quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

LUANDA: As Terras do Genro do Presidente e a Burrice Numérica

As Terras do Genro do Presidente e a Burrice Numérica

Fonte: Makaangola.org/Rui Verde, doutor em Direito17 de Fevereiro de 2016
Sindika Dokolo, o genero do presidente, agora dança também com números.

Tem sido amplamente noticiada a solicitação de investigação que Rafael Marques de Morais dirigiu à Procuradoria-Geral da República no que diz respeito a uns negócios de terras realizados na província do Kwanza-Sul por Sindika Dokolo, marido da bilionária Isabel dos Santos e genro do presidente da República de Angola.
Numa primeira reacção, o genro presidencial desmentiu pura e simplesmente o negócio e afirmou que as terras não existiam, e que, sendo assim, ele poderia processar por difamação Rafael Marques de Morais e os jornalistas que divulgaram as informações. Tudo não passava de uma invenção, assegurou o genro. No seguimento disto, colocou-se a hipótese de os famosos feiticeiros do Cafunfo terem chegado e lançado um feitiço às terras de Sindika, fazendo-as desaparecer. Mas o problema é que a transacção estava documentada…
Uns dias depois, o genro presidencial volta à carga, e insinua, aparentemente em off-record, que as terras existem mas que a sua dimensão é de sete hectares, e não de sete mil hectares. E continua a ameaçar com processos.
Já foi um passo. Primeiro, as terras não existiam. Agora já existem, mas são menores.
Ora, o que atrapalha Sindika Dokolo é o facto de não estarmos no domínio da ficção, mas de bens imóveis registados. E se realmente, no anúncio da concessão, o genro do presidente pode acusar o governador da Província de problemas de numeração, uma vez que aparece a expressão 7,623 hectares, a realidade é que a numeração existente nos registos oficiais anexa ao anúncio e contida no contrato não é equívoca. E cita-se aqui, para pôr fim aos mal-entendidos: “Diagrama para identificar a posição e o contorno perimetral do prédio: SUPERFÍCIE - 7.632 HECTARES”. O contrato de concessão define a área do terreno como tendo “7.632 ha (hectares)”. E os restantes documentos anexos referem sempre 7.632 hectares.
Em português, o ponto (.) a seguir a um número não tem qualquer significado, sendo apenas um facilitador de leitura. Na gramática portuguesa, quando se quer referir um número decimal, como seria o caso de sete hectares e seiscentos, usa-se uma vírgula, indicando que o algarismo a seguir pertence à ordem das décimas, ou representa casas decimais. Isto quer dizer que 7,632 não é 7.632. No primeiro caso temos um número decimal, no segundo caso temos um número inteiro em que o ponto é um mero auxiliar. A única pontuação que se pode empregar na numeração é a vírgula, para separar a parte inteira da parte decimal. Nada mais. Veja-se a norma universal aprovada na Nona Conferência Geral de Pesos e Medidas, reunida em Sèvres em Outubro de 1948, que votou a série de resoluções tendentes a regular estas questões. Sendo que esta mesma questão já tinha sido anteriormente regulamentada em Portugal pela Portaria n.º 6409, de 23 de Setembro de 1929, publicada no Diário do Governo n.º 233, de 11 de Outubro de 1929.
Assim, 7.632 hectares, em português, são sempre, inequivocamente, sete mil seiscentos e trinta e dois hectares.
Portanto, ou estamos perante uma burrice numérica por parte das autoridades competentes do Kwanza-Sul que prepararam toda a documentação, do governador-general Eusébio Teixeira de Brito e do representante de Sindika Dokolo – Luís Carlos Tavira, que celebraram o contrato, ou se cedeu “gato por lebre, ou pior, lebre por gato” (fica a dúvida). Há mais uma hipótese: será que Sindika Dokolo tenta esconder a verdade com habilidades linguísticas?
Este é somente mais um estranho caso envolvendo a família presidencial, que sempre revela grande habilidade a somar dinheiro, mas faz confusão com o número de hectares que vai acumulando de forma voraz no Kwanza-Sul.
Aguardamos pela próxima versão de Sindika

