REPUBLICA DA MÃE JOANA E DO
PAI BANANA - Por Raul Diniz
Fonte: Planalto De malanje Rio capôpa
16.04.2015
Em tempo de solidão martírio e dor há sempre alguém que se
levanta, há sempre alguém que resiste. Nos ingratos momentos de encapelada
turbulência nos instantes de incrédulos existencialismos diluvianos da nossa
vida, quando nuvens nocivas se abatem contra nós; nesses exasperantes momentos da vida em que o mar encapelado nos desgasta, aí, nessa encruzilhada, emerge com
vigor a nossa invulgar resistência, e renasce a vontade provisional sustentado
pela esperança de viver e de sermos povo livre de Deus. Então perceberemos que
há sempre um novo amanhã nessa tortuosa vida, e nesses instantes de amargura,
há sempre alguém que resiste a sempre alguém que diz não.
A MIM NINGUÉM EM
ANGOLA ESTÁ EM CONDIÇÕES DE CALAR-ME, PARTICULARMENTE TAMBÉM NÃO RECEBO LIÇÕES
SOBRE DEMOCRACIA NEM DE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS E MUITO MENOS DE KOPELIPA E
SEUS PARES JOSÉ MARIA, LEOPOLDINO NASCIMENTO “DINO” E CÂNDIDO VAN-DUNEM
“CANDINHO”.
“Há uma pressão
política muito forte para que eu seja calado rapidamente”. O MPLA, meu partido,
ensaiou até a imitação em 2011 em Luanda, uma repetição da peça teatralizada
encenada alvoroçadamente em Portugal/Lisboa, onde coube a realização do
julgamento da triste vergonha contra mim realizado em 2001 no tribunal da Boa
Hora! O regime e a casa de segurança militar entraram com representações contra
meu direito de opinião e tentam cercear minha liberdade de expressão,
chantageando inclusive a minha família mais direta!
Porém não me calarei jamais, esse direito me assiste tanto
pelo direito adquirido com a minha participação direta na luta pela
independência de Angola, assim como cidadão com direito a opinião expressa na
virulenta constituição atípica de José Eduardo dos Santos. Não pouparei
esforços nem me intimidarei com as ameaças, pois a única coisa que me podem
vetar nos meus sessenta e poucos anos é matarem-me, mas para morrer é que eu
nasci, mas morro em pé lutando contra as injustiças palacianas. “É clara a
tentativa de censura por meio de intimidação. Não é possível que, em plena
democracia, a mordaça prevaleça sobre a liberdade de expressão”.
SÁBIO NÃO É AQUELE
QUE SE ESCONDE POR DETRÁS DO MPLA, NEM É O QUE MAIS ATORMENTA E ASSASSINA
COBARDEMENTE OS GOVERNADOS PARA MANTER-SE VITALICIAMENTE NO PODER.
Um sábio disse uma vez, que quando alguém tem o poder na
mão, mas é movida por uma mente diabólica, essa pessoa não controlada nem
governa coisa alguma nem a sua própria casa. Torna-se imperativo demolir os
alicerces mal posicionados na construção da nossa Angola! Os pilares
contorcidos da pirâmide da democracia construídos pelo enigmático
MPLA/KOPELIPA-JES é extremamente perigosa, pois ela encontra-se ensombrada pela
excentricidade megalômana incontrolável dos detentores do poder em Angola. Não
pode a nossa vida estar continuamente nas mãos de pessoas estranhas e muito
menos cabe a essas interpostas pessoas decidirem quem vive e quem morre na
nossa terra.
Um presidente republicano, que seja democraticamente eleito,
deve estar próximo de quem lhe delega o poder para administrar o aparatoso
aparelho de estado com responsabilidades acrescidas, para que não se desvie nem
para a direita nem para esquerda. Por outro lado, a democracia não se compadece
com as praticas de nepotismo, assassinato nem pela corrupção dos detentores do
poder. Os governados democráticos não podem jamais ser geridos por decretos que
afundam catastroficamente e matam definitivamente o estado democrático e de
direito. Ninguém elegeu um presidente para que este se transforme do dia para
noite no guardião de uma ditadura assassina e ladra.
