sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

LISBOA: Estudo mostra que saída de Paulo Portas abala CDS-PP

Saída de Portas abala o CDS

Estudo mostra que os portugueses acreditam que a sucessão de Paulo Portas no CDS vai criar mossa no partido.
Fonte: Expresso
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
17.03.2014
Saída de Portas abala o CDS

Uma semana depois do congresso do CDS em que Portas foi confortavelmente reeleito presidente do partido, e em que se começou a 
falar da sua sucessão, os portugueses não acreditam numa "transição suave".
Com efeito, 52 por cento dos inquiridos respondeu que a sua saída, quando acontecer, vai penalizar o CDS.
Nas outras questões colocadas aos inquiridos, destaque para a que diz respeito ao plano b do governo ao chumbo pelo Tribunal 
Constitucional da convergência de pensões.
O Executivo decidiu em alternativa aumentar a Contribuição Extraordinária de Solidariedade dos pensionistas e aumentar as contribuições 
dos funcionários públicos para a ADSE.
Mas a maioria dos inquiridos entende que o Governo devia, em alternativa, não apresentar novas medidas e simplesmente deixar derrapar
 o valor do défice para 2014.

 

LUANDA: A teoria do Golpe de Estado e as FAA - Por Paulo Timóteo

A teoria do Golpe de Estado em Angola e as FAA - Paulo Timóteo

Luanda - Os últimos meses de 2013, foram transcendentais do ponto de vista da análise politica em Angola, por três fatores fundamentais e que marcarão de forma crítica e com um certo grau de imprevisibilidade, o Ano de 2014: 