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

LUANDA: Polícia Angolana Detém Activista Emiliano Catombela

Polícia angolana detém activista Emiliano Catombela

Ele teria abordado agentes da SIC que invadiram a casa da mãe e foi preso.
Emiliano Catombela, activista cívico angolano
Emiliano Catombela, activista cívico angolano

Fonte: Redacção VOA
O activista cívico angolano Emiliano Catombela foi detido nesta segunda-feira por elementos do Serviço de Investigação Criminal (SIC) perto da sua residência, nos arredores de Mirú, município de Viana, em Luanda.
Catombela foi levado por agentes do SIC por volta das 18 horas e 30 minutos quando tentava saber por que tinham invadido a casa da mãe momentos antes.
Além de não ter obtido nenhuma resposta, o activista foi levado e espancado pelos agentes da SIC, de acordo com fontes próximas de Catombela .
A VOA abordou o comandante da polícia em Viana Francisco Notícia, que se escusou a comentar a ocorrido.
Desconhece-se, por agora, o paradeiro do activista.
Emiliano Catombela esteve preso em 2013 na Prisão de Viana devido à sua participação numa manifestação contra o Governo.
Katumbela pertence ao autodenominado Movimento Revolucionário Angolano e é reconhecido como activista pela organização internacional de defesa dos direitos humanos Frontline Defenders.

LISBOA: Ana Gomes Condena Alegada Lavagem de Dinheiro em Negócio Luso-Angolano, com Isabel Dos Santos Filha do Presidente Angolano a Cabeça.



Ana Gomes condena alegada lavagem de dinheiro em negócio luso-angolano

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Ana Gomes condena alegada lavagem de dinheiro em negócio luso-angolanoEm causa está a aquisição de 65% da Efacec Power Solutions pela filha do Presidente José Eduardo dos Santos. Eurodeputada portuguesa aponta o dedo a empresas, bancos e supervisores pelas irregularidades.16/02/2016

