuir para a construção de Estado-Nação que respeite as diferenças e a diversidade, sem comprar consciências.
Notei com muito apreço as três figuras simbólicas que Lopo homenageou no seu discurso de despedida: Lúcio Lara, Mendes de Carvalho e Nfulupinga Lando Victor. É esta Angola que teremos de construir: a Angola pacífica mas contraditória de todas as raças, de todas as etnias e de todas as regiões, cada um com o seu sotaque, algumas “manias” e diferentes cosmovisões.
Se Lopo, ao longo da sua extraordinária vida política, não conseguiu encher o copo (quem sozinho o conseguiria?), deitou ontem uma gota de volume significativo num copo chamado futuro pacífico de Angola.
Marcolino Moc
o