sexta-feira, 6 de outubro de 2017

LUANDA: A Choradeira do General Zé Maria

A CHORADEIRA DO GENERAL ZÉ MARIA


Nas próximas semanas, o presidente João Lourenço deverá passar à reforma alguns generais, entre os quais o chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), o famigerado general António José Maria “Zé Maria”, por limite de idade. O general tem 74 anos.
A sua reforma permitirá a reestruturação do SISM, que neste momento se encontra desarticulado, devido aos comportamentos bizarros do general Zé Maria. Com esta mudança, espera-se que o SISM venha a desempenhar um papel instrumental no reforço do papel de Angola nas questões de defesa e segurança da região dos Grandes Lagos e do Golfo da Guiné.
O general, que dá palestras diárias aos seus subordinados, ocupando-lhes grande parte do tempo de trabalho, preferiu há uma semana obrigá-los a ouvir o discurso da tomada de posse do novo presidente, João Lourenço. “Esse, agora, é o nosso presidente”, lamentou o general durante o acto, em tom lacónico.
Quando passavam as imagens de José Eduardo dos Santos a deixar o palácio presidencial para João Lourenço, o general Zé Maria, de acordo com os presentes, retirou-se para um canto, junto ao gabinete do seu ex-adjunto Zé Grande. Ali mesmo, sentado numa cadeira, Zé Maria deixou-se levar pelas lágrimas, e chorou desconsoladamente.
O general Zé Maria afirmou várias vezes, nas suas palestras internas, que só obedece a duas pessoas no mundo: Jesus Cristo e José Eduardo dos Santos.
Fontes do MPLA indicam que o general Zé Maria deverá juntar-se ao ex-chefe da Casa de Segurança do PR, general Manuel Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, tornando-se ambos reforços do gabinete do presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos.
Apesar de o ex-presidente ter anunciado que abandonaria também a presidência do MPLA em Abril do próximo ano, novas movimentações dão conta da sua intenção de permanecer no cargo por mais tempo. Há também uma contracorrente de veteranos do MPLA que o aconselham a sair em Abril, para permitir que João Lourenço governe sem a sua interferência ou a sua sombra.
Os generais João Pereira Massano, que já foi inspector do SISM, Zé Grande, actual chefe-adjunto do Estado-Maior General das FAA para Área Operativa, e Apolinário Pereira, cônsul-geral na Cidade do Cabo, são os nomes mais falados entre as escolhas de João Lourenço para a chefia do SISM.

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