A comissária europeia da Justiça, Vera Jourová, pediu às autoridades portuguesas que clarifiquem o processo de venda de 65% da empresa portuguesa Efacec Power Solutions a Isabel dos Santos, filha do Presidente de Angola, em 2015.
O organismo quer ver garantias de que foram cumpridas as regras de prevenção de lavagem de dinheiro da União Europeia, depois de o Intergrupo do Parlamento Europeu sobre Integridade, Transparência e Crime Organizado ter alertado para irregularidades no processo de compra de 65% da empresa que é considerada uma das maiores multinacionais portuguesas, vocacionada para as áreas da energia, engenharia, ambiente, serviços e transportes, com um volume de negócios de cerca de 500 milhões de euros anuais e operações em 80 países.
A DW África falou com a eurodeputada socialista portuguesa Ana Gomes - que integra o Intergrupo do Parlamento Europeu sobre Integridade, Transparência e Crime Organizado - sobre as irregularidades na compra da Efacec e as relações europeias com Angola, nomeadamente no que diz respeito aos direitos humanos.
DW África: Há indícios de desrespeito das regras comunitárias sobre o branqueamento de capitais no caso da Efacec?
Ana Gomes (AG): No caso da Efacec e outras participações adquiridas em empresas europeias, baseadas em Portugal e não só. A banca que financia, através de empréstimos, essas aquisições, não fez os seus deveres, a “due dilligence” reforçada que tem de fazer, visto que estamos perante uma pessoa que tem a qualidade de PET – Pessoa Politicamente Exposta – nos termos das diretivas do branqueamento de capitais, e por estarem em causa transferências de dinheiro do Estado angolano para empresas em offshore, que alavancam todas as operações financeiras. Está em causa também a investigação sobre a origem do dinheiro e, obviamente, não se pode apenas atender à origem formal. Transferências do Estado angolano para empresas em offshore, com capitais reduzidos, para comprar empresas que valem milhões, obviamente que são operações no mínimo suspeitas que exigem esses deveres de “due dilligence” reforçados. Isto tem muito a ver com a falta de respeito para com esses deveres de diligência reforçada por parte de bancos, empresas e supervisores portugueses e as atuações por parte de personalidades angolanas que estão envolvidas nessas operações.
DW África: Percebe um maior compromisso das autoridades portuguesas, nos últimos meses, na prevenção da lavagem de dinheiro – sobretudo relativamente a fundos provenientes de Angola?
AG: As autoridades portuguesas têm tido muito mais pressão por parte das autoridades europeias no quadro das diretivas de branqueamento de capitais para verificarem o que se está a passar. Isso tem a ver com notícias que têm vindo a público de várias operações, como esta da Efacec, e o que está por detrás, mais a montante. Tem a ver com o apertar das regras das autoridades europeias e com o conhecimento público de um certo número de operações que envolvem todo um esquema de lavagem de dinheiro. Não é um exclusivo de Angola. Há o caso do Banif com a Guiné Equatorial, um caso óbvio de lavagem de dinheiro em 2013/2014. Eu própria alertei as autoridades europeias e a operação foi impedida na base desse alerta.
DW África: E como é que vão as relações entre a União Europeia e Angola, principalmente no que diz respeito aos direitos humanos?
AG: As relações vão como sempre foram. Infelizmente, os direitos humanos têm relativamente pouca visibilidade para os governos. O Parlamento Europeu deu-lhes visibilidade com a resolução que aprovou em setembro passado e que mostrou uma preocupação grande por parte da instância europeia que mais se empenha pelos direitos humanos. Mostrou grande preocupação com a situação em Angola, o crescer das tensões já revelado na atuação em relação aos “revús”, mas também por muitos outros aspectos em que o povo angolano tem visto a sua situação a agravar-se e que têm a ver com as condições econômicas no país.
DW África: O ativista Nito Alves foi condenado recentemente a uma pena efetiva de 6 meses por desrespeito ao tribunal. Acha que esta penalização é justa ou exagerada, tendo em conta os pronunciamentos de Nito Alves?
AG: Penso que é claramente exagerada em relação ao que disse Nito Alves, que está a ser julgado num processo que é, no mínimo, duvidoso. É perfeitamente legítimo que ele e muita gente pensem que se trata de um julgamento farsa. É evidente que é uma penalização absurda de uma pessoa que está em julgamento e que vê o processo ir no caminho errado do ponto de vista da isenção da justiça. O processo agarra-se agora a um pequeno pretexto para condenar o jovem a uma pena excessiva e que está a ter repercussões na forma como está a ser tratado – há notícias de que foi agredido na prisão. É lamentável, dá uma imagem muito negativa da justiça angolana e é mais uma razão de grande preocupação sobre aquilo a que estão sujeitos os angolanos e, designadamente, aqueles que não desistem de exigir os seus direitos e que querem a liberdade para a sociedade angolana.
DW África

