domingo, 19 de outubro de 2014

MAPUTO: Renamo resume eleições como fantochada" mas pede dialogo

Renamo resume eleições como "fantochada" mas pede diálogo

Renamo resume eleições como "fantochada" mas pede diálogo
Reclamar uma repetição das últimas eleições gerais ou promover a formação de um governo de unidade em Moçambique são cenários equacionados pela Renamo, que se diz agora apostada num processo de diálogo com “os irmãos do Governo”. O que o maior partido da oposição moçambicana parece excluir nesta altura é um retorno à violência. À posição assumida este sábado por Afonso Dhlakama a Frelimo reage com cautela: haverá resposta quando houver convite.
As eleições da passada quarta-feira em Moçambique resumiram-se, na perspetiva do presidente da Renamo, a uma “fantochada”. Mas “não é preciso violência”, adverte Afonso Dhlakama. Para quem o horizonte imediato da vida política daquele país africano terá de passar por negociações.
Foi esta a postura hoje assumida pelo líder da principal formação política da oposição moçambicana durante uma conferência de imprensa. Ocasião para Dhlakama prometer que “nunca mais” haverá “tiros”. O que não significa que a Resistência Nacional Moçambicana opte pelo silêncio, diante do que considera ser um processo eivado de irregularidades.
Ainda assim é “cedo” para que se perceba “o que vai acontecer”, de acordo com o dirigente partidário, que não põe de parte a eventual exigência de uma nova votação, ou mesmo de um processo com vista à composição de um executivo de unidade nacional.
“Como vou aceitar uma coisa que está errada? Estaria a matar a democracia”, vincou este sábado o número um da Renamo, em declarações recolhidas pela agência Lusa.
“Não estamos preocupados com propaganda na rádio e na televisão, em que aparecem pessoas e dar parabéns a [Filipe] Nyusi [candidato da Frelimo à Presidência]. Isso é propaganda barata”, atirou Afonso Dhlakama, para depois criticar “alguns estrangeiros” – desde logo a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral - por terem “vergonhosamente” caucionado a transparência do processo eleitoral.
 “Isto é extremamente perigoso. O nosso continente é conhecido por dirigentes corrutos, ladrões, criminosos”, acentuou Dhlakama, referindo-se ao que descreveu como “um clube de amizade” de formações políticas africanas que “não querem abandonar o poder”.
Números oficiais divulgados na sexta-feira, quando estavam contados os votos de um terço das assembleias, davam a vitória à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e ao seu candidato presidencial Filipe Nyusi, com perto de 61 por cento. Afonso Dhlakama e a Renamo obtinham pouco mais de 30 por cento dos sufrágios. O Movimento Democrático de Moçambique, de Daviz Simango, era terceiro com aproximadamente sete por cento dos votos.
Os mais de dez milhões de eleitores moçambicanos foram convocados na semana passada a pronunciar-se em eleições presidenciais, legislativas e provinciais. O processo envolveu três candidatos à Presidência e três dezenas de partidos ou alianças.
“A vontade dos eleitores”
Dhlakama voltaria ainda a lançar para cima da mesa a necessidade de apurar o número de eleitores que não puderam exercer o seu direito de voto por falta de cadernos eleitorais, ou obter uma justificação para as disparidades nos horários de funcionamento das assembleias. O líder da Renamo apontaria como exemplos de “fraudes” a alegada descoberta de urnas com votos prévios em prol do candidato da Frelimo na Beira, Ilha de Moçambique, Quelimane e Tete.O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exortou este sábado o povo moçambicano a conservar uma “atmosfera calma” enquanto decorre o apuramento dos votos nas eleições gerais.
“Não é surpresa para nós, mas não podemos desistir porque é uma luta pela democracia para o nosso povo e as populações têm de ser explicadas (sic) e terem perspetiva de futuro. Por isso, vamos conversar”, rematou.
Também ouvido pela Lusa, o porta-voz da Frelimo Damião José tratou entretanto de sublinhar que ainda “não houve nenhum contacto” por parte do partido de Afonso Dhlakama.
“Não sabemos se poderá haver e, se houver, a resposta será dada nessa altura. Mas temos que respeitar o princípio do jogo democrático, quando ganhamos ou perdemos”, redarguiu o porta-voz, lembrando, adiante, que, nas autárquicas de 2013, a Frelimo cumprimentou o Movimento Democrático de Moçambique pela conquista de quatro municípios ao partido no poder.
“O importante é que todos os concorrentes respeitem aquilo que foi a vontade dos eleitores. Cabe aos políticos terem a maturidade necessária para reconhecer quando perdem e ir preparando os próximos pleitos eleitorais”, concluiu Damião José.
RT
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Uma vida em esquemas: O general Kangamba no seu Labirinto - Por Francisco Loucã

