Jiang Jiemin, o homem forte do petróleo chinês, foi preso por corrupção
O seu filho esteve envolvido no despiste de um Ferrari nas ruas de Pequim no ano passado.
Divulgação: www.planaltodemalanjeriocapopa.blogspot.com
Jiang Jiemin, que tutelava as mais de cem empresas estatais de petróleo, foi preso em Pequim. Está a ser investigado e é suspeito de corrupção.
Jiang, de 58 anos, terá começado a ser investigado no ano passado, depois de o seu nome ter sido envolvido num aparatoso acidente com um Ferrari em Pequim. O seu filho seguia no carro conduzido por um amigo - e filho de outro alto funcionário do partido, Ling Jihua, que foi o chefe de gabinete do Presidente Hu Jintao. Por excesso de velocidade, o condutor perdeu o controlo do carro e embateu contra um muro, tendo morrido. Estava semi-nu, como uma das raparigas que também seguiam no automóvel; a outra estava nua.
Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, verbas da agência nacional de petróleo foram transferidas para as famílias das raparigas que ficaram gravemente feridas.
O Post adianta que a investigação a Jiang se prende com outra, que está a ser feita às actividades do antigo homem forte do petróleo e da segurança, e que foi uma das figuras mais influentes do partido comunista, Zhou Yongkang. Jiang, que iniciou a sua carreira de administrador no petróleo, era considerado um protegido de Zhou, que se reformou em Novembro mas foi também preso por suspeita de corrupção.
O Presidente Xi Jinping aprovou uma investigação considerada sem precedentes às actividades de Zhou quando este estava à frente do governo da província de Sichuan (de 1988 a 2002) e quando liderava a comissão do petróleo - neste último período Jiang Jiemin subiu vertiginosamente na hierarquia administrativa.
Jiang Jiemin era o director da SASAC - comissão de administração e supervisão das empresas estatais -, cargo para que foi nomeado já depois do acidente do filho. Até Março - quando houve mudança de líderes na China e Xi se tornou Presidente - tinha sido presidente do Petróleo Nacional Chinês e, anteriormente, da PetroChina (o ramo de Hong Kong).
A agência noticiosa estatal, a Xinhua, pôs em linha uma notícia breve sobre a detenção de Jiang dizendo que é suspeito de "graves violações disciplinares". Quatro administradores da PetroChina foram também presos por suspeita de corrupção.
Analistas chineses consideram estas investigações e prisões um primeiro passo de Xi Jinping e do primeiro-ministro Li Keqiang para enfraquecer os monopólios estatais em algumas áreas estratégicas da indústria chinesa. Li defendeu publicamente uma maior competição entre as empresas das indústrias chave, mas os administradores das poderosas empresas estatais ofereceram grande resistência a esta ideia do primeiro-ministro.
Um alto funcionário da empresa estatal do petróleo disse ao South China Morning Post, sob anonimato, que as investigações deixaram a empresa num caos que deve durar vários meses. "Este indivíduo do topo está a ser investigado e isso significa que muitos outros, de nível intermédio, podem ser implicados".
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