OS CAVALEIROS
APOCALÍPTICOS FEITOS GENERAIS GATUNOS E ASSASSINOS.
Quem disse ao ditador JES que os angolanos estão orgulhosos
pela riqueza bilionária instantânea adquirida ilegalmente por decreto
regimental pela sua filha estrangeira Isabel dos Santos, do seu filho Filomeno
dos Santos? Quem informou ao chefe de fila da ditadura sangrenta, que os
angolanos estão felizes com a super-riqueza de seus demais filhos e filhas
dentre outros seus familiares diretos e de seus mais fies cavaleiros
apocalípticos feitos generais? Por acaso JES não têm consciência que, a maioria
está exposta a um vexatório empobrecimento endêmico degradante?
Em Angola é assim, temos um presidente que ninguém conhece
quem é nem sabemos de onde veio nem como chegou à presidência e de lá nunca
mais saiu já faz trinta e quatro anos ininterruptos. José Eduardo dos Santos
não é nem nunca foi uma pessoa consensual na vida politica no antes e depois da
independência. JES não passava de um ilustre desconhecido para a totalidade do
nosso povo e continua a sê-lo, desde que emergiu acidentalmente na alta
politica neocolonial até ser catapultado para a presidência da republica, a
maioria dos angolanos não o conhecíamos e não conhecemos o seu verdadeiro caráter
até hoje.
JES NÃO CHEGOU AO
PODER POR MÉRITO PRÓPRIO! A VIDA DOS ANGOLANOS NÃO PODE CONTINUAR RETIDA NAS
MÃOS DOS TITULARES DE CARGOS POLÍTICOS DA NOMENCLATURA!
É verdade sim que JES é um estranho para a maioria do povo
essa é a situação que leva JES a agredir um povo que para ele é igualmente
estranho! JES não conhece a profundidade da nossa autoctonia aborígine e nós
não conhecemos a sua origem! É preciso levar em conta o seguinte fenômeno da
realidade do nosso país.
JES não chegou ao
poder em Angola movido por sentimentos de exuberante altruísmo, nem tão pouco
chegou ao poder por uma sucessão de eventos históricos de um enaltecedor
heroísmo no combate abrangente na luta de libertação do povo, que, aliás,
continua aprisionado e empobrecido ao extremo. É preciso que se diga e rediga
que o sinistro presidente da ditadura JES, chegou ao poder por uma sucessão
gravíssima de acasos da nossa historia politica contemporânea!
Ao ler atentamente o artigo escrito por um dos maiores
dentre os maiores jornalistas angolanos, o meu conhecido Reginaldo Silva, que
decertou sobre a estranha celebração da santa paz angolana após 12 anos, onde
retrata o esgotadíssimo discurso aberrante e aterrador assim como arrogante do
regime, que insistentemente apresenta a doze anos consecutivos o presidente dos
Santos como arquiteto da paz. Isso por si só apresenta já uma grande lacuna na
administração do aparatoso aparelho envelhecido do regime em dar à volta a
situação e caminhar na direção certa rumo à modernidade e desenvoltura econômica.
Nota-se a grande dificuldade do regime sair do encurralado
em que se colocou voluntariamente. É verdade sim que o regime e o partido que o
sustenta pretende passar a ideia que só a UNITA esteve envolvida na guerra, e
isso não é bem assim, pois ninguém faz uma guerra durante vinte e cinco (25)
anos sozinhos.
É uma tremenda idiotice tentar tirar dividendos de uma ação
negativa que marcou a todos terrivelmente. Não é a UNITA que deseja e quer a
guerra, a guerra quem a quer é quem esta no poder, para o regime de Kopelipa e
JES tudo vale para que continuem ambos no poder, pois não é a cabeça de nenhum
de nós que será pedida num futuro muito próximo e nem será a de nossos filhos
quando culminar o falhanço total do regime previsível e visível acontecer á
curto prazo.