Uma vida em esquemas: o General Kangamba no seu labirinto

Uma vida em esquemas: o General Kangamba no seu labirinto

Parece que as autoridades portuguesas se interessaram pelos negócios do General Kangamba em Portugal . Há quase um ano, publiquei com dois colegas um apanhado desses esquemas, que já tinham preocupado as autoridades judiciais francesas e brasileiras. O que segue é um extracto do livro “Os Donos Angolanos de Portugal” (Jorge Costa, João Teixeira Lopes e Francisco Louçã, publicado pela Bertrand Editora, primeira edição em janeiro de 2014).
“Quem é o general “Kangamba”?
Bento dos Santos, dito Kangamba, é um filho do regime angolano e a sua história mistura-se com a das personalidades mais marcantes do país. Casado com Avelina dos Santos, filha do irmão mais velho de José Eduardo dos Santos, é portanto sobrinho, por afinidade, do Presidente. Escolheu como seu padrinho de casamento o general Higino Carneiro, governador do Kuando Kubango, figura sempre poderosa em Angola. Faz parte da Casa Militar do Presidente, dirigida pelo homem forte do regime, o general Kopelipa. É dono de um clube de futebol, o Kabuscorp — Sport Clube do Palanca, para o qual contratou o antigo treinador da seleção de Moçambique, e financia dois clubes em Portugal, o Vitória de Setúbal (RR, 9.3.2012) e o Vitória de Guimarães (A Bola, 27.10.2013). Bem relacionado, Kangamba tem estado no centro da atenção da vida social e empresarial de Angola.
A ligação ao futebol é o seu cartão de visita. O seu clube sagrou-se campeão nacional em 2013 e o oficial Jornal de Angola descreve em termos apoteóticos a consagração do empresário no final do jogo decisivo, ainda antes do final do campeonato: “Com o apito final foi a festa, com o champanhe a jorrar à grande no estádio municipal de Benguela, com o presidente do clube, Bento Kangamba a ser o protagonista dos festejos no relvado. Mas, a ambição do empresário, já chamado de ‘Abramovich angolano’, é terminar a competição sem qualquer derrota” (JA, 7.10.2013).
Apesar de reformado, foi ainda promovido a general de três estrelas uns anos depois, em abril de 2012.
O “Abramovich angolano” nasceu em 1965 e foi portanto poupado pela idade aos combates da guerra anti-colonial, mas distinguiu-se mais tarde no exército angolano. Fez dois anos de formação em Cuba, no início dos anos oitenta, de onde regressou com uma especialização em contabilidade. Tornou-se, como contou à Rádio Ecclesia, um “comandante da retaguarda” (RE, 5.7.2012). A partir de 1985 foi para Luanda, onde foi responsável pela logística e fez uma carreira meteórica, tendo chegado a brigadeiro, posto em que se reformou, em condições que vamos analisar adiante. Apesar de reformado, foi ainda promovido a general de três estrelas uns anos depois, em abril de 2012. Criou entretanto um universo empresarial, o Grupo Kabuscorp, com interesses no imobiliário, na exploração de diamantes e noutros setores económicos.
Especialista em logística
Esta brilhante carreira militar tem no entanto algumas nódoas. Kangamba adquiriu experiência empresarial como responsável pela logística do exército, mas também viveu alguns dissabores. Acusado de vender em benefício próprio a carne de frango destinada ao exército, foi posto em tribunal por vendedoras dos mercados paralelos, que argumentavam ter pago o que não teriam recebido. Mas a acusação não dispensa a prova nem a condenação, e o general podia ser vítima de inveja e chantagem, como tem evocado em público (RE, 5.7.2012).
No entanto, o próprio Supremo Tribunal Militar condenou-o a dois anos e oito meses de prisão em 2000, tendo dado como provado que recebera em 1996 cinco contentores com óleo alimentar, atum, sardinha, frigoríficos, mobiliário, equipamento desportivo, colchões e outros produtos enviados pelo empresário português Manuel Lapas Correia, gerente da Filapor, e que os usara para venda em proveito próprio, tendo pago unicamente uma parte dos duzentos e cinquenta mil dólares devidos. Pressionado para pagar a dívida, o brigadeiro Kangamba teria falsificado documentos que lhe confeririam poderes para negociar em nome da Direção Logística do Estado-Maior, de modo a obrigar o exército angolano a cobrir a diferença, o que veio a desencadear a sua acusação e condenação por burla, falsificação de documentos e conduta indecorosa (acórdão STM 2/98 de 27.10.2000). Cumpriu dois anos de prisão e foi expulso do Comité Central do MPLA e do partido. O brigadeiro tinha caído em desgraça.
Cumpriu dois anos de prisão e foi expulso do Comité Central do MPLA e do partido. O brigadeiro tinha caído em desgraça.
A 19 de junho de 2002, outra condenação: quatro anos de prisão, por burla, desta vez tendo como alvo duas empresas, a Nutritiva e a Lokali. O mesmo esquema, o mesmo fracasso, a mesma condenação.
Na sequência do primeiro processo, também o Tribunal de Sintra, em Portugal, decidiu muito mais tarde, a 7 de maio de 2012, a apreensão de bens de Kangamba para garantir a indemnização à Filapor, que não teria sido paga: um apartamento em Oeiras, dois Mercedes e seis contas no BCP e BES que totalizariam cerca de quinze mil euros. Kangamba, já general, seria ao mesmo tempo assalariado de uma empresa a Lapigema, Lapidação e Comércio de Gemas, Lda., com sede na Rua Tomás Ribeiro, em Lisboa. Mas, porque só receberia o salário mínimo português, 485 euros, o tribunal considerou este valor impenhorável.
A reinvenção do general
