Senador italiano compara ministra negra a orangotango
AFP ROMA
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Um senador do partido da Liga do Norte comparou Cecile Kyenge, primeira ministra negra da história da Itália, a um orangotango, o que provocou a reação do chefe de Governo, Enrico Letta.
Um senador do partido da Liga do Norte comparou Cecile Kyenge, primeira ministra negra da história da Itália, a um orangotango, o que provocou a reação do chefe de Governo, Enrico Letta.
Sábado, durante uma reunião de seu partido em Treviglio (norte), o senador Roberto Calderoli, conhecido por suas declarações polêmicas, declarou que a ministra, de origem congolesa, Cecile Kyenge, "faz bem de ser ministra, mas deveria o ser em seu país (...) Eu me consolo quando navego na internet e vejo as fotos do governo. Adoro animais (... ), mas quando vejo imagens de Kyenge, não posso deixar de pensar em suas semelhanças com um orangotango, mesmo que eu não diga que ela seja um deles".
Essas declarações imediatamente repercutiram nas redes sociais, provocando uma onda de indignação.
Neste domingo, em um comunicado oficial, Enrico Letta reagiu pessoalmente: "As palavras que apareceram hoje na imprensa e atribuídas ao senador Calderoli sobre Cecile Kyenge são inaceitáveis e ultrapassam qualquer limite".
Tony Gentile - 13.ago.2011/Reuters | ||
Senador Roberto Calderoli, da Lega Nord |
Em um comunicado, ele também expressou "sua plena solidariedade e apoio à Cecile".
O presidente do Senado, Pietro Grasso, exigiu desculpas formais de Calderoli.
Cecile declarou neste domingo à agência de notícias Ansa que "não toma pessoalmente as palavras de Calderoli, mas elas me entristecem por causa da imagem que dão à Itália. "Eu acredito que todas as forças políticas devem considerar o uso que fazem da comunicação".
Em 2006, Calderoli precisou renunciar sob o governo Berlusconi após se exibir com um camiseta anti-islã sobre Maomé.
Desde sua nomeação, Kyenge precisou enfrentar várias manifestações hostis por parte da Liga do Norte, um partido aliado ao Povo da Liberdade de Silvio Berlusconi.
Desde sua posse, no final de abril, a ministra foi alvo de agressões verbais e até ameças de morte postadas em sites racistas e em sua página oficial no Facebook.
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