quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

MAPUTO: Frelimo avança com nomes de candidatos á sucessão de Guebuza

Moçambique: Frelimo avança com nomes de candidatos à sucessão de Guebuza

Os três candidatos têm uma particularidade em comum: nenhum deles é do Sul.
Presidente Armando Guebuza
Presidente Armando Guebuza  Divulgação: Planalto De malanje Rio capôpa                                                                                                                         TAMANHO DAS LETRAS
 
Em Moçambique, a Frelimo indicou Alberto Vaquina, José Pacheco e Filipe Nyussi como candidatos à substituição de Armando Guebuza na presidência da república, mas os críticos do partido no poder em Moçambique, dizem que nenhum deles tem o perfil nem o carisma para ser chefe de estado.
Um destes três pré-candidatos, nomeadamente, José Pacheco, ministro da Agricultura e chefe da delegação do governo às negociações com a Renamo, Alberto Vaquina, actual primeiro-ministro e Filipe Nyussi, ministro da defesa, vai ser eleito candidato da Frelimo às eleições presidenciais de 2014, numa sessão do Comité Central do Partido, prevista para breve.

Os três candidatos têm uma particularidade em comum: nenhum deles é do sul, e a sua indicação surge numa altura em que aumentam as vozes contestando o facto de até aqui todos os presidentes de Moçambique serem do sul do país. Algumas dessas vozes surgem de dentro da própria Frelimo.

O analista Marcos Sitoi diz que não reconhece, em nenhum deles, um trajecto que tenham feito no país para merecerem esta escolha pela comissão política da Frelimo.

“Para mim, nenhum deles tem perfil para ser presidente de Moçambique”, disse Sitoi.
Entretanto, a Presidente da Liga dos Direitos Humanos, Alice Mabote, que não ficou surpreendida pela proposta, tem a mesma opinião e diz que Filipe Nyussi poderá ser o sucessor do presidente Armando Guebuza. “Ele é o mais provável de todos eles”.

Na sua opinião, Moçambique está a copiar o modelo angolano, “porque, como se sabe, José Eduardo dos Santos chegou ao poder, em Angola, nas mesmas circunstancias que em Moçambique. Filipe Nyussi, ao atacar a Renamo, estava a assumir um compromisso, disseram-lhe faça isso para abrir o caminho”.
Mabota disse ainda que o facto de nenhum dos três pré-candidatos ser do sul de Moçambique , isso nao é relevante, porque as pessoas devem ser eleitas tendo em conta a competência e o carisma.

CABINDA: Pároco desaparece em Cabinda e abre crise na diocese católica

Pároco desaparece em Cabinda e abre crise na Diocese Católica

Diocese volta a ser abalada com a tentativa de assassinato do pároco da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, Carlos Maria Mbambi, por elementos até agora desconhecidos.
Dom Filomeno de Nascimento Vieira Dias Dom Filomeno de Nascimento Vieira DiasDivulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
TAMANHO DAS LETRAS 

O incidende, segundo se apurou, não foi entretanto comunicado à policia.

Apesar da informação não ter sido confirmada nem desmentida pela hierarquia da Igreja Católica local, a tentativa de assinato ao sacerdote está sendo associada a alegadas divergências que terão existido entre Carlos Mbambi e o bispo da Diocese de Cabinda Dom Filomeno de Nascimento Vieira Dias.

O bispo de Cabinda, segundo os catequistas da paróquia, ouvidos pela Voz da America, terá realizado sucessivos actos de suspensão de obras que o sacerdote iniciou naquela comunidade.

Nas mesmas circunstâncias, Dom Filomeno Vieira Dias, segundo os catequistas confiscou sem qualquer esclarecimento o colégio e as instalações da comunidade das Irmãs Predilectas de jesus, na cidade de Cabinda, construído pelo sacerdote com fundos obtidos por doações.

Os catequistas manifestaram espanto pelo facto de Dom Filomeno, mesmo depois de ter sido interpelado por fiéis daquela comunidade religiosa, ter mandado suspender sem explicações as obras de construção de um santuário para adoração.

Deploram ter sido igualmente vetada a realização de obras de reabilitação de uma residência para madres e a construção de um edificio para o funcionamento da cede paroquial.