Em 2009, tudo passou e em Luanda a sua condenação e prisão já estava esquecida e perdoada. Popular dono de um clube de futebol, organizador de jovens e influente figura do bairro Palanca, Kangamba regressa ao Comité Central do MPLA. É nomeado secretário para a organização e mobilização periférica e rural, no comité provincial de Luanda. É eleito deputado à Assembleia Nacional em 2012, apesar de protestos de alguns grupos de oposição que alegam, sem vencimento, que a Constituição impede candidaturas de quem tenha sido condenado a mais de dois anos de prisão. Em Abril de 2012, nas vésperas das eleições, tinha sido promovido a general de três estrelas pelo Presidente. Em 2013, como vimos, ganhou o campeonato nacional de futebol.
Próximo do poder
Casado com Avelina dos Santos, aproxima-se dos círculos íntimos do poder. Avelina é diretora-adjunta do gabinete do Presidente, além de ser sua sobrinha. Homem de família, Kangamba compra um apartamento de luxo em Lisboa, alegadamente para o sogro, por dois milhões de euros, na urbanização Jardins do Cristo Rei, em Moscavide, onde será vizinho de outras figuras angolanas. Para si, compra um apartamento de doze milhões de euros em Madrid, no condomínio de La Finca, onde terá como vizinhos Cristiano Ronaldo e outros futebolistas. Terá ainda comprado uma vivenda no Mónaco, além do referido apartamento em Oeiras (Maka, 27.7.2013). O general é um modelo de “acumulação primitiva”, declarando em Portugal o salário mínimo e tendo contas registadas que se ficam pelos quinze mil euros, mas conseguindo boas poupanças e prósperas aplicações imobiliárias.
Apesar desta opulência, o general não terá pago as suas dívidas. A indemnização imposta pelo tribunal e que devia ter sido paga à Filapor, nunca chegou aos destinatários. O ministro da Defesa de Angola, o general Kundy Paihama, teria mesmo escrito, a 17 de Dezembro de 2001, ao então secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros Luís Amado, para “express(ar) o meu sentimento de reprovação pela prática criminosa do réu supracitado cujo comportamento mereceu condenação do Supremo Tribunal Militar”. O ministro sugeria ainda as formalidades a seguir para obter o pagamento da indemnização (Maka, 13.7.2012). Sem sucesso.
Dez anos depois desta carta, o empresário Manuel Lapas Correia andava pelo tribunal de Sintra a pedir o arresto dos bens do general e, em desespero de causa, conseguiu a retenção de um avião da TAAG no Porto, que só obteve autorização para descolar depois de ter assegurado uma caução de 360 mil euros – uma parte do devido pelo general Kangamba. Segundo o empresário, “há danos irreversíveis que durante mais de uma década foram provocados intencionalmente pelas autoridades angolanas. Eu estou causticado porque é uma luta desigual, estou cansado. Normalmente os Estados comportam-se de uma forma desprezível perante os seus cidadãos e [isso] culmina quase sempre com o abate dos cidadãos pela exaustão” (DN, 20.9.2012). Explica Manuel Correia que algum do pagamento teria ficado retido na embaixada de Angola em Portugal, o que o autorizaria a pedir a retenção de bens do Estado angolano, como é o caso do avião da companhia nacional. Dez anos depois, era a medida do seu desespero. Kangamba não pagou as suas dívidas.
Uma perseguição internacional
Novos problemas – e não menos graves – surgem em dois outros países. Em 14 de junho de 2013, dois carros foram apreendidos, com poucas horas de diferença, em portagens no sul de França. Num deles, foram encontrados dois milhões de euros, em quarenta sacos de cinquenta mil cada. No outro, foram encontrados mais 910 mil euros. Oito homens foram detidos. Pelo menos cinco deles, angolanos, cabo-verdianos e portugueses, estariam relacionados com o general Kangamba, segundo a polícia francesa (La Provence, 10.7.2013).
Um dos carros tem matrícula portuguesa e é de Portugal que provêm ambos. Carlos Silva, angolano de nascimento e português por naturalização, está num deles: é apresentado como o secretário de Kangamba, tem um cartão do patrão, e alega que leva o dinheiro para o general jogar no casino. Kangamba, como vinte amigos, estava instalado no Hotel Metrópole, em Monte Carlo. O general teria pago 86 mil euros pelos 22 quartos para os seus amigos (Le Parisien, 12.7.2013). A imprensa francesa descreve que a polícia tentou deter o general, acusando-o de branqueamento de capitais e associação criminosa, mas que este usou o passaporte diplomático para abandonar o país. Kangamba desmente esta versão e afirma que não foi acusado, que não é o dono desse dinheiro e que não houve tentativa de o deter (Agora, 30.7.2013). De onde vêm os três milhões de euros, como é que viajam de Portugal para França, não sabe nem faz a mínima ideia.
A justiça brasileira emite um mandato de captura em nome do general, acusado de ser o responsável por uma rede de tráfico de mulheres brasileiras, para se prostituírem em Portugal, Angola e outros países.
Três meses depois, em 25 de outubro de 2013, nova acusação: desta vez é a justiça brasileira, que emite um mandato de captura em nome do general, acusado de ser o responsável por uma rede de tráfico de mulheres brasileiras, para se prostituírem em Portugal, Angola e outros países, supondo-se que esta atividade teria produzido um lucro de 45 milhões de euros desde 2007. Foram emitidas dezasseis ordens de prisão. A Interpol ficou encarregue de fazer cumprir o mandato, mesmo que as autoridades brasileiras tivessem reconhecido ter pouca expectativa de a polícia angolana vir a executar a decisão judicial, como seria sua obrigação.
Mais uma vez, Kangamba desmentiu a acusação. Declara que, nestas notícias, “a intenção de citar o seu nome visa atingir e caluniar outras personalidades” (Angop, 26.10.2013), ou seja, envolver o topo do regime angolano.”
Por Francisco Louçã
Publico.p
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LISBOA: Polícia Judiciaria portuguesa faz buscas na propriedade de Bento Analfabeto Kangamba em Portugal.