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

LUANDA: A Autocensura e a Liberdade de Expressão em Angola

A Autocensura e a Liberdade de Expressão em Angola

Fonte: Makaangola/Rui Verde, doutor em Direito,15 de Fevereiro de 2016
Um cidadão que leia o Jornal de Angola verá um país com verdes prados e planaltos arborizados, com cascatas de água fresca que correm alegres por entre os montes.
Observe-se, a título de mero exemplo, a primeira página do dia 10 de Fevereiro de 2016. Aí se anuncia a construção de uma estação de tratamento de águas para Viana, a eleição para secretário-executivo da Conferência Internacional dos Grandes Lagos e, como pano de fundo, uma grande reportagem sobre o Carnaval. Tudo indica que vivemos num país feliz, sem problemas! Tudo está bem no melhor dos mundos possíveis.
No entanto, se olharmos para outro jornal, o Club-K - só disponível via internet -, os títulos são bem diferentes. Aqui fala-se da detenção de activistas dos direitos humanos, de interferências do ministro do Interior no poder judiciário, das obras que Isabel dos Santos ganha, das conspirações do procurador-geral da República contra o presidente.
Dois jornais, dois países diferentes. Mas não é bem assim. Se aprofundarmos a leitura do Jornal de Angola para lá das parangonas, veremos um dos dirigentes mais importantes do regime, Kundi Paihama, a apelar à denúncia pública de “comportamentos que visam fomentar a desobediência civil, pôr em causa a paz, a democracia e a unidade nacional”. Assim como vimos há uns tempos um familiar do presidente da República, Bento Kangamba, a defender o controlo da internet.
Estes dois porta-vozes da ditadura levantam o véu sobre a realidade. A realidade é que a população está muito descontente com o regime e que fervilha uma revolta geral, disseminada pelas redes digitais que o governo não consegue controlar. Enquanto os jornais praticam a autocensura e não publicam nada que afecte o regime, a internet está em polvorosa contra esse mesmo regime. A liberdade de expressão pratica-se na internet.
O regime pode comprar muitos jornais impressos, fechar todos os restantes, a filha do regime pode comprar a Forbes, Portugal pode ser comprado também, mas não é possível comprar os milhares de angolanos que todos os dias frequentam a rede e que falam de sua justiça, num ambiente cada vez mais explosivo. Daí que Kundi Paihama, utilizando velhos mantras comunistas, apele à denúncia pública dos desviacionistas. Mas sejamos claros: que paz, que democracia, que unidade nacional quer Paihama defender num país que, depois de anos a fio com crescimentos económicos superiores a 10% - uma autêntica estrela internacional -, no ano de 2015 ainda é considerado pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano da ONU) como 149.º em termos de desenvolvimento? Num país que se mantém, apesar de toda a riqueza, na cauda do mundo, com um desenvolvimento humano considerado pior do que o do Cambodja (também devastado por uma guerra), de Timor-Leste (também colonizado, devastado por uma guerra e por uma ocupação quase genocida) ou do Kiribati? Angola está menos desenvolvida que o Kiribati. A esperança média de vida ainda se situa nos 52 anos, e todos os demais rácios são desmotivadores.
Este é o problema que nenhuma censura pode iludir. Um país rico que fica permanentemente pobre. Kangamba bem pode mandar os estudantes estudar, mas quanto mais estudarem mais estes estudantes perceberão que têm de mudar o regime para libertar o potencial de Angola.
Esta é a grande luta que está a acontecer na internet: a nova libertação de Angola, agora contra os colonizadores internos.

O Silêncio da Igreja é Vergonhoso e comprometedor

O silêncio da igreja é vergonhoso e comprometedor - Raul Diniz

Luanda - É deveras revelador o silêncio que a igreja observa face á atual situação péssima que o país atravessa a totalidade do sacerdócio cristão angolano, tem conhecimento da crise institucional e da falta de moralidade politica que o país vive em todas as esferas. Igualmente o clero tem pleno conhecimento do cada vez mais decadente estado de calamidade social, econômica, e financeiramente que o país vive, porém as lideranças da igreja mantêm-se num absoluto silencio tremendamente ensurdecedor.
Fonte: Club-k.net
A SUBMISSÃO, A IDOLATRIA EXASPERANTE, O SERVILISMO, BAJULAÇÃO SEM ESQUECER A ADORAÇÃO DEDICADA A PESSOA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA PARTE DIRIGENTES DA IGREJA CRISTÃ, EM NADA FAVORECE O CRESCIMENTO ESPIRITUAL DA NOIVA DE CRISTO JESUS, HOJE COMPLETAMENTE RELEGADA AO ABANDONO.
A atual igreja angolana terá que encontrar urgentemente consensos hermenêuticos, que advogue comprovativamente que a salvação do homem é alcançada pela fé. Não é de maneira nenhuma aceitável que a salvação provém de benesses e da resignação da igreja ao poder politico.

CRER NESSE ESPANTALHO É MESMO QUE ACEITAR QUE, A RELIGIOSIDADE IMPERATIVA DA LEI SEJA COADJUVANTE EDUCACIONAL DA NOIVA DE CRISTO, E QUE A MESMA A AJUDARA A SUBIR ATÉ O TRONO DE CRISTO JESUS.
Apesar dos ritos da sã religião orientar o sentido de cultuar o Senhor da igreja, ainda assim as igrejas cristãs encontram-se separadas por dogmas idiossincrasias marcadamente exasperante que renegam a independência da igreja no seu todo, isso comprova, que a igreja angolana corre sérios riscos de sucumbir futuramente. O papel fundamental da igreja está claramente definido biblicamente falando, e todo santo sacerdote tem a missão evangelizadora de ir até aos confins da terra, e ali pregar o evangelho a toda criatura.