OS LARÁPIOS DA
RIQUEZA DOS ANGOLANOS NÃO ESTA ENTRE O POVO QUE VIVE NA ANGOLA PROFUNDA.
Não somos nós o povo
quem dilapida todo erário público, que maltrata e subjuga a maioria do povo
donos da terra angolana! Não somos nós que tememos o povo que amamos e damos
voz as suas reivindicações abortadas pelos donos da ditadura.
Igualmente não somos nós os angolanos que engrossamos a
fileira dos excluídos quem fez de seus filhos e filhas super-ricos e
bilionários, muito menos somos nós filhos do povo da angola profunda, que
nomeamos nossos filhos como gerentes e presidentes de fundos financeiros
formatados com o vigoroso comprometimento de engordar rapidamente as contas
bancários dos ciosos governantes com dinheiros públicos.
ACASO SOMOS NÓS POVO
OS MAUS DA FITA?
Não somos nós povo de segunda quem buscou mercenários
internacionais para surripiar a nossa alegria de sermos povo. Nem fomos nós
cidadão de segunda com direitos restringidos a zero, quem distribuiu cidadania
a bandidos traficantes de armas, como o conhecidíssimo caso sobejamente
conhecido do criminoso Pierre Falcone, transforma do dia para noite em herói
nacional, merecendo até, da parte do dono da quitanda o direito de ser
constituído embaixador extraordinário e plenipotenciário da republica de Angola
junto da UNICEF em Paris. Definitivamente que fique bem claro, não somos nós os
maus da fita! Igualmente não somos os responsáveis das politicas publicas de
exclusão generalizada da sociedade.
TEMOS DE PÔR COBRO A
REPÚBLICA DINÁSTICA DO FARSANTE DITADOR ABSOLUTISTA
É bom que se saiba, não somos nós que não queremos a partilha
do poder nem somos nós angolanos mantidos de parte que obstruímos a verdade
politica com inúmeros disfarces repugnantes. Os angolanos desejam intimamente a
paz e segurança social que não possuímos no longo reinado do titubeante ditador,
desejamos sim, que sejam realizadas eleições viáveis, versadas na liberdade de
escolha dos partidos e candidatos onde qualquer cidadão idôneo possa livremente
candidatar-se ao cargo de presidente da república sem questiúnculas nem impedimentos
de espécie alguma. Não somos nós que fraudamos as eleições por três vezes seguidas,
nem somos nós que não quem não deseja a realização de eleições autárquicas e também
não somos nós que fugimos delas como o diabo foge da cruz! Situações desse tipo
não acontecem de maneira alguma em países onde as democracias são aceites por
serem conduzidas com isenção e total imparcialidade pelas autoridades
competentes.
NEM EM AFRICA CONSEGUIMOS ENCONTRAR DIRIGENTES CORDEIRINHOS DOMESTICADOS IDÊNTICOS AOS QUE O
MPLA/KOPELIPA-JES POSSUI.
Nem mesmo na nossa
conturbada África, esse tipo de atrocidades antissociais acontecem com tanta
normalidade. Só mesmo na nossa Angola travestida de democrata, é que acontecem
coisas como estas! Fica claro que, o impiedoso ditador criminoso é absoluto
comediante farsante, pois conseguiu transformar os seus colaboradores em
cordeirinhos de estimação domesticados, os meliantes que se dobram
religiosamente aos pés do ditador sequer podem ousar referenciar a palavra sucessão
no interior do partido! O situacionismo,
o medo e o servilismo tomaram conta das falanges do comité central, hoje falar
na substituição da emérita ave de rapina do comando da corrupção generalizada, é
no mínimo considerada uma grave blasfêmia! Na verdade, o ditador arrogante transformou
o nosso país, numa república dinástica da mãe Joana e do pai banana.
Raul Diniz