Entretanto, contactado pela Voz da América, o porta voz da Igreja de Cabinda padre Francisco Nionge desmentiu a informação posta a circular, qualificando-a de infundada.

O porta-voz da igreja disse que o padre desaparecido terá deixado uma carta na igreja cujo conteudo não foi tornado público.

Francisco Ninge prometeu entretanto, sem avançar datas, um pronunciamento oficial da igreja sobre os factos.

Recorda-se que Carlos Mbambi  foi o artífice na tomada de posse do bispo Dom Filomeno Vieira Dias, enfrentado os seus colegas do clero que rejeitavam a nomeação de um bispo não natural do enclave.

Pelo papel assumido, o sacerdote passou a ser perseguido pelos fiéis da Igreja Catolica local e ameaçado de morte.

Em 2006, o sacerdote voltou a sofrer  uma segunda tentativa de tentativa de assassinato depois de ter sobrevivido a uma primeira em 1990.

Carlos Mbambi constava na lista dos candidatos à substituição de Dom paulino Madeca, mas terá sido preterido, como foram os casos do padre Casimiro Congo e Raul Tati por alegadamente alimentar ideais independentistas.

O sacerdote está desaparecido desde o passado dia 5 de Outubro.

CABINDA: Desaparecimento de bispo de Cabinda abre nova crise

Manchetes da VOA: Desaparecimento de bispo de Cabinda abre nova crise


Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
12.12.2013
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TAMANHO DAS LETRAS 
Tentativa de assassinato de bispo abre nova crise na Diocese de Cabinda. Bispo continua desaparecido

Parlamento angolano aprova Orçamento de Estado para 2014 com votos contra da oposição

Bloco Democrático denuncia que assassino de activista da CASA-CE não foi levado à justiça

Frelimo apresenta pré-candidatos às eleições presidenciais de 2014

Liga dos Direitos Humanos de Moçambique critica actuação do PGR

Angola concede empréstimo a São Tomé e Príncipe 180 milhões de dólares

TAP suspende voos para Bissau

Relembrando Mandela, falaremos da Robben Island

Teremos ainda a Dra. Nídia e Desporto

Oiça o programa às 17:00 (UTC)

MAPUTO: Carta berta para o presidente ditador do feudo moçambicano

Carta aberta ao Presidente de Moçambique

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Carlos Nuno Castel-Branco, coordenador do grupo de investigação sobre economia e desenvolvimento do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE)Carlos Nuno Castel-Branco, coordenador do grupo de investigação sobre economia e desenvolvimento do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE)Divulgação: Planalto de malanje Rio capôpaSenhor Presidente, você está fora de controlo. Depois de ter gasto um mandato inteiro a inventar insultos para quem quer que seja que tenha ideias sobre os problemas nacionais, em vez de criar oportunidades para beneficiar da experiência e conhecimentos dessas pessoas, agora você acusou os media de serem culpados da crise política… nacional e mandou atacar as sedes políticas da Renamo.
A crise político-militar que se está a isntalar a grande velocidade faz lembrar as antecâmaras do fascismo. Em situações semelhantes, Hitler e Mussolini, Salazar e Franco, Pinochet e outros ditadores militares latino-americanos, Mobutu e outros ditadores africanos, foram instalados no poder, defendidos pelo grande capital enquanto serviam os interesses desse grande capital, e no fim cairam.
Será que você, senhor Presidente, se prepara para a fascização completa do País? Destruir a Renamo, militarmente, é um pretexto. Fazer renascer a guerra é um pretexto. Parte do problema dos raptos – não todo – e do crime e caos urbano é um pretexto. Permitir a penetração da Al Quaeda em Moçambique é um pretexto. Pretexto para quê? Para suspender a constituição e aniquilar todas as formas de oposição, atirando depois as culpas para os raptores e outros criminosos e terroristas, ou para aniquilá-los em nome da luta pela estabilidade.
Senhor Presidente, você pode estar a querer fascizar o País, mas não se esqueça que a sua imagem e a do seu partido estão muito descredibilizadas – por causa de si e do seu exército de lambe botas. E essa credibilidade não se recupera com palavars e com mortos. Só se pode recuperar com a paz e a justiça social. O que prefere, tornar-se num fascista desprezível e, a longo prazo, vencido? Ou um cidadão consciente e respnsável que defendeu e manteve a paz e sugurança dos cidadãos, evitando a guerra e combatendo o crime?
Senhor Presidente, você tem que ser parte da solução porque você é uma garnde causa do problema. Ao longo de dois mandatos, quem se rodeou de lambe botas que lhe mentem todos os dias, inventam relatórios falsos e o assessoram com premissas falsas? Quem deu botas a lamber e se satisfez com isso, com as lambidelas? Quem se isolou dos que realmente o queriam ajudar por quererem ajudar Moçambique e os moçambicanos, sem pretenderem usufruir de benefícios pessoais? Quem preferiu criar uma equipa de assessores estrangeiros ligados ao grande capital multinacional em vez de ouvir as vozes nacionais ligadas aos que trabalham honestamente? Quem insultou, e continua a insultar, os cidadãos que apontam problemas e soluções porque querem uma vida melhor para todos (meamo podendo estar errados, honestamente lutam por uma vida melhor para todos)?
Quem acusa os pobres de serem preguiçosos e de não quererem deixar de ser pobres? Quem no principio e fim dos discursos fala do maravilhoso povo, mas enche o meio com insultos e desprezo por esse mesmo povo?
Quem escolheu o caminho da guerra e a está a alimentar, mesmo contra a vontade do povo maravilhoso? Quem diz que a guerra, e o desastre humanitário a ela associado, é um teste à verdadeira vontade de paz do povo maravilhoso? Por outras palavras, quem faz testes politicos com a vida do povo maravilhoso? Quem deixa andar o crime, a violência e a pobreza, quem deixa andar a corrupção, o compadrio e as associações criminosas? Quem nomeia, ou aceita a nomeação, de um criminoso condenado a prisão maior para comandante de uma das principais forças policiais no centro do país?
Quem se apropria de toda a riqueza e ao povo maravilhoso oferece discursos e dessse maravilhoso povo quer retirar (ou gerir, como o senhor diz) qualquer expectativa? Quem só se preocupa com os recursos que estão em baixo do solo, mandando passear as pessoas,os problemas e as opções de vida construídas em cima desse solo? Quem privatiza os benefícios económicos e financeiros dos grandes projectos, e depois mente dizendo que ainda não existem?
Quem se defende nos media internacionais dizendo que passou todos os seus negocios para os familiares enquanto é presidente – e quem é suficientemente idiota para aceitar isto como argumento e como defesa?
Quem divide moçambicanos em termos raciais e étnicos, regionais e tribais, religiosos e políticos – já agora, o que são moçambicanos de gema? Serão os autómatos despersonalizados e ambiciosos que nascem das gemas dos seus patos? O que são moçambicanos de origem asiática, europeia ou africana – são moçambicanos ou não são?
Quem ficou tão descontrolado que hoje acusa os media de serem criadores do clima que se vive no país – foram os media que se apropriaram das terras, iniciaram uma guerra, deixam andar o crime urbano e foram pedir conselhos ao Zé Du? Que tipo de media você quer? Um jornal noticias que não tem uma referência destacada a três grandes manifestações populares pela paz e seguranca e justiça social que aconteceram ontem no nosso país, embora tenha uma noticia sobre manifestações contra violações no Quénia? Porque é que as manifestações dos outros são verdade e as nossas mentira?
E, já agora, senhor Presidente, pode esclarecer-nos quem matou Samora?
Senhor Presidente, você não merece representar a pérola do Indico nem liderar o seu povo maravilhoso. E desmerece-o mais cada dia. Você foi um combatente da luta de libertação nacional e um poeta do combate libertador, mas hoje não posso ter a certeza que liberdade e justiça tenham sido seus objectivos nessa luta heróica.
O povo maravilhoso, ontem, prestou homenagem a Mocambique, a Mondlane e Samora, aos valores mais profundos da moçambicanidade cidadã e da cidadania moçambicana. Foi bonito ver as pessoas a manifestarem-se por causas justas comuns, a partilharem a água e as bolachas, a abraçarem-se e distribuirem sorrisos, a apanharem o lixo que uma tão grande multidão não poderia deixar de criar. Foi bonito ver quão bonitos e cívicos Moçambique e os moçambicanos, na sua variedade, são. Foi bonito ver os cidadãos aplaudirem a polícia honesta e abraçarem os seus carros, e os polícias absterem-se de atacar os cidadão. Foi bonito ver que conseguimos juntar uma multidão consciente, cívica e honesta, que o seu porta voz partidário, Damião José, foi incapaz de desmobilizar. Foi bonito ver a bandeira e o hino nacionais a cobrirem todos os moçambicanos, moçambicanos que são só moçambicanos e nada mais.
E no seu civismo e afrimação da cidadania moçambicana, esta multidão para si só tinha três palavras: “fora, fora, fora”. Tenha dignidade e, pelo menos uma vez na vida, respeite os desejos do povo. Reuna os seus patos e saia, saia enquanto ainda há portas abertas para sair e tempo para caminhar. Não tente lutar até ao fim. Isso só vai trazer tragédia, mortes e sofrimento para todos e, no fim, inevitavelmente, você e todos os outros belicistas, criminosos e aspirantes a fascistas, sejam de que partido forem, serão atirados para o caixote do lixo da história. Saia enquanto é tempo, e faça-o com dignidade. Ninguém se esquecerá do que você fez – de bem e de mal – mas perdoa-lo-emos pelo mal por, pelo menos no fim, ter evitado uma tragédia social e saído com dignidade.
Que, pelo menos, o seu último acto seja digno e merecedor deste povo maravilhoso. E, enquanto se prepara para sair, por favor devolva ao país e ao Estado a riqueza de que você, a sua família e o seu grupo de vassalos e parceiros multinacionais se apropriaram. Leve os seus patos mas deixe o resto. E, por favor, use as presidências abertas, pela última vez, mas para se despedir, pedir desculpas e devolver a riqueza roubada.
Saia, senhor Presidente, enquanto ainda é suficientemente Presidente para sair pelas suas próprias pernas.
Você sabe, de certeza, o que quer dizer “A Luta Continua!” Então, saia.
E não perca tempo a abater ou mandar abater ou encorajar a abater ou deixar abater alvos seleccionados, sejam eles quem forem. O sangue de cada um desses alvos só vai engrossar ainda mais o rio em cheia que o atirará a si, e seus discípulos, como carga impura, para as margens do rio poderoso fertilizadas pela luta popular. O povo não morre, e é o povo, não um alvo seleccionado, seja quem for, quem faz a revolução. Não se esqueça que a fúria do rio em cheia é proporcional à água que nele flui e à pressão que sobre ele exercem as margens opressoras.
Senhor Presidente, não tente fascizar Moçambique. Se o fizer, pode levar tempo, podem muitas vidas ser encurtadas pelas suas forças repressivas de elite, mas se seguir este caminho, você sairá derrotado. A história não perdoa.
Adeus, senhor Presidente, vá descansar na sua quinta com a sua família e dê à paz e à justiça social uma oportunidade nesta pérola do Índico e em benefício do seu maravilhoso povo. Por favor.
Não lhe queremos mal. Mas, acima de tudo, queremos a paz e que os benefícios do trabalho fluam para todos.
Por  Carlos Nuno Castel-Branco

LONDRES: Nelson Mandela não foi um Santo

Nelson Mandela não foi um santo


Morre Mandela
SIMON JENKINS
DO "GUARDIAN"
Divulgação: Planalto De malanje Rio capôpa
12/12/2013
Já basta. A publicidade da morte e do funeral de Nelson Mandela tornou-se absurda. Mandela foi um líder político africano com qualidades que foram apropriadas para um momento crucial nos assuntos de seu país. Foi apenas isso, e isso foi o suficiente.
No entanto, sua reputação foi parar entre ladrões e cínicos. Sequestrado por políticos e celebridades que vão de Barack Obama a Naomi Campbell e Joseph Blatter, foi preciso endeusá-lo para que outros pudessem ser iluminados por sua glória.
Nesse processo, ele foi desumanizado. Ouvimos falar tanto sobre a banalidade do mal. Às vezes deveríamos perceber a banalidade do bem.
Parte disso se deve à mecânica grosseira da mídia. Milhões de dólares foram desembolsados nos preparativos para a morte de Mandela. Profissionais foram despachados, quartos de hotel foram reservados, cabanas foram alugadas em vilarejos do Transkei.
Teria sido possível construir hospitais com os valores que devem ter sido gastos. A mídia inteira enlouqueceu.
Na semana passada vi um apresentador da BBC, gemendo de tédio, pedir a um convidado que comparasse Mandela a Jesus. Consta que a emissora já teria recebido mais de mil queixas sobre a cobertura excessiva. Estaria ela se preparando para uma ressurreição?
Mais séria é a obrigação que o culto ao evento de mídia deveria ter com a história.
Quando eu visitava a África do Sul e escrevia sobre o país durante os últimos anos do governo branco, na década de 1980, tinha consciência aguda de que a grande luta não se dava tanto entre os sul-africanos brancos e o CNA de Mandela, cujos líderes estavam na prisão ou no exílio, mas dentro do próprio campo dos africâneres.
Não era uma rebelião contra uma potência estrangeira. Era um conflito potencial entre uma maioria impotente e uma minoria potente, no qual a probabilidade de a última ceder diante da primeira parecia ser mínima --e desnecessária no curto prazo.
O primeiro herói dessa luta foi o então primeiro-ministro, F.W. de Klerk. A compreensão de que seu grupo deveria ceder o poder a um governo negro foi uma conversão moral, tanto quanto ato de "realpolitik".
Os africânderes capitularam não porque alguma força poderosa (como as sanções) os tivesse esmagado, nem devido à mais importante queda da Rodésia e do império português. Seus padres e intelectuais lhes disseram que o apartheid tinha perdido a discussão.
Os africâneres tinham perdido a vontade política [de continuar com o apartheid]. O apartheid tinha sido "um erro terrível", disse De Klerk. Mesmo assim, a tarefa de passar para um governo da maioria negra era hercúlea, e o êxito estava longe de garantido.
Um homem menor que De Klerk poderia ter levado a batalha adiante por mais uma década, com cada vez mais sangue derramado. Mas sua revolução tribal teve êxito, como foi bem relatado pelo historiador do nacionalismo africânder Hermann Giliomee.
Mandela foi crucial para a tarefa de De Klerk. Ele era um aristocrata africano, alguém que articulou as aspirações de seu povo, um reconciliador, alguém que perdoou males passados.
Mandela parecia encarnar a travessia da divisão racial, com isso viabilizando a tarefa quase impossível de De Klerk. Lançando olhares nervosos para Desmond Tutu e outros, os sul-africanos brancos juravam que Mandela era o único líder negro que os fazia sentir-se em segurança.
A África do Sul em 1993 não era nenhum paraíso de férias pós-colonial. Era uma barganha entre um grupo de tribos e outro grupo. Apesar de todas as crueldades da luta armada, derramou-se surpreendentemente pouco sangue.
A África do Sul não foi um Paquistão, um Sri Lanka ou um Congo. A ascensão do governo da maioria no país foi um dos momentos mais nobres da história africana. O Nobel da Paz resultante foi dividido de maneira justa por Mandela e De Klerk, fato que foi ignorado por quase todos nos obituários desta semana que passou.
Houve dois homens justos na Cidade do Cabo em 1990.
A história humana pode ter sede de mitos, mas precisa saber que é isso o que eles são. Certa vez eu discuti com a escritora Jan Morris, me posicionando contra a bobagem atribuída a Owen Glendower por alguns galeses.
Morris protestou que a "verdade" na história é o que as pessoas acabam por acreditar que é a verdade. Todas as tribos necessitam de lendas, para melhor consolidar sua identidade. As lendas não são feitas para ser verdade.
Mas a história é uma disciplina, não uma fé. O mundo pode ter sede de um "ícone do tipo de Mandela", mas com que finalidade? Que veículos sérios de mídia discutam Mandela ao lado de Madre Teresa, Gandhi e Jesus de Nazaré é pura e simples sandice.
Ele foi Nelson Mandela. Depois de assistirem a seu ex-presidente ser banhado em virtude e ter sua glória extraída para ungir uma multidão de celebridades mundiais, os sul-africanos deveriam repatriar sua reputação.
Mandela lhes prestou um serviço ímpar por alguns anos breves na década de 1990, e, se lhes convém reverenciá-lo como símbolo de unidade, bondade e paz, que assim seja. Isso é questão deles.
Mas a característica sul-africana que eu me recordo de Mandela possuir em plena medida não era a santidade --era um senso de ironia temperada. Duvido que neste momento ele esteja usando o halo de lata que a mídia lhe forjou. Aposto que está dando gargalhadas.