NÃO FOI JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS NEM NENHUM DOS SEUS FILHOS QUEM MORRERAM NA CRUZ DO CALVÁRIO PELOS ANGOLANOS, TÃO POUCO JES É O SALVADOR DOS FIÉIS DO SENHOR DEUS ALTÍSSIMO, NEM DOS ANGOLANOS EM GERAL.
As lideranças apostólicas da igreja católica, mas eles parecem-se mais com abutres esfomeados, quanto à liderança das igrejas evangélicas mais se parecem com zumbis, dá a impressão que não têm mais alma para ajudar o país a sair da crise moral em que o ditador colocou o país.

 A IGREJA ESTÁ COMPLETAMENTE CORROMPIDA NO INTERIOR DA SUA DIREÇÃO,  E POR ESSA RAZÃO, AS OVELHAS ESTÃO SEM RUMO CERTO, OS PASTORES DEIXARAM-SE CORROMPER E NÃO TEMEM MAIS O TODO PODEROSO SENHOR DEUS VERDADEIRO.
Angola é um país perdido que se encontra de tanga de tão delapidado se encontrar, o país tem fome de liberdades e de fome alimentar, o povo não tem saúde nem educação minimamente aceitável, trabalho nem pensar.

A IGREJA TEM QUE SER AUTÊNTICA, ATRATIVA, FORTE, DINÂMICA, CONCILIADORA, MAGNÂNIMA, HUMILDE, MAS NUNCA DEVERÁ SER RESIGNADA NEM ESTAR SUBMISSA AO PODER. A IGREJA DE CRISTO TEM QUE SER SOBERANA E COM RELEVANTE PRAGMATISMO ATUANTE NA EDUCAÇÃO MORAL JUNTO DA SOCIEDADE.   
As ovelhas do rebanho do Senhor Deus Altíssimo encontram-se abandonadas e sem rumo, os pastores deixaram-se corromper e não teme mais ao Senhor Deus verdadeiro. O sacerdócio cristão trata o corpo da igreja como indigentes, para essa gente travestida de crentes são autenticas aves de rapina, para essa corja de vampiros, a noiva do Senhor não passa de pessoas abjetas descartáveis.

O TECIDO ABRANGENTE DO CLERO CRISTÃO CATÓLICO E EVANGÉLICO TEM A OBRIGAÇÃO DE ESTAR AO LADO DOS ESPOLIADOS, AO INVÉS DISSO, ELES COLOCARAM-SE A DISPOSIÇÃO DO REGIME, ESQUECERAM-SE DO REAL PAPEL A DESEMPENHAR PELA IGREJA DE CRISTO NO MUNDO.
 A igreja esta adormecida e os pastores estão sem nenhum lastro de fé, eles buscam despudoradamente privilégios junto do chefe de uma das mais desumanas ditaduras que existe na terra em pleno século 21. As ovelhas estão desgarradas e vagueiam desestimuladas, sem vivacidade e folgo para louvar e adorar o seu Deus e Senhor da igreja.

O REGIME ANGOLANO É DE FACTO UMA DITADURA E/OU UM ESTADO DE POLICIA INVIÁVEL, TRATA-SE DE UM REGIME QUE PRATICA TODOS OS TIPOS DE INJUSTIÇAS INJUSTIFICÁVEIS.
Ainda assim o clero cristão prefere caminhar de olhos vendados, e manter-se silencioso amordaçado, para não desagradar o seu patrono JES. O clero tem conhecimento que em Angola existe uma justiça injusta, de igual modo têm conhecimento das indesmentíveis praticas adulteras que a mordaça do poder impôs a maioria do povo, com a clara intenção de fragmenta-lo e torna-lo vulnerável e/ou definitivamente submisso.