Fonte: club-k.net
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
17.01.2014
Image- A questão do estado de saúde do Presidente da República, José Eduardo dos Santos (JES), que inquestionavelmente apresenta-se debilitado e doente.
- A questão da sua sucessão, um termo apócrifo em democracia, já que esta pressupõe alternância.
- A questão aflorada por dois oficiais generais; O CEMG- adjunto para a Educação Patriótica; o General Egídio de Sousa Santos “Disciplina” ao nível do BP do MPLA e, o 2o Comandante da Policia Nacional; o Comissário Paulo de Almeida aos microfones da Rádio Eclésia, sobre a tentativa de Golpe de Estado em Angola.
As três questões estão correlacionadas e, os últimos acontecimentos no SINSE/SINFO, com o vazamento de informações do “iner circle” estratégico desta estrutura securitária, para a opinião pública, sobre Kassule e Kamulingue, e com a consequente exoneração de Sebastião Martins, acrescido da referência “en passant” da referida temática, pelo Presidente da República, na sua mensagem de Ano Novo, serviram exclusivamente para o controlo dessa estrutura securitária pondo-o em exclusivo, ao serviço da Casa de Segurança da Presidência da República, como haviam feito com o SIE de Fernando Miala, com vista a que a sucessão, que passa na conjuntura atual e de forma inequívoca, por Manuel Vicente (MV), se faça sem grandes constrangimentos e sem demasiados anti-corpos no seio do MPLA.
É que, o estado de saúde do Presidente da República, já não permite, que se equacionem planos A ,B ou C para a sua sucessão. JES ficou por culpa própria, sem espaço de manobra, dado o espaço temporal crítico em que se encontra e, quer queiramos ou não, MV será o seu vislumbrável substituto. O 7º Congresso Ordinário do MPLA a realizar este ano poderá trazer-nos as novidades que se impõem.
Como equacionar a sucessão, face aos demasiados anti-corpos contra Manuel Vicente no seio do MPLA? E, fundamentalmente no seio do seu Bureau Político e, acima de tudo acrescido da perda inexorável e gritante do eleitorado, sabendo o MPLA que não ganhou de forma inequívoca e transparente as eleições gerais em 2012?
Estas são as questões de fundo, que urge analisar e acautelar, porque joga-se a sobrevivência da elite predadora, que acumulou descomunal riqueza e, que quererá manter sob sua liderança os destinos deste país, mesmo tendo em conta as adversidades, face a contestação ainda que “risível” do eleitorado interno do próprio MPLA, assim como do eleitorado extrínseco ao MPLA.
Não faz parte do DNA do MPLA, enquanto partido-Estado, imolar dirigentes seus, a propósito do desaparecimento de dois ativistas cívicos, mesmo tendo em conta, a pressão dos partidos políticos e de grupos cívicos.
O assassinato de Nfulupinga Landu Victor, como líder politico carismático e acima de tudo, como membro do Conselho da República, teria merecido a mesma atitude do partido-Estado e da Presidência da República, o que obviamente não aconteceu.
Então o que terá mudado? Parece-nos ser esta a questão fulcral da análise política actual. Cinicamente, Kassule e Kamulingue foram utilizados pela Casa de Segurança da Presidência da República, como bodes expiatórios ( parece- nos paradoxal mais não é), para a consolidação do poder e de mando, sobre todas as estruturas securitárias e de repressão; Exército, Policia, SIE, faltava o SINSE/SINFO, estrutura cujo mando estratégico e operacional fugia ao controlo da Casa de Segurança, por ter sido criado, a imagem e semelhança do actual presidente da Assembleia Nacional; Fernando da Piedade Dias dos Santos “NANDÓ”, igualmente presidenciável.
Eis a questão de fundo, daí que que se justifique, a não exoneração do adjunto de Sebastião Martins. Se por um lado, a estratégia Kussule Kamulingue, dos serviços secretos e da elite que dirige efetivamente o
O país, capitaneada pela Casa de Segurança, visava não só a exoneração do seu titular, mais acima de tudo, intimidar toda a estrutura operacional do SINSE/SINFO, para que, eventuais presidenciáveis e, candidatos a sucessão ,não tivessem igualmente porto seguro num órgão repressivo.
Toda e qualquer outra interpretação, sobre este aspecto, apesar de legítima é mera quimera. Não nos esqueçamos, que a analogia à Agostinho Neto, aquando da sua morte parece-nos pertinente, porque só essa elite predadora, sabe exatamente qual a situação de saúde JES, podendo definir os “timing” políticos.
O único senão dessa estratégia, chama-se Oposição e, fundamentalmente o partido UNITA, que ao levar a questão de Kassule e Kamulingue para a “rua” com a manifestação, retirou parcialmente e não só, a iniciativa politica dos serviços secretos , trazendo o debate politico para à Rua.
Dai a Teoria do Golpe de Estado, à exemplo de Maio de 1977, apimentada de forma igualmente não inocente, pelas informações dos serviços secretos cubanos, segundo a qual, estariam em Cuba, mais de 70-80% de cadetes a fazerem curso de mando de Estado Maior, pertencentes ao grupo étnico- linguístico; Ovimbundo.
As peças do puzzle, que faltavam para a fundamentação do Golpe de Estado, por parte da UNITA, parecem estar a ser encaixadas de forma subtil e deliberada, porque a argumentação de golpe sem uma componente aparentemente militar é um “flap” e cai por terra. Quais seriam as peças do puzzle?
- A Casa de Segurança, tem vindo a insuflar desde há um tempo a esta parte, o actual Chefe do EMG, General Geraldo Sachipendo Nunda, com assessores diretos, provenientes das ex-FALA, nomeadamente; os Generais; Kamorteiro na Logistica, Wuambo no EMG e Vilinga na Academia Militar.
- A informação dos Serviços Secretos cubanos sobre os cadetes de maioria Ovimbundo atualmente em Cuba.
Tendo sido assumido, um domínio avassalador sobre os contestatários internos dentro do MPLA à sucessão de JES por MV, com o assalto ao SINSE/SINFO, resta a essa elite, controlar a Oposição, nomeadamente a UNITA, para que o debate político não vá a Rua, que provou ser, o melhor palco político e o antídoto igualmente avassalador, a essa elite predadora que sequestrou o MPLA e, que objetivamente não tem base eleitoral sustentável.
Como controlar a UNITA para lá dos limites aceitáveis, que essa minoria predadora definiu?
Não tendo resultado, os actos de provocação, de intimidação, de humilhação, de chantagem e de corrupção! A teoria do Golpe de Estado afigura-se a mais acertada e, como encetar um Golpe de Estado sem a componente militar visível, estando a UNITA completamente desarmada? Urge urdir um plano, a semelhança de Maio de 1977, e os elementos atrás referidos justificariam o aparentemente injustificável, para o inicio da decapitação.
Há entretanto um senão, nessa estratégia, suicida? Por parte dos estrategos do Presidente, a de que não estamos em Maio de 1977, a Guerra Fria acabou, o Mundo tornou-se multipolar, a imagem de desgaste da ditadura, quer interna como externamente é inexorável.
A base da fundamentação do Golpe de Estado e, sua aceitação por parte do eleitorado emepelista e não só, é insustentável e a não existência de um inimigo interno armado, retira a carga emocional unanimista, para a sua aceitação.
Paradoxalmente, os adversários internos dos estrategos do Presidente no seio do MPLA, necessitam da Oposição como pão para a boca, para a sua própria sobrevivência politica.
E esta só sobreviverá politicamente, se levar o debate político para a rua ( entenda-se manifestações), este é o único local, onde essa elite predadora, não se sente como peixe na água, daí o medo e o alarido do Golpe, porque nitidamente, têm a noção exata que perderam em toda sua latitude a sua base eleitoral, se é que alguma vez as tiveram. Se a Oposição não perceber isto, é porque não percebe de politica, deixem-se escravizar, mas não iludam o POVO.
*Politólogo.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

LUANDA: Processo da morte de engenheiro assassinado na cede da Sonangol desapareceu

Processo da morte de engenheiro da Sonangol desaparece

Viúva desconhece as causas da morte e não recebu ainda o subsídio de morte
António BritoAntónio BritoFonte: VOA /Coque MukutaDivulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa16.01.2014
    TAMANHO DAS LETRAS 

    A viúva do engenheiro da Sonangol António Brito, encontrado morto na sede da companhia petrolífera, diz que até agora não foi informada sobre as causas a morte do seu marido.

    Carolina Calei diz ter começado a receber a segurança social, faltanto, contudo, o pagamento do subsidio de morte a que diz ter direito.

    António Brito foi encontrado morto na sede da empresa no dia 22 de Fevereiro de 2012 com a família a não aceitar a versão oficial.

    A controvérsia  agravou-se quando a sua viúva disse que a companhia Ase recusava a pagar o que devia por não ser formalmente casada como engenheiro.

    Segundo Carolina Calei, o processo de investigação das causas da morte do seu marido desapareceu.

    O seu advogado disse-lhe que não conseguiu encontrar o processo com ninguém.

    “É impossível um processo perder-se assim”, disse.

    Carolina Calei disse ainda que  que a empresa garantiu-lhe o pagamento da segurança social faltando agora o subsidio de morte que tem por direito.

    A companhia, disse, continuar a exigir um documento de união de facto.

    MAPUTO: Renamo ataca porta-voz da União Europeia

    Moçambique: Renamo ataca porta-voz da União Europeia

    Renamo acusou Catherine Ashton de parcialidade em relação à situação politico-militar no país.
    Catherine Ashton
    Catherine AshtonFonte: Voa/Simião PongoaneDivulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa16.01.2014                                                                                                                                                 TAMANHO DAS LETRAS
     

    Segundo António Muchanga, do gabinete do líder da Renamo e membro do Conselho de Estado, as criticas de Catherine Ashton são construtivas, mas devia considerar que as duas partes ou seja Governo e a Renamo têm o mesmo nível de responsabilidades por o clima de guerra que afecta a população civil em Moçambique.

    António Muchanga reconhece que têm havido multiplicação de vozes de lamentação nos últimos dias, mas considera que tudo se deve ao facto de que os ataques das milícias armadas da Renamo se alastraram para a região Sul do Pais.

    António Muchanga evitou comentar sobre o comunicado emitido pela Embaixada dos Estados Unidos da América em Moçambique condenado o recurso à guerra no País, alegando que ainda não tinha visto o conteúdo do documento. Segundo o comunicado, largamente divulgado pela comunicação social em Moçambique, a confirmação pela Renamo da existência dos elementos da segurança do partido por todo o Pais é altamente perturbante.

    A Embaixada norte-americana reitera declarações anteriores de que o uso da violência não resolverá as diferenças políticas. O comunicado considera que as populações vulneráveis foram forçadas a fugir da violência durante esta época essencial do cultivo e implora a cessação de todas as acções que causam danos ou coloquem as populações em risco.

    Para a Embaixada dos Estados Unidos em Moçambique, o fim do impasse no diálogo exige a vontade de ambas as partes se sentarem juntas para negociar uma solução pacífica e duradoura.
    Idêntico apelo foi feito esta semana pelo Japão, cujo Primeiro-Ministro esteve em visita oficial a Moçambique, a primeira de um chefe do Governo nipónico.

    LISBOA: Louçã diz que só Portugal se presta á estratégia imperial de José Eduardo dos Santos

    Louçã diz que só Portugal se presta à estratégia imperial de José Eduardo dos Santos

    O professor português publicou esta terça-feira,juntamente com João Teixeira Lopes e Jorge Costa, a obra "Os donos angolanos de Portugal".

    Por: Alvaro Ludgero Andrade
    Fonte Lusa/Voanews
    Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
    16.01.20
    Donos Angolanos de Portugal - O LivroDonos Angolanos de Portugal - O Livro
    TAMANHO DAS LETRAS 
    A economia portuguesa tem uma dependência estratégica de Angola que tem investido bens em Portugal e, em troca, os governos de Lisboa servem a reciclagem de capitais da família de José Eduardo dos Santos.

    Esta é uma das muitas conclusões do livro “Os donos de Portugal”, da autoria dos portugueses Francisco Louçã, João Teixeira Lopes e Jorge Costa.


    Em conversa com a Voz da América Francisco Louçã diz haver com este livro a partir de agora um conhecimento novo, profundamente detalhado sobre os investimentos da família do presidente angolano em Portugal, assim como mostra o envolvimento de quase três dezenas de governantes portugueses nessa estratégia do poder de Luanda.

    Com esta obra, o professor universitário e antigo coordenador do Bloco de Esquerda em Portugal diz que os angolanos ficam a saber onde está o dinheiro do seu país e os portugueses podem perceber por que o presidente de Angola e os seus parentes compram bens estratégicos na banca, nas telecomunicações e na comunicação social.

    Louçã considera que só Portugal aceitaria fazer este papel e denuncia uma  promiscuidade muito forte que vincula partidos políticos portugueses ao poder de Luanda.

    Questionado se o livro pode abrir caminho a processo judiciais Fernando Louça considera que os autores não tiveram esta preocupação mas mostra-se preocupado com o uso do dinheiro do petróleo angolano e aborda ainda o que chama de triângulo dourado, Lisboa-Luanda-Brasilia.

    MAPUTO: Renamo intensifica ataques- UE e EUA preocupados com escalada da violência

    Renamo intensifica ataques, UE e EUA preocupados com escalada da violência

    Apelos ao diálogo não têm eco em Moçambique. Política faz-se a tiro. Para sábado está marcada manifestação pró-Guebuza
    Os ataques da Renamo, que se concentravam numa área limitada de Sofala, têm alastrado NELSON GARRIDOSem que tenha sido declarada, a guerra é, cada vez mais, a realidade de Moçambique. O distrito de Funhalouro, na província de Inhambane, entrou esta semana no mapa dos ataques atribuídos à Renamo (Resistência Nacional de Moçambique, antiga guerrilha e maior partido da oposição).A última acção armada de que há notícia ocorreu na manhã de quarta-feira: um ataque uma coluna automóvel no troço da Estrada Nacional número um (EN1) entre Muxúnguè e o rio Save, na província de Sofala, no centro, fez três mortos. Entre os feridos - quatro ou sete, o número diverge consoante as fontes - estão dois futebolistas do Ferroviário de Quelimane. O caso aconteceu no distrito da Gorongosa, onde as acções armadas da Renamo têm sido mais frequentes nos últimos meses.
    Na madrugada de terça-feira, um grupo de homens armados do maior partido da oposição tinha atacado as instalações da polícia em Mavume, no distrito de Funhalouro, província de Inhambane, a sul do Save. Foi morto um agente de 21 anos que, segundo a imprensa moçambicana, cumpria o seu primeiro dia de trabalho.
    Os atacantes assaltaram também o posto de saúde – de onde levaram medicamentos e material cirúrgico – e o mercado local. Famílias de Mavume fugiram das suas casas em busca de segurança.
    Residentes em Polulo, a cerca de 30 quilómetros de Mavume, disseram à imprensa moçambicana que, na mesma manhã, ocorreram confrontos entre soldados e homens armados da Renamo. O jornal A Verdade noticiou que causaram ferimentos a pelo menos sete militares. O movimento guerrilheiro teve uma base na zona durante a guerra civil de 1976-1992.
    No distrito da Gorongosa o número de deslocados foi já estimado pela imprensa moçambicana em cerca de quatro mil. Na mesma província,Sofala, um delegado político da Renamo em Nhamatada, que tinha sido levado de casa há uma semana, foi encontrado morto no último sábado.
    A guerra que os moçambicanos acreditavam ser passado, mas de que regressaram sinais desde meados de 2013, tinha já chegado dias antes a Inhambane, ao vizinho distrito de Homoíne, com acções armadas em Pembe e Fanhanha, que provocaram a fuga de habitantes. Nos últimos meses, os ataques atribuídos à Renamo tiveram como palco o troço de cem quilómetros Muxúnguè-rio Save e ocorreram alguns episódios na província de Nampula, no Norte. Agora está a acontecer o mesmo na província de Inhambane, uns 500 quilómetros a Norte da capital. Morreram já dezenas de pessoas.
    Política a tiro
    Em Maputo, no terreno político, o Governo da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique, no poder desde a independência, em 1975) e a Renamo continuam de costas voltadas. O diálogo político iniciado em Abril de 2013 não deu frutos e está interrompido desde Outubro. A antiga guerrilha, que reclama modificações nas leis eleitorais e despartidarização do Estado, só aceita voltar às discussões na presença de observadores internacionais. O executivo considera que os assuntos em discussão são matéria “doméstica”.
    A Renamo queixa-se de perseguição e acusa o Governo de ter tentado assassinar o seu líder, Afonso Dhlakama, que está em local desconhecido desde que, em Outubro, as Forças Armadas tomaram a base de Satungira, Sofala, onde viveu no ano anterior.
    As duas partes parecem privilegiar a política feita a tiro e não os apelos à paz que vêm de diferentes sectores. No sábado, o antigo Presidente, Joaquim Chissano, disse à televisão STV que o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, deve ser “acarinhado” para que possa haver diálogo. “Esperamos que um dia a razão prevaleça e que o diálogo aconteça, pois não queremos que ninguém perca: todos devem ganhar. Acho que devíamos acarinhar o senhor Dhlakama, para que aceite dialogar”, disse.
    No início da semana, a União Europeia apelou ao fim dos ataques. Na quarta-feira, num comunicado divulgado após o ataque a Mavume, a embaixada dos Estados Unidos em Maputo disse que a morte do jovem polícia se insere numa “série de eventos trágicos” e manifestou profunda preocupação pelos “relatos de confrontos contínuos”. A presença de homens armados da Renamo em todo o país é considerada “altamente preocupante” pela representação norte-americana.
    O Presidente da República, Armando Guebuza, tem sido muito criticado, por ter ordenado o ataque a Satungira, a partir do qual se acentuou o clima de guerra. Numa resposta à contestação, a Frelimo convocou para este sábado, em Maputo, uma manifestação de apoio ao também líder do partido governamental.
    Um sinal do nervosismo no campo governamental, descrito pel’ O País como “confusão”, ocorreu nesta quarta-feira: a presidente da Liga dos Direitos Humanos, Alice Mabota, foi abordada pela Polícia de Investigação Criminal que pretendia saber se é ou não autora de uma mensagem que tem circulado por telemóvel, na qual se apela ao derrube do Presidente. “A resposta que dei foi simples. Eu não me escondo por detrás das mensagens”, disse.
    Para Outubro deste ano estão marcadas eleições legislativas e presidenciais. Guebuza não pode voltar a candidatar-se e a comissão política da Frelimo escolheu em Dezembro três pré-candidatos à sucessão, considerados todos eles próximos do actual líder, o que, segundo a imprensa moçambicana, está a causar mal-estar no seio do partido.
    Os pré-candidatos são o primeiro-ministro, Alberto Vaquina, o ministro da Agricultura, José Pacheco, e o ministro da Defesa, Filipe Nyussi. A escolha será feita pelo comité central, no início de Março, e o secretário-geral da Frelimo, Filipe Paúnde, afirmou que o candidato sairá necessariamente deste lote.

    LUANDA: Duas jovens irmãs violadas após expulsas pela policia do regime angolano, da casa onde habitavam com os país


    Jovens violadas após expulsão de casa

    Fonte: NJ
    Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
    • tamanho da fonte diminuir o tamanho da fonte aumentar o tamanho da fonte
    Jovens violadas após expulsão de casa
    Neide Maria de Lurdes e Maria da Conceição, de 19 e 13 anos, respectivamente, foram violadas por três cidadãos até ao momento não identificados, após terem sido expulsas da residência onde viviam há 19 anos, juntamente com os pais.
    Tudo ocorreu, segundo João Baptista, pai das raparigas, uma semana depois de três efectivos da fiscalização da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda, afectos ao distrito urbano da Ingombota, na companhia de agentes da Polícia Nacional, deslocarem- se à casa onde habitavam, forçando-os a abandonarem o local, sob pena de serem presos.
    "Os fiscais da Ilha vieram aqui, com polícias e dois patrulheiros, e ordenaram que saíssemos de casa ou nos prenderiam. Ainda tentámos ficar, mas eles voltaram a ameaçar-nos, por isso, aceitámos só", relata João Baptista, de 73 anos. Atirados para o relento e sem local seguro para passar as noites, a família Baptista "teimosamente" ergueu uma cubata ao lado do vasto terreno, de aproximadamente 50 metros de largura e 100 de cumprimento, quando marginais armados surgiram, na noite do dia 23 de Outubro, e violaram as duas raparigas na presença dos pais.
    "Eram por aí 22h00, quando os três bandidos chegaram e violaram as minhas duas filhas à minha frente", lembra o idoso, com lágrimas a cair pelo rosto. O pai das vítimas acredita que o pior não aconteceu com a sua família porque, no momento em que violentavam sexualmente as suas filhas, uma carrinha da Polícia Nacional passou.
    Os agentes aperceberam- se do que estava a acontecer e, prontamente, interviram. "Quando os agentes recuaram o carro, eles meteram-se em fuga pela vala, por isso, a polícia não conseguiu agarrá-los. Se não fosse isso, talvez estaríamos mortos, porque eles estavam dispostos a fazer o pior", narra o ancião.
    PROTEGIDO POR LEI
    Questionado sobre as causas que levaram os agentes da fiscalização da Ingombota a expulsar a família de casa, João Baptista explica que deve-se ao facto do terreno "supostamente agora pertencer a um senhor, identificado apenas por Cuco".
    "No dia em que os fiscais vieram, estavam com a esposa do tal Cuco e diziam que o espaço é deles", recorda João Baptista, acrescentando que "o legítimo dono daquela parcela de terra é o antigo embaixador de Angola no Congo, o general Filipe Felisberto "Monimambo", alegação confirmada por Ângelo, sobrinho do militar.
    "Sem dúvida, que o terreno pertence ao meu tio. Ele deixou o senhor João Baptista na posse do espaço, durante o tempo em que andou pelo Congo", afirmou Ângelo. Consciente de que a lei o protegia, conforme previsto no artigo 1439º do Código Civil vigente em Angola, João Baptista não hesitou em habitar na residência, por isso surpreendeu- se quando as autoridades fiscais e policiais o informaram de que deveria abandonar o referido território.
    Isto sem a devida indemnização pelo tempo que lá esteve, como salvaguarda o artigo 1447º, também do Código Civil, pois a família praticava agricultura no local. "Durante o tempo em que lá estive a viver não aceitámos vender o terreno a ninguém por saber que o espaço era do general Monimambo", frisou o agora "sem tecto".
    O sobrinho conta ainda que, certa vez, a família foi notificada pela Direcção Provincial de Luanda da fiscalização e lá disseram-lhe que o dito senhor "dispõe de toda documentação e inclusive autorização para construir".
    Segundo outro familiar do anterior proprietário, "Cuco aproveitou- se da deficiente saúde do general e passou documentos em seu nome". "Não sabemos como ele conseguiu corromper, mas a fiscalização sabe", desabafou.
    QUEIXAS SEM RESPOSTA
    Alguns membros da igreja Baptista que acompanhavam os problemas da família Baptista convenceram o casal a dirigir-se à administração do Kilamba-Kiaxi para apresentarem queixa. Sugestão que acataram, tendo-se deslocado à fiscalização da área, onde deram origem à abertura do processo número 441/13.
    Mas, até ao fecho desta edição, a acção não havia registado efeitos. Outra queixa foi feita na Direcção Provincial de Investigação Criminal (DPIC) de Luanda contra os violadores de Neide Maria e Maria da Conceição, sobre o número processual 6297/13.
    Também aqui nada aconteceu de lá para cá. Laura Madalena, esposa de João Baptista, está doente, supostamente afectada por paludismo, mas por não ter dinheiro "desconsegue" efectuar análises médicas, que lhe permitam fazer a medicação.
    Os membros da igreja Baptista, num gesto de solidariedade, cederam provisoriamente uma parcela de terra para a família, onde colocaram uma tenda, mas clamam apoios da administração do distrito, pois no espaço será construído brevemente um templo religioso.
    Luís Paixão, director do serviço de fiscalização do distrito urbano da Ingombota, diz desconhecer a suposta operação levada a cabo por efectivos sobre a sua jurisdição. "Não tenho conhecimento desta operação mas é possível que tal tenha acontecido. Os efectivos da Ingombota são igualmente da cidade de Luanda pelo que podem actuar no Kilamba Kiaxi, enquanto parte integrante da cidade de Luanda", declarou.
    NJ