MAPUTO: Regime moçambicano da FRELIMO está em cinzas provocadas pelas queimaduras adversas adquiridas pela incoerente atitude antidemocrática do ditador mirim Armando Guebuza. Moçambique pertence a todos moçambicanos que apenas buscam justiça social e mais democracia.

Responsáveis de jornais moçambicanos chamados à justiça por publicarem críticas a PR

Presidente de Moçambique GuebuzaPresidente de Moçambique GuebuzaDivulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa11/12/2013
Responsáveis de dois jornais moçambicanos foram hoje notificados pela Procuradoria-Geral da República para interrogatórios por causa de publicarem uma carta de opinião em que se acusa o Presidente da República de pretender instalar o fascismo
O Canal de Moçambique e MédiaFax, editados em Maputo, publicaram uma opinião do economista moçambicano Castel-Branco, em que se questiona se o chefe de Estado, Armando Guebuza, pretende instalar o fascismo no país, acusando-o de ser responsável pela atual crise política e militar em Moçambique.
"A crise político-militar que se está a instalar a grande velocidade faz lembrar as antecâmaras do fascismo. Em situações semelhantes, Hitler e Mussolini, Salazar e Franco, Pinochet e outros ditadores militares latino-americanos, Mobutu e outros ditadores africanos, foram instalados no poder, defendidos pelo grande capital enquanto serviam os interesses desse grande capital, e no fim caíram", lê-se na carta, que os dois jornais retiraram da conta de Facebook do autor.
LUSA

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

LUANDA: MPLA diz atravez do seu boca de alugues que não teme fórum de cooperação da oposição, apenas demonstra a ignorancia do macaco de repetição que a megalomania de JES afeta até aqueles membros de pequena grandeza que apareceram oportunisticamente no partido dos camaradas.

MPLA não teme fórum de cooperação da oposição

Forum é manobra da UNITA que "não tem ideias", segundo João Pinto
Sem medo. João Pinto deputado do MPLASem medo. João Pinto deputado do MPLAFonte: Manuel José VOADivulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa11.12 2013
TAMANHO DAS LETRAS 

O MPLA minimizou a importância do anunciado fórum de cooperação dos partidos da oposição.

O quarto vice-presidente da bancada parlamentar do partido no poder, João Pinto, disse que o MPLA não teme qualquer plataforma de forcas opositoras porque, segundo disse, a maioria dos angolanos acredita no MPLA.

Na terça-feira, 11, cinco partidos políticos na oposição, três com assento parlamentar - UNITA, CASA-CE e FNLA - e dois sem representação na Assembleia Nacional - Bloco Democrático e PDP-ANA - decidiram fazer uma concertação pontual, para falar sobre os Direitos Humanos no país.

De acordo com o porta-voz do fórum, Raul Danda, a concertação é aberta e no futuro poderá  alargar-se à discussão sobre outros assuntos que preocupam os cidadãos.

Os partidos, disse Danda, vão realizar “oportunamente um fórum com vista a aprofundar a temática da discriminação política e que dele saia um programa de actuação sistemática, para cada caso concreto".

Também ficou acordado que esta plataforma vai tentar prosseguir na luta contra todos os obstáculos da democracia no país.

Os partidos da oposião  vão "manter a sua disposição em continuar a luta democrática de forma pacifica firme e consequente".

Para o MPLA este tipo de fórum dos partidos na oposição em Angola já não 'e nenhuma novidade.

No meio de risadas João Pinto disse que o mesmo já tinha sido tentado em 1992.

O quarto vice-chefe da bancada parlamentar do MPLA João Pinto assegura que este tipo de actuação não amedronta o seu partido.

"Setenta e dois porcento do eleitorado concorda e confia no MPLA e portanto não há que temer nada", disse

Pinto atribui a iniciativa à UNITA que, para ele, procura passar para outros partidos os seus ressentimentos de fracasso político.

"A UNITA procura vitimizar-se e vai manipulando quem não tem ideias, a UNITA fez a guerra recalcado historicamente nunca fica satisfeito com os frutos do país," conclui João Pinto.