POR OUTRO LADO NÃO SE PODE DESCORAR QUE, AS DIREÇÕES DAS MÚLTIPLAS IGREJAS CRISTÃS TÊM PLENO CONHECIMENTO QUE, OS FILHOS DO PODER TRANSFORAM O PAÍS NUMA MONTRA EXPOSITIVA DE LUXOS DESCABIDOS, QUE MAIS SE PARECE COM UM CIRCO DE VAIDADES MAL ADMINISTRADO.
O nepotismo, a corrupção, e o peculato grassam em todo país começando na cidade alta onde a dinheirama dos angolanos de todos os extratos é dividida e transferida ilicitamente para os paraísos fiscais no exterior, mas os dirigentes da igreja cristã continuam convenientemente fingindo fechar os olhos convenientemente com o medo de afrontar o novo deus JES, por eles adorado.

O comportamento do arcebispo, dos bispos padres reverendos e pastores comportam-se estranhamente de uma forma cobarde inaceitável, eles dedicam obediência ao ditador, adoram-no e glorificam e idolatram o ditador com cânticos e alegorias nos coacteis e nas recepções palacianas na cidade alta.
A IGREJA NÃO PODE CONTINUAR SÚDITA AO PODER ESCRAVIZADOR DE JES, É PENA VER A PERSISTÊNCIA DOS LIDERES DA IGREJA AGACHAREM-SE AOS PÉS DO INSANO DITADOR ASSUMIDOS DÉSPOTA. 
Até quando os angolanos vão assistir passivos a cobardia existencialista dos bispos, reverendos padres e pastores, que desprestigiam a pessoa divina de Jesus único e exclusivo dono da igreja. É verdade sim que a igreja perdeu o norte e não sabe onde fica o sul. Seus superiores deixaram de pastorear sabiamente as ovelhas do Senhor ao seu cuidado.

A IGREJA ESTA MORTALMENTE FERIDA E SEUS PASTORES MESMO PERCEBENDO NADA FAZEM PARA RETIRA-LAS DO LAÇO DO PASSARINHEIRO. 
Elas estão desgarradas vagueando desestimuladas sem vivacidade para louvar e adorar o seu Deus e Senhor da igreja. É verdade que os crentes perderam o animo para adorar e glorificar a Deus, o povo de Deus foi transformado pelos seus lideres em pessoas errantes, em suma a igreja perdeu o foco principal que é o de se colocar ao lado do povo humilde, violentados e empobrecidos pelo sistema dirigido pela individualidade que eles idolatram.

A igreja cristã não precisa de nenhuma revolução no seu interior, ela de facto e de direito não foi criada para revolucionar-se, Seria um paradigma de irrefletidas inexatidões pensarem dessa maneira. A igreja tem apenas que ser coerente no seu objeto social por que fora criada.
Falando mais profundamente, a noiva de cristo em Angola não acredita mais na fidelidade a Deus dos seus pastores, a igreja anda a deriva sem a santidade dos seus dirigentes que escolheram servir a chefia do mundo a Deus. Eles não creem em Deus, pois, acreditam em mamoom e vivem subservientes a JES, que por sua vez penetrou com toda força no interior da igreja de cristo corrompendo-a totalmente.

NÃO PÔDE SER ADUZIDAS RESPONSABILIDADES A IGREJA DAS QUAIS NÃO FORA DESCRITAS PELO SENHOR DA IGREJA, QUANDO DA SUA CRIAÇÃO. A IGREJA É UM COMPOSTO DE UNÇÃO DIVINA COM ESSÊNCIA HUMANIZADA, CRIADA POR CRISTO JESUS, PARA SERVIR E CONFORTAR ESPIRITUALMENTE SER HUMANO.
Isso significa que a igreja tem dono e esse dono não se chama JES nem Cesar Augusto, a igreja não pertence aos pastores, ela é de Cristo, e não de profissionais concursados da fé, vendilhões de templos, feitos comerciantes e/ou empresários da fé. Essa corja de falsos profetas e/ou pastores inveterados sem chamado e sem unção, inverteram os valores cristãos e colocaram os seus dotes ao serviço de gente mundana e de furiosos pagãos anticristo da estirpe de José Eduardo dos Santos.

A IGREJA DE CRISTO FOI CRIADA PARA GOVERNAR O MUNDO DE FORA PARA DENTRO E NÃO PARA SER GOVERNADA PELO MUNDO, COMO ESTA A ACONTECER COM A IGREJA ANGOLANA NO SEU TODO.
A igreja não pode continuar a ser um reformatório resignado que recebe ordens do governo nem de nenhum presidente da república, a igreja deve e tem de ser responsável e, respeitavelmente reformista e não conformista com está a ser tratada. Não se pode aceitar a constante fragmentação da igreja cristã, ela não pode continuar a ser tratada como a cauda da sociedade, ela deve ser reconhecida como o baluarte da moralidade.

A IGREJA É A CABEÇA DA MORALIDADE SOCIAL, ELA NÃO PÔDE CONTINUAR AMORDAÇADA, NEM ACORRENTADA E/OU APRISIONADA AS MÃOS DE PESSOAS ADULADORAS SEM DEUS E SEM JESUS NEM TÃO POUCO CREEM NA VIDA DO PORVIR.
 A igreja humana é o templo que Deus escolheu para fazer morada, porém o Espirito de Deus não mora nem nunca morou em corpos de pessoas promiscuas que amam a mamoom, deus dinheiro, JES é o legítimo represente e sumo sacerdote de mamoom em Angola, nele reside toda imundície mundana. A igreja foi criada para trazer a salvação ao mundo, e não para trazer a condenação ao mundo.


PASTORES DEUS É AMOR, MAS ACONSELHO-VOS A NÃO DESAFIEM A IRA DE DEUS, SEJAM LEAIS, ALTRUÍSTAS E COERENTES PERANTE A FACE DE DEUS E HUMILHEM-SE A DEUS.  NÃO SE HUMILHEM E MUITO MENOS ADOREM ESSE HOMEM LUNÁTICO IRRESPONSÁVEL, CORRUPTO, E GATUNO PEDANTE, QUE SEQUER SABE AS QUANTAS ANDA E NEM TEM NOÇÃO DA VERGONHA QUE OS ANGOLANOS TÊM POR TÊ-LO COMO PRESIDENTE VITALÍCIO DA REPÚBLICA.
Infelizmente o clero decidiu render vassalagem a uma pessoa que não se revê no cristianismo como doutrina da salvação, e para cumulo afastaram-se de Deus para servir de válvula eleitoreira para um partido politico que nada de bom traz para o engrandecimento do país e dos angolanos. É hilariante saber que as lideranças da igreja cristã nada mais têm para oferecer ao todo da igreja que resignada aguarda pelo cumprimento das promessas de Deus para suas vidas.

LUANDA: A Verdade Sobre a Condenação Fascista do Ativista Nito Alves

A verdade sobre a condenação fascista de Nito Alves - John Santana

Fonte: Club-k.net

Forçado pela ditadura, a declarar contra o filho
A equipa de agentes da PIDE-DGS (entenda-se, juízes e procuradores) entraram e a audiência começou.
Depois de ouvidos outros declarantes, foi a vez de Fernando Baptista, pai de Nito Alves. Chamado para depor sobre a suposta existência de dois registos civis do filho e consequente acusação de possuir uma falsa identidade e ainda de ter alterado o registo anterior sem a devida solenidade. Se houve alteração de identidade, uma questão impõe-se: “Onde está o funcionário dos registos que alterou e porque não foi constituído arguido? Temos aqui mais um embuste!

O tribunal ao convocar o pai do arguido para depor, viola o princípio e a lei que estabelecem claramente que ascendentes e descendentes próximos, não podem depor quando seus familiares estão na condição de acusados de qualquer crime. Consciente desta prerrogativa, o pai do arguido, ousou exercê-la, como o leitor poderá notar a seguir.

O juiz, Januário Domingos (conhecido como agente dos Serviços Secretos), chamou o senhