quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

ARISON: Maior bilionária de Israel prega valores como "paz interior" nas suas empresas

Maior bilionária de Israel prega valores como “paz interior” nas suas empresas

"Pensar bem, falar bem e fazer o bem": eis o tripé que, aparentemente, tem ajudado a aumentar os lucros
Fonte: Forbes
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
15.01.2014

Reprodução FORBES
Reprodução FORBES
Shari Arison, uma mulher pequena com um comportamento calmo, aprendeu que, para passar uma mensagem de maneira eficaz, é preciso simplificar as coisas. A empresária, bilionária e filantropa, contou à FORBES durante uma recente visita a San Francisco que, antes, sua mensagem era "garanta a existência humana", mas nem todo mundo entendia o que ela queria dizer. Em 2009, ela retrabalhou sua visão para "faça o bem". Ou, mais especificamente, "pense bem, fale bem e faça o bem".
Seu livro lançado em 2013, “Activate Your Goodness: Transforming the World Through Doing Good” (“Ative Sua Bondade: Transforme o Mundo Fazendo o Bem”, em tradução livre), explica a gênese do mantra "Fazendo o bem".
Sua riqueza é extensa. Como a filha do fundador da Carnival Cruise Lines, Ted Arison, ela herdou cerca de US$ 2,4 bilhões em ações, além de ter construído e investido em outros negócios, que levam o seu patrimônio líquido para US$ 4,7 bilhões.
Shari é proprietária de quase 25% do Hapoalim, um grande banco de Israel, bem como de uma empresa de sal e da empresa de infraestrutura hídrica Miya. A bilionária desenvolveu a estratégia “Fazendo o bem” para as suas companhias, com 13 valores, incluindo alguns que não são regularmente associados ao comércio, como "existência", "vitalidade", "cumprimento" e "paz interior".
Durante a infância, enquanto seus pais trabalhavam, ela foi criada pela governanta, Marie. Shari ficou devastada quando, aos nove anos, sua família se mudou de Nova York para Miami sem Marie. Tempos depois, seus pais se divorciaram.
A bilionária, aos 57 anos, casou e se divorciou três vezes e teve quatro filhos. Ela não entra em detalhes sobre suas lutas, tanto pessoalmente quanto em seu livro, mas fica claro, a partir de seus escritos, que ela procura uma maneira de se sentir melhor com ela mesma e com os outros.
Em 2005, Ofer Glazer, seu terceiro ex-marido, foi condenado em Israel por assédio sexual a duas mulheres, incluindo uma enfermeira contratada para cuidar de Shari. O inesperado é que o caminho da bilionária em fazer o bem e pensar o bem acabou sendo muito aplicado em suas empresas.
Quando pergunto como esses valores podem afetar um empreendimento, ela puxa um cartão de aproximadamente 4 centímetros de sua bolsa, com um gráfico mostrando os crescentes lucros da empresa de construção Shikun & Binui, ds qual também é proprietária. Seu ponto: abraçar seus valores é um bom negócio.
Shari agora está em uma jornada para implementar os 13 valores de sua estratégia “Fazendo o Bem” em todas as áreas das empresas em que investiu e que, juntas, operam em 40 países, nos cinco continentes. Um dos principais valores é a sustentabilidade.
A Shikun & Binui passou a erguer apenas edifícios sustentáveis, com o uso de materiais verdes, sendo eficiente da energia, reduzindo o consumo de água e empregando energia solar.
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LUANDA: Ausência de universidades angolanas entre as melhores de África fere o orgulho nacional

Ausência de universidades angolanas entre as melhores de África fere o orgulho nacional

A ausência de universidades angolanas na lista das 100 melhores instituições universitárias africanas, está a alimentar uma controvérsia nacional e tem sido tema de acesos debates.
Universidade Agostinho Neto - Luanda, Angola
Universidade Agostinho Neto - Luanda, AngolaPor: Manuel JoséFonte: VoanewsDivulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
TAMANHO DAS LETRAS 
O facto de nenhuma universidade angolana constar entre as cem melhores de África, num ranking internacional publicado recentemente gerou controvérsia entre as analistas da Luanda Antena Comercial.

A jurista e professora universitária Ana Paula Godinho diz ter se indignado quando reparou que até Moçambique conseguiu colocar uma universidade entre as cem melhores de África.

"Eu manifestei a minha preocupação pelo facto de nenhuma universidade angolana estar no ranking das cem melhores de África sobretudo porque vi a Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique) que em termos práticos pertence a um país com menos riqueza que o nosso."