Polícia Judiciária portuguesa faz buscas na propriedade de Bento Kangamba em Portugal

  • Fonte: Publico                                                                                                                         tamanho da fonte diminuir o tamanho da fonte aumentar o tamanho da fonte
Polícia Judiciária portuguesa faz buscas na propriedade de Bento Kangamba em Portugal
Escritórios e residências de cidadãos angolanos estão a ser os alvos. Sobrinho do presidente angolano,o general Bento Kangama está também na mira dos investigadores por suspeitas de branqueamento de capitais.
Inspectores da Polícia Judiciária e procuradores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal estão na manhã desta quarta-feira a realizar buscas em dependências do Novo Banco (ex-BES) e residências em diversos pontos do país e envolvem cidadãos angolanos. As diligências terão começado manhã cedo.
Fonte da Polícia Judiciária adiantou ao PÚBLICO que em causa estão crimes de branqueamento de capitais cujas suspeitas recaem sobre o general Bento dos Santos "Kangamba", sobrinho por afinidade do Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos.
De acordo com informações recolhidas pelo DN, "alguns empresários angolanos com atividade em Portugal terão sido alvo de buscas, para os investigadores recolherem documentação sobre as suas movimentações financeiras".
No esquema de branqueamento, o general usaria aquele banco, mas não existem suspeitas para já de que o BES (agora Novo Banco) tivesse conhecimento da proveniência ilícita dos montantes cujos valores não são para já conhecidos.
As buscas domiciliárias estão a decorrer em habitações que são propriedade do general e dos seus familiares que residem em Portugal.
Há cerca de três semanas, também o Correio da Manhã noticiou que a Autoridade Tributária identificara 40 beneficiários de transferências do BES, entre os quais estariam o empresário e ex-diretor do BES, Álvaro Sobrinho, e o ex-presidente executivo da Escom, Hélder Bataglia. As transferências seriam realizadas para uma conta que o BESA detinha numa agência do Santander Totta, em Almada, e seriam depois reencaminhadas para os beneficiários. Fala-se em milhões e euros.
Os montantes saíram como empréstimos do BES em Lisboa para Luanda, Angola, e regressavam às contas portuguesas no banco Santander Totta onde eram reencaminhadas para os destinatários finais. As autoridades queriam perceber quais os rendimentos obtidos pelos 40 particulares entre 2007 e 2011. 
O porta-voz oficial do Novo Banco, contudo, garantiu que o banco não foi alvo de buscas policiais na sede ou nas suas agências.
Bento dos Santos é casado com uma filha de Avelino dos Santos, irmão de José Eduardo dos Santos. É também dirigente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o partido que está no poder naquele país africano.
O nome de Bento dos Santos aparece referenciado em várias investigações da polícia e casos judicias. Em Outubro do ano passado, a polícia brasileira desmantelou uma rede de tráfico de mulheres para a prostituição em África do Sul, Portugal, Angola e Áustria. Os investigadores brasileiros imputavam então a liderança da rede ao general angolano, segundo o jornal Expresso.
Um porta-voz de "Kangamba", citado pela agência Angola Press, desmentiu, porém, o alegado envolvimento. “Facilmente se depreende, pelo teor das notícias, que a intenção de citar o seu nome visa atingir e caluniar outras personalidades do Estado angolano”, considerou.
Bento dos Santos, que era na altura procurado no Brasil, é presidente do Kabuscorp Futebol Clube do Palanca e, segundo noticiou o Expresso e o jornal Estado de São Paulo, é também um dos principais patrocinadores do Vitória de Guimarães.
De acordo com a polícia brasileira, os membros da rede, alegadamente liderada pelo general angolano, aliciavam mulheres em casas nocturnas do bairro de Indianópolis, a sul de São Paulo, com elevadas quantias de dinheiro (dos 7200 a 72 mil euros). Uma vez no estrangeiro, eram mantidas sob sequestro e obrigadas a manter relações sexuais sem preservativo. A essas mulheres era dado um alegado cocktail de drogas anti-sida. 
Foi precisamente através do futebol que, acreditam os polícias brasileiros, a organização terá movimentado e branqueado cerca de 33 milhões de euros angariados com o tráfico de mulheres desde 2007.
O jornal Estado de São Paulo, que então avançou com informações sobre a acção policial denominada “Operação Garina”, escrevia que "o general é dirigente do MPLA, o mesmo partido do Presidente, e tem influência no Governo por meio de sua mulher, uma filha de Avelino dos Santos, irmão do Presidente".
Também em Junho de 2013, o general surgiu nas páginas dos jornais internacionais, sendo notícia em França por alegado envolvimento numa investigação em curso sobe a posse de elevadas quantias de dinheiro não declarado. Nesse mesmo mês foi também noticiado que comprou uma casa no mesmo condomínio privado do futebolista português Cristiano Ronaldo, em Madrid.
Além deste caso, o nome de Bento dos Santos "Kangamba" está também envolvido noutro processo em França.
A 14 de Junho, a polícia alfandegária francesa apreendeu perto de três milhões de euros encontrados no porta-bagagens de dois Mercedes de matrícula portuguesa, e deteve cinco indivíduos, de nacionalidade portuguesa, angolana e cabo-verdiana, acusados de branqueamento de capitais e crime organizado, segundo o jornal La Provence.
Os automóveis saíram de Portugal com destino ao Mónaco, tendo sido apreendidos em duas operações distintas. Quatro indivíduos apresentaram-se na esquadra de Montpellier para libertar os ocupantes detidos da segunda viatura e recuperar o dinheiro, tendo sido também detidos.
Um deles era portador de 60 mil euros e de um cartão bancário em nome do general Bento dos Santos "Kangamba" e outro reclamou 100 mil euros do montante apreendido, que se destinaria a gastos de jogo num casino no Mónaco.
Publico|AO24

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

LUANDA: Denunciada lista de alguns importantes agentes da policia politica do regime angolano comandado pelo ditador José Eduardo dos Santos

Lista dos agentes secretos operativos e seus informantes
Fonte: Ponto-Finla.net/ Prof.N'gola Kiluange
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
30.09.2014

*Fiquei arrepiado quando encontrei uma lista de activos da nossa contra-inteligencia num dos comentarios do Club K e Angonoticias sob o nome de Makalakato Reformado (Makalakato@yahoo.br.com).E' engraçado que nessa lista consta o nome de alguém com quem partilho o grupo sanguineo "bem proximo":


Azevedo - Xavita

Alvaro Veloso -- ( Lungo )

Augusto Dias dos Santos - ( Netinho ) Repórter da presidencia

Antonio Moreira da Silva

Alberto Ngonjo - ( Sinfo )

Antonio Mulonda

Abel Trindade Faria
Antonio Silva ( Toy ) - Pesquisa maritima - ex bolseiro na RDA

Alfredo Carima - Jornalista cunhado de Carlos Feijo

Antonio Moreira da Silva

Alberto Ngonjo

Arlindo Tombia - Pilito militar espiniao activo

Artur Tombia - Enginheiro quimico formado na Russia Director de uma unidade de producao com ligacoes a casa militar da presidencia

Abilio Pinheiro

Albertina Dias

Alegria Jose Correia

Salas Neto - Informante infiltrado na classe jornalistica e no meio intelectual angolano

Adriano Macay

Alceu Dachola

Antonio Gomes Luis

Andre Diógenes Santos Pereira

Abilio Pinheiro

Amaro Neto

Dr. Paulo Nunes – Washington D.C .membro da contra-inteligencia externa angolana.Antigo operativo na Republica Federal do Brazil.

Sara Fialho ex adida de imprensa na embaixada de Angola na Alemanha

Albertina Dias

Antonio Dias dos Santos - Repórter da presidencia - Sinfo

Abilio Figueiredo V . Dias ( Empresário ) Sobrinho de Mingas

Abel Cahali

Anicelto Martins

Bastos João Neto Martins

Benedito Domingos Kakapa

Rui Moita Pitra

John Bella Van Dúnem

Tomás Bica Mumbundo

Carlos Masseca ( Secretário da Saúde )

Manuel Andrade médico ( Portugal )

Fernando Mesquita ( Empresário )

Carmita Joaquim

Colombo Neto

Pascoal Jose Manuel

Raul Assis ( Raulinho ) musico

José Pereira Abel Alves

Quim Neto

Miguel Ramos

Joao Marques

Elias Chitumba

Felicia Filipa

Edilson Pitra

Fernando Mendes

Miguel Angelo da Silva

José Manuel Ronny

Simon Cortez de Lemos

Jose Pedro Benge

Jose Domingos Vumbi

Teodora Fereira

Bruno Seixas

Semedo Carlos Guilherme Alberto Sampaio

Cilio Valente de Oliveira

Adérito Muamuxinda

Celso Malavoloneke

Guido Castelo Branca

Yuri Agapito

Candido Kalombe

Marcela Veloso

Eliás Augusto - Diplomata - ( Sinfo )

Minguito Fernando

Timoteo Barros Sebastiao

Indira Lemos

Miguel Caricoco

Alegre Jose Correia

Antonio silva - ( Delegado das pescas em Cabinda ) Sinfo

Senna Caetano

Jose Lemos

Felix Mavacala - ( Faz-se passar por director de uma empresa ) Fala-se que foi um dos carrascos de muitos jovens do Sambizanga no 27 de Maio de 1977

Marcelina Barreto

Francisca Lemos - ( Sinfo )

Lourenço Quixan

Belmiro Rosa

João Walter dos Santos

João Francisco

Paulo Jamba


Caudio dos Santos ( Iengue ) Sinfo destacado na alfandega de Luanda sobrinho do general Ndalo e irmão de

Conceição Matos

Tomás Bica

Joaquim Santiago

Emilia Andrade

Jose Republicano

Serafim Domingos

Victor Caetano

Arlindo Bengui

Domingos Dialula

Maria Kwenha

Lourenço Quixan

Belmiro Rosa

Guido Castelo Branco diplomata ministro conselheiro na embaixada de Angola na Namibia

João Walter dos Santos

Conceição Matos

Nelson Cunha Manuel

Rosy Avelino

David Miranda

Gabriel Capusso

Otília Bettencourt

Gilberto Amaral

Elias Dachala

Salumbo Spalalo

Manuel dos Santos

Fernandes Sima Gabriel

Jose Mupoia

Jorge Varela Freire ( Sinfo )

Hernani Costa ( Sinfo )

Ernesto Bartolomeu ( Sinfo )

José Mupoia ( Sinfo )

Carlos Ramos Muanza Tando ( Sinfo )

Fernando Paciencia ( Sinfo )

Jorge Catela ( Sinfo )

Fernando Gola - ( Secretário no Conselho de Ministros )

Naty ex ( Fala ) Força armada de libertação de Angola Unita ( empresária ) da linha dos que trairam a Unita

Orlando ( Landinho ) irmao de Xavita -- Funcionário da embaixada de Angola na Alemanha

Domingos Lopes - Diplomata

Domingas Seitas - ( Contra Inteligencia Militar ) Ex adida militar na Africa do Sul

Bento kangamba - ( Empresário )

Kito Mota

Conceição Matos - ( Empresária prima de França Ndalo )

Margarida Sebastião ( Guida ) Jornalista

Jinoveva Lino - Contra Inteligencia Militar especializada em Cuba ( Ex ministra da familia )

Jorge Humberto - ( Betinho )

David Jose Pedro ( Mandavid ) Asilado na Suecia

Hernani Leitão frequentou a escola dos servicos secretos na Russia

Rui Batalha - ( Oficial operativo da Contra Inteligencia Militar infiltrado na Sonangol )

Domingas Ceitas

Felix Mavakala - ( Oficial da Contra Inteligencia Militar )

Pedro Silva Vieira Dias

Fernando Gola ( Secretário no Conselho de ministro )

Dom Caetano - musico frequentou a escola dos servicos secreto em Cuba /Havana

Eugenio Escórcio

Manuel Francisco

Isabel Baião ( Financeiro )

Julio Velasco

Jorge Humberto - ( Betinho )

Celina Manuel Celita Celeste

Pedro Sebastião Mujimbo - Foi um dos bracos direito de Fernando Garcia Miala ( Adido militar na embaixada de Angola na Guine Equatorial)

Rosa Bequengue ( Financeira ) Sinfo

Henrique Futy

Pedro Silva Vieira Dias - ( Casado com uma das primas da primeira dama )

Celestino Andrade Sobrinho

Jose candido

Elias Augusto ex consulo de Angola na cidade de Berlin

Herlder Fernandes

Jorge Eurico - ( jornalista ) Semanário Angolense

Isabel Baião - ( Financeira de uma embaixada angolana )

Fernando Tati - Sinfo - adido de imprensa na embixada de Angola na Alemanha

Jorge Valentim ex quadro da Unita

Naty Correira - Empresária entre Benguela e China coordena um grupo de mulheres informantes dos servicos secretos

Ginoveva Lino

Luis Cadete

Francisca Lemos - Empregada na Sonangol

Evaristo M. Rocha

Regina Fernandes

Jorge da Conceição
Evalina Gloria - ( Eva )

Sonya Braga

Lucas Jose Manuel

Neliana Mangueira

Jão Marques Ntiama

Miguel Ramos

Jose Domingos Vumbi - ( Zeca Vumbi ) controla a rede interna de espionagem na Angola Telekom )

Fernando da Piedade ( Nandó ) Pr. da Assembleia Nacional

Rui Neves

Adriano Macay

Sebastiao Lopes

Nataniel Lopes Carbneiro

Job Kapapinha ex Governador de Luanda

kapapinha irmão - ( residente na Alemanha )

Sebastião Lopes

Manuel Delgado Perivaldo

Luís Cadete

Francisca da Cunha

Nelson Lourenço

Fernando Tati - ( Adido de imprensa e cultura da embaixada de Angola na Alemanha

Guido Castelo Branco - ( Diplomata ) ministro conselheiro na namibia
Domingos Lopes - ( Diplomáta )


Dilson Major - Estudante - ( Sinfo )

Olimpio Vina Vumbi - ( Dizem ser um dos filhos não reconhecido do nacionalista Fernando Vumby )

Isabel Lemos

Francisca Lemos - Sonangol - ( Sinfo ) Prima da primeira dama Isabel dos Santos

Raimundo Salvador

Rui Batalha infiltrado na Sonangol

Felix Mavacala

Minguito Fernandes

Biatriz Avias - ( Informante ) residente na Alemanha

Timoteo Barros

Indira Lemos

Claudia Mingas

Jinoveva Lino

Jãoa Gaspar

Domingos Ginga

Maya Matumona

Moises Kuanza

Biju Van- Dunen

Paulo Van Dunen ( Cita ) - Ex Sinfo envolvido em assassinato de figuras da Unita em Luanda

Pedro Sebastião Mujimbo - ( Adido militar da embaixada de Angola na Guiné Conacri ) sobrinho do general Pedro Sebastião .
Eugénio Laborinho - Menbro da ex-disa, actual Secretário de estado do interior

Sabe -se que ainda serão publicados 2046 nomes de operativos repartidos entre Angola e vários países da África, Ásia e America operando com várias fachadas nas embaixadas de Angola e circulo da comunidade angolana residente no estrangeiro nos tres continentes.

Fonte: encontrados em comentarios da Club K e Angonoticias: http://www.angonoticias.com/Artigos/item/44281/quem-salvou-a-unita-foi-o-mpla

http://club-k.net/index.php?option=com_content&view=article&id=19079:angola-preços-dos-combustiveis-sobem-46-4-a-partir-do-dia-27-de-setembro&catid=5:economia&Itemid=168

LUANDA: Advogado questiona cumprimento da convenção Internacional Por Angola

Advogado questiona cumprimento de Convenção Internacional por Angola

Angola assinou a Convenção na semana passada em Nova Iorque.
Georges Chikoti, ministro das Relações Exteriores de Angola.
Georges Chikoti, ministro das Relações Exteriores de Angola
Fonte: VOA
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
Angola assinou na passada semana em Nova Iorque a Convenção Internacional sobre o Desaparecimento Forçado de  Pessoas.
Advogado questiona cumprimento de tratado internacional 

O advogado Pedro Capracata  considera “impensável” que Angola venha a  cumprir as cláusulas constantes da Convenção.
O causídico angolano  disse que  a Convenção poderá funcionar apenas  em relação a cidadãos estrangeiros  e que para os nacionais  a  adesão de Angola  veio apen as para constar das estatísticas.
Caprataca argumenta que  a privação da liberdade aos cidadãos nacionais já faz parte da cultura da elite política angolana e africana em geral. 
A Convenção que  foi adoptada em 1992 considera desaparecimento forçado  a prisão,   detenção, sequestro ou qualquer outra forma de privação de liberdade perpetrada por agente do Estado, pessoas ou grupos de pessoas com autorização, apoio ou  anuência do Estado  e a subsequente recusa em admitir a privação  da liberdade ou ocultação do destino ou paradeiro da pessoa desaparecida, privando-a assim da protecção da lei.
O documento refere que nenhuma circunstância excepcional, seja de estado de guerra, instabilidade política interna  ou qualquer outra emergência pública, poderá ser invocada como justificativo para o desaparecimento forçado de pessoas.  
O documento de adesão foi assinado pelo ministro das Relações Exteriores, Georges Chokoti,  em nome do Estado angolano na sede das Nações Unidas e ocorreu à margem da 69ª sessão de debates da Assembleia-Geral da organização.

MAPUTO: Bens públicos utilizados pela FRELIMO no poder a 40 anos na campanha eleitoral em Moçambique Criam polémica

Uso de bens públicos em campanha eleitoral em Moçambique criam polémica

Um recente acórdão do Conselho Constitucional recomenda o combate ao uso de viaturas e outros meios do Estado em campanhas eleitorais.
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capoôpa
Em Moçambique, a utilização de bens do Estado durante a campanha continua a dar que falar.
Moçambique: Recursos públicos em campanha eleitoral dão que falar. 

Um recente acórdão do Conselho Constitucional recomenda o combate ao uso  de viaturas e outros meios do Estado em campanhas eleitorais, mas essas práticas ilícitas continuam a verificar-se um pouco por todo o país.
O jurista Francisco Matsinhe diz que compete à Frelimo garantir que seja cumprida a directriz sobre a utilização de bens públicos durante as campanhas eleitorais, interrogando-se quem é o funcionário público que já foi punido por essa prática.
Para Francisco Matsinhe, é fundamental que a sociedade pressione no sentido de se responsabilizar os prevaricadores por essas práticas ilícitas "que beneficiam o Partido Frelimo".
O sociólogo Rogério Sitoi é da mesma opinião, afirmando que há ministros, vice-ministros ou directores nacionais que sabem que há funcionários que estão a usar meios do Estado para fazer campanha eleitoral, mas não intervêm.
"A questão do uso de bens do  Estado é estrutural; quem aparece mais visível é o pessoal que está á base da pirâmide no Estado, mas esse pessoal tem responsáveis no topo da pirâmide, pelo que depende do posicionamento claro das lideranças do Estado sobre isso", afirmou Rogério Sitoi.
O CIP, uma instituição moçambicana de promoção da boa governação, transparência e integridade, diz que desde que começou a campanha eleitoral,  tem acompanhado vários casos de uso de bens do Estado, sobretudo viaturas, maioritariamente pelo partido Frelimo. "Temos também casos de utilização de instalações onde funcionam instituições do Estado para fazer campanha e  fixação de cartazes, este último envolvendo os outros partidos políticos", Teles Ribeiro.
Para o pesquisador do CIP para a área de eleições, esta instituição está muito preocupada porque a Polícia e a Procuradoria-Geral da República não tomam medidas contra essas práticas, sendo por isso que decidiu introduzir no seu programa de cobertura eleitoral a componente legal para responsabilizar criminalmente as pessoas que usam e abusam bens públicos.
O CIP diz também ter conhecimento de que alguns funcionários fecham instituições públicas para irem participar na campanha eleitoral do  Frelimo.
A VOA não conseguiu obter qualquer reacção da parte das autoridades policiais.




 

LISBOA: PS: António Costa vence de forma clara, seguro demite-se do cargo de secretário geral do partido socialista português após derrota nas diretas

PS: Costa vence de forma clara, Seguro demite-se de secretário-geral

António Costa venceu hoje de forma clara as eleições primárias que escolheram o candidato do PS a primeiro-ministro, num resultado que levou António José Seguro a anunciar a demissão do cargo de secretário-geral do partido.
MIGUEL A. LOPES/LUSA
LUSA/MIGUEL A. LOPES
Divulgação/Planalto De malanje Rio Capôpa
Lisboa, 28 set (Lusa) – António Costa venceu hoje de forma clara as eleições primárias que escolheram o candidato do PS a primeiro-ministro, num resultado que levou António José Seguro a anunciar a demissão do cargo de secretário-geral do partido.
Dados provisórios da Comissão Eleitoral das primárias, avançadas depois das 22:00, apontavam para uma vitória de António Costa com cerca de 70% dos votos, contra 30% de António José Seguro.
Segundo os mesmos dados provisórios divulgados pelo presidente da Comissão Eleitoral, Jorge Coelho, terão votado nas primárias 170 a 180 mil militantes e simpatizantes socialistas, numa taxa de participação superior a 70%.
António José Seguro antecipou-se à Comissão Eleitoral e, antes das 21:00, assumiu a derrota, felicitou António Costa pela vitória e anunciou a sua demissão de secretário-geral do partido.
"Cesso hoje as funções de secretário-geral do PS", declarou o líder socialista.
Seguro enalteceu o modelo de eleição escolhido pela sua direção – pela primeira vez os cidadãos que se inscreveram como simpatizantes, mais de 150.000, puderam participar na escolha de um líder partidário em Portugal – e deixou a garantia de que não se recandidatará nas próximas diretas, regressando à condição de militante de base a seguir ao Congresso.
Cerca de meia hora depois, foi a vez de António Costa fazer o seu discurso de vitória, no qual se mostrou satisfeito com a "força de vontade" que os militantes e simpatizantes mostraram ao votar em si, declarando que hoje é o "primeiro dia dos últimos dias" do Governo.
"Este é o primeiro dia de uma nova maioria de governo. É o primeiro dos últimos dias deste Governo", defendeu, antes de seguir para a sede nacional do PS, no Largo do Rato, onde foi cumprimentar Jorge Coelho, numa breve passagem de cerca de 15 minutos.
Também Alberto Martins, que apoiou António José Seguro nesta disputa interna, anunciou a sua demissão da liderança do Grupo Parlamentar socialista, uma decisão motivada por “razões pessoais e políticas” e que disse já ter comunicado a António Costa.
Depois de as primárias terem decidido o candidato do PS a primeiro-ministro, terão de ser convocadas eleições diretas para o cargo de secretário-geral e um congresso extraordinário para aprovar os novos órgãos do partido, um calendário que deverá começar a ser definido na próxima reunião da Comissão Política, marcada para terça-feira.
A presidente do PS, Maria de Belém, frisou que, no cumprimento dos estatutos, tudo será feito para acelerar o calendário para a transição de poder.
As eleições primárias foram uma iniciativa lançada por António José Seguro no final de maio, após António Costa se ter mostrado insatisfeito com a dimensão do triunfo do PS nas eleições europeias e de se ter manifestado disponível para avançar para a liderança deste partido.
SMA (PMF) // JPF