A economista e Reitora de uma Universidade angolana, Laurinda Hoygard manifestou desagrado pela forma como estes rankings são elaborados. Hoygard diz verificar avanços significativos das nossas universidades que os rankings ignoram.

"Eu tenho opinião que em Angola se tem progredido bastante sob ponto de vista do Ensino Superior."

A ideia de que as universidades angolanas não são boas é errada na óptica da Reitora da Universidade Privada de Angola.

"Nós não podemos agora considerar que efetivamente nós somos muito maus, de uma maneira geral as universidades angolanas fazem pesquisas interessantes."

Posição prontamente discordada pela analista política e social Alexandra Simeão.

"Oh Laurinda! Nós não estamos a falar da sua posição como reitora, estamos a falar da posição de indivíduos das universidades e que chegam cá fora e contam tudo, não podemos fingir que não ouvimos."

E o que se ouve, diz Simeão não abona em nada em favor das universidades angolanas.

"Continuamos a ouvir que as matrículas compram-se, as teses são compradas e encomendadas, as vezes são cópias, professores sem qualificação suficiente para darem determinadas cadeiras, assim dificilmente se obtém a excelência."

MAPUTO: Policia questiona Alice Mabota

Moçambique: Polícia questiona Alice Mabota

Alice Mabota, está em rota de colisão com a polícia desde a manifestação realizada em Outubro passado.
 Maputo: Manifestação de 31 Outubro de 2013
Maputo: Manifestação de 31 Outubro de 2013

TAMANHO DAS LETRAS
 
Por: Simião Pongoane
Fonte: Voanews
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
A presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, Alice Mabota, foi chamada hoje à Polícia de Investigação Criminal por causa de uma mensagem que circula no país apelando a uma manifestação contra o presidente Armando Guebuza.  A polícia suspeita que Alice Mabota seja a autora da mensagem, mas ela desmente.
A Presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, Alice Mabota, está em rota de colisão com a Polícia desde a manifestação realizada em Outubro último nos principais centros urbanos do País contra a tensão política e raptos ou sequestros em Moçambique.

Hoje, Alice Mabota foi chamada para Polícia de Investigação Criminal por causa de uma mensagem que circula no País apelando para manifestação de protesto contra o Presidente Armando Guebuza, acusado de levar o país ao abismo, depois de vinte anos de paz e estabilidade. A Polícia suspeita Alice Mabota como sendo autora da referida mensagem veiculada através de telefonia móvel e redes sociais. Mas a Presidente da Liga dos Direitos Humanos nega a autoria da mensagem.

Para Alice Mabota, o poder está a procura de razões para adiar “sine die” as eleições gerais e presidenciais de 15 de Outubro próximo e prolongar o segundo e último mandato de Armando Guebuza que expira no final deste ano.

Segundo Alice Mabota, a sua única culpa é ter liderado a grande manifestação de Outubro do ano passado promovida pela Liga dos Direitos Humanos em parceria com outras organizações da e outras da sociedade civil contra a tensão político-militar e raptos ou sequestros que aterrorizam a sociedade.

Entretanto, o jornal Canal de Moçambique reporta na sua edição desta Quarta-feira, que a Frelimo está a organizar uma manifestação de apoio ao Presidente Guebuza a ter lugar este fim-de-semana na cidade de Maputo.

Segundo o semanário, os organizadores estão a mobilizar funcionários públicos dos distritos para lavarem a imagem do Presidente Guebuza manchada pela falta de solução para os ataques armados da Renamo.

Aliás ainda hoje, as milícias armadas da Renamo atacaram em Sofala um autocarro que estava numa escolta militar, matando uma pessoa e ferindo outras cinco. O cenário da guerra é real é Moçambique. Quase todos os dias, as milícias armadas da Renamo matam e ferem pessoas nas províncias de Sofala, Nampula e Inhambane.

LUANDA: Ditador angolano ordena a detenção do antigo ministro do interior Sebastião Martins, que também foi o chefe da Segurança de Estado SINSE

 Ordenada detenção de Sebastião Martins

    Lisboa  - O Presidente José Eduardo dos Santos deu aval para detenção do ex- Chefe do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado, Sebastião José Martins em consequência dos assassinatos dos activistas  Alves Kamulingue e Isaías Cassule.

 Fonte: Club-k.net
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
15.01.2014
Martins pertence a classe do generalato, com a patente de Comissário-Chefe e estes só podem ser detidos com o consentimento   do comandante-em-chefe, a menos que tenham sigo flagrados  numa  anomalia.

A aprovação da detenção do ex- patrão da secreta angolana surgiu no seguimento de  um interrogatório ao qual o delegado do Serviço de Inteligência  e Segurança de Estado (SINSE) em Luanda, António Manuel Gamboa Vieira Lopes depôs dizendo que ele e os seus colegas receberam a ordem de execução dos dois ativistas por telefone e dadas pelo  seu antigo superior hierárquico via telefone.

 Sebastião Martins que neste preciso momento  se encontra nos Estados Unidos da América  foi ordenado  na  manha desta  Terça-feira  que regressasse imediatamente ao país para tratar de um alegado  “assunto  de serviço”.

O mesmo deverá ser colocado na cadeia de São Paulo. Na manha de terça-feira, foram visto trabalhadores a  pintar e arranjar duas celas (pinturas, casas de banho, portas, janelas, camas etc.) para receberem Sebastião Martins e o Comissário Dias do Nascimento, Segundo comandante da polícia de Luanda,   que no dia da execução orientou os disparos mortais  contra Alvés Kamulingue.

Em meios de inteligência angolana, há fortes  suspeitas de que o delegado do SINSE, António Vieira Lopes terá sido persuadido  pelas autoridades no sentido  de  apresentar uma versão a implicar o antigo Chefe da Secreta, Sebastião Martins, no sentido de salvaguardar a imagem de um alto dirigente do BP do MPLA, estava a ser identificado como o mandante da operação.  

Autoridades procedem com mais  detenções

As autoridades judiciais angolanas prenderam preventivamente, na manha desta terça-feira (14), em Luanda, mais quatro agentes dos órgãos de Segurança de Estado implicados no assassinato dos ativistas Isaías Cassule e Alves Kamulingue, em 2012.

Os novos detidos são António Manuel Gamboa Vieira Lopes, delegado do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado em Luanda; Manuel Miranda, chefe da Investigação Criminal da Ingombota, Luís Miranda, chefe dos Serviços Sectores do Comando de Divisão da Ingombota e um investigador identificado por “Osvaldo”. Todos eles estão na comarca de Viana.

O quarteto  encontravam-se já na condição de arguidos, embora em liberdade desde os primeiros  interrogados procedidos pela Procuradoria Geral da República.

Os mesmos deverão juntar-se na cadeia  outros colegas que se encontram detidos desde a primeira etapa do processo.

A saber

1- Tcheu - ex-chefe de escolta do governador de Luanda, Bento Bento,
2 - Paulo Mota, delegado adjunto do SINSE/Luanda;
3 - Francisco Pimentel Tenda Miguel, tcp Kiko, agente DPIC
4 - A.Loy, agente SINSE/Luanda; Todos os acima mencionados encontram-se na cadeia do São Paulo, em Luanda
5 - Lourenço Sebastião, chefe do SINSE/Viana
6 - Tucayanu, agente SINSE/Luanda
7 - Fragoso, agente SINSE/Luanda; todos estes encontram-se na cadeia do Supremo Tribunal Militar

Isaías Cassule e Alves Kamulingue foram raptados pelas autoridades por tentarem realizar uma manifestação a 27 de Maio de 2012 para reivindicar  pensões dos antigos combatentes da Unidade Guarde Presidencial (UGP). Após o rapto, ambos foram torturados, e um deles, Alves Kamulingue  lançado num rio com jacarés na  província do Bengo enquanto que Isaías Cassule  foi executado com  um tiro na cabeça.


Não obstante as detenções, figuras da sociedade civil ligadas as Mãos Livres tem desafiado as autoridades  em relação a entidade do regime que deu as ordens para os agentes procederam com os assassinatos dos dois ativistas.

PARIS: Nomeação de suposta amante de Hollande para instituição francesa gera grande polêmica

Nomeação de suposta amante de Hollande para instituição francesa gera polêmica


Fonte: MSN Noticias
Divulgação: Planalto De malanje Rio Capôpa
15.01.2014
Nomeação de suposta amante de Hollande para instituição francesa gera polêmica (© AFP)

A atriz Julie Gayet, suposta amante do presidente François Hollande, é alvo de uma nova polêmica depois que o governo desmentiu sua nomeação ao júri da Vila Medici, embora ela tenha sido anunciada no site da prestigiada instituição cultural francesa em Roma.
O semanário satírico Le Canard Enchaine revelou na terça-feira à noite a nomeação em dezembro de Julie Gayet ao júri da Villa Medici, a Academia Francesa de Artes em Roma.
O site da instituição cultural indicava na manhã desta quarta-feira que a atriz fazia parte deste júri, junto com a artista plástica Anne-Marie Clairet, a coreógrafa Marie-Agnès Gillot e a compositora Lucia Ronchetti. Este júri tem a cargo a seleção dos quinze moradores, pesquisadores ou artistas que trabalharão a partir de setembro no Villa Medici por um período de um ano ou um ano e meio.
Mas na manhã desta quarta-feira o ministério da Cultura anunciou que a atriz não havia sido nomeada.
"Seu nome foi proposto por Eric de Chassey, o diretor da Academia da França em Roma, mas a ministra decidiu não nomeá-la. O decreto não havia sido assinado", indicou à AFP o gabinete da ministra da Cultura, Aurélie Filippetti.
François Hollande, interrogado na tarde de terça-feira sobre sua relação com a atriz, invocou o respeito da vida privada, limitando-se a admitir que sua companheira Valérie Trierweiler passava por momentos dolorosos.
Entrevistado pelo canal i-Télé sobre esta nomeação, o ministro do Orçamento, Bernard Cazeneuve, se referiu nesta quarta-feira à Julie Gayet como companheira do presidente, mas se corrigiu rapidamente.
Hollande "não quis nomear ninguém, sua companheira tem uma atividade artística", disse, repetindo as palavras do jornalista que o entrevistava.
Mas o ministro se corrigiu rapidamente: "Para começar, ela não é sua companheira. Mas eu não tenho nada a confirmar sobre este tema, nada a dizer", declarou.

LUANDA: Caos no Serviço de Inteligência Militar

Caos no Serviço de Inteligência Militar
Por Rafael Marques de Morais 
Fonte: Maka Angola
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
 15 de Janeiro, 2014
Um grupo de dez oficiais generais e 12 coronéis do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM) aguardam, há seis meses, para serem empossados nos cargos para os quais foram nomeados pelo presidente José Eduardo dos Santos.

Entre os nomeados, a 19 de Junho de 2013, constam o tenente-general Carlos Miguel de Sousa Filipe, para o cargo de chefe-adjunto do SISM; o brigadeiro Pedro Minguela, chefe da Direcção de Contra-Inteligência Militar do Exército; e o contra-almirante Domingos Baptista, chefe da Direcção de Contra-Inteligência Militar da Marinha de Guerra Angolana.

O Maka Angola soube de fonte oficiosa que a situação tem criado enormes embaraços nas direcções para as quais os oficiais generais e oficiais superiores foram nomeados.

Os expedientes das direcções reestruturadas continuam a vincular apenas os nomes dos oficiais exonerados, cabendo aos nomeados tomar decisões e assinar em nome dos responsáveis anteriores.

A situação tornou-se, em alguns casos, caricata. Em postos onde os adjuntos foram promovidos às chefias de direcção e há bom relacionamento com os ex-superiores hierárquicos, verificam-se acertos informais “de camaradagem e solidariedade”. Estes acertos permitem a partilha de responsabilidades entre nomeados e exonerados.

Noutros casos, os exonerados preferiram manter-se em inactividade temporária, nas suas residências, até novas ordens.

Em causa estão, entre outras, as direcções de Informação e Análise, de Tecnologias de Informação e Comunicação e de Planeamento Estratégico

Segundo um advogado consultado pelo Maka Angola, “em princípio, os nomeados não devem exercer funções sem a tomada de posse. É um acto ilegal”.

Cabe ao presidente da República, na qualidade de comandante-em-chefe, conferir posse ou delegar ao chefe do SISM, general António José Maria, a responsabilidade de o fazer.

“A tomada de posse é o acto administrativo entre o nomeado e a instituição que ele passa a representar, e valida o compromisso do novo servidor público com a instituição, sem o qual a nomeação fica sem efeito”, explica o advogado.

O tratamento político reservado a órgãos nevrálgicos para a segurança nacional, como os serviços de inteligência militar, obedece a dois critérios fundamentais:
Primeiro, o exercício da soberania nacional cada vez mais tem sido subordinado às agendas privadas do presidente da República e de um grupo muito restrito de generais, membros do governo e do MPLA, bem como aos interesses estrangeiros que lhes conferem maior legitimidade e protecção.

Segundo, a desarticulação do sector da defesa e segurança de Estado visa fortalecer a operacionalidade de estruturas paralelas de defesa e segurança. Estas são protegidas e encobertas pela Casa de Segurança do Presidente da República, com o propósito de oferecerem maiores garantias de lealdade e subserviência às arbitrariedades do poder.

Em suma, mina-se a profissionalização, a coesão e a melhoria de condições do exército, de modo a prevenir um eventual golpe de Estado.

A título exemplificativo, apesar da atribuição de US $130 milhões anuais ao SISM, até ao momento este organismo não dispõe sequer de instalações próprias. A confusão que assim se gera no sector ocupa os oficiais na luta pela sobrevivência, no quadro da carreira militar, desviando-os da manutenção da segurança da soberania nacional.

O coro de fanáticos do MPLA e do presidente José Eduardo dos Santos mantém a confusão propositada entre questões de soberania nacional e os interesses privados dos seus líderes, através da violência política, da chantagem económica, da propaganda e da suposta paternidade do patriotismo. Esses indivíduos formam a barreira humana que impede a sociedade angolana de compreender os graves riscos que o comportamento errático do presidente acarreta para a soberania nacional.

LISBOA: "O poder politico em Portugal pós-se de joelhos perante a elite politica angolana

"O poder político pôs-se de joelhos perante a elite angolana"

Fonte: Publico
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
"O poder político pôs-se de joelhos perante a elite angolana"Têm sido limadas arestas para que o poder angolano não se irrite com as elites portuguesas. A ideia foi defendida pelo jornalista Nicolau Santos na apresentação do livro Os Donos Angolanos de Portugal.
Vinte e sete ex-governantes portugueses da era democrática, de ministros dos Negócios Estrangeiros a ministros da Presidência e secretários de Estado, assumem protagonismo nas relações económicas entre Portugal e Angola. "O poder político pôs-se de joelhos perante a elite angolana", resumiu esta terça-feira o jornalista Nicolau Santos, na apresentação do livro Os Donos Angolanos de Portugal, na Fnac Chiado, em Lisboa.
Quando Francisco Louçã, Jorge Costa e João Teixeira Lopes começaram a desenrolar o novelo da burguesia portuguesa para um próximo livro, concluíram que as ligações económicas entre Portugal e Angola justificavam um volume isolado. A investigação, parte de um trabalho mais amplo dos mesmos autores sobre a burguesia portuguesa e que dará origem a outra publicação ainda este ano, permitiu aos três dirigentes do BE concluir que não há praticamente nenhum empresário português "relevante" que não esteja ligado a Angola. E que Portugal tem sido uma espécie de "offshore" ou sector estratégico para os capitais angolanos.
Na apresentação do livro, Nicolau Santos, que nasceu na ex-colónia, tal como João Teixeira Lopes, descreveu um Portugal "permissivo e complacente" com regras de mercado "flexíveis" para os capitais angolanos, sem paralelo com outro investimento estrangeiro realizado no país. "Há uma grande ligação, para não dizer uma grande subserviência da elite portuguesa. O poder político pôs-se de joelhos perante a elite angolana", disse.
A "hipersensibilidade" do poder de Luanda tem sido assim tratada com pinças, até pela comunicação social portuguesa, que "já pensa duas vezes" antes de publicar uma notícia que envolva as altas esferas angolanas. A ideia de que se têm limado arestas para que o poder de Luanda não se irrite com as elites em Portugal foi ilustrada pelo jornalista do Expresso com o recente pedido de desculpas do ministros dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete. “Angola tem explorado isto de maneira quase exemplar”, disse. E Portugal tem evitado qualquer incidente diplomático que comprometa o nosso "quarto maior parceiro económico e, no último ano, provavelmente o maior" .
Este não é, no entanto, dizem, um livro sobre Angola. É uma tentativa de explorar o poder angolano em Portugal. Jorge Costa explicou o peso dos interesses angolanos sobre recursos essenciais da economia portuguesa focados na energia, telecomunicações e banca. “Não há outro caso de um país que tenha entregue a sua soberania económica como Portugal fez com Angola”, disse. Mas as ligações têm rostos e, segundo o dirigente do Bloco, se analisados os currículos empresariais de todos os ministros e secretários de Estado desde o 25 de Abril, há 27 ex-governantes, “alguns de altíssimo peso político”, com um protagonismo muito importante. São do PS, do PSD e do CDS. E foram ministros ou secretários de Estado. Estão lá Ângelo Correia, Miguel Relvas, Nogueira Leite, Armando Vara, António Vitorino ou Nuno Thomaz. E o destaque vai para a banca. Trinta e dois membros de governos portugueses estão na CGD ou 18 no BCP. “Essa lista nunca foi elaborada, mas é essencial para compreender a profundidade das relações políticas e empresariais estabelecidas entre os capitais portugueses e angolanos”, defendem os autores.
Francisco Louçã, dos três o mais comedido nas palavras, preferiu sublinhar Os Donos Angolanos de Portugal como o contributo que escolheria dar para o debate democrático do que é hoje Portugal. “Será muito polémico, mas dará muita informação”, disse o economista e ex-líder do Bloco.
No fundo, disse, Teixeira Lopes, resume-se sempre a “saber quem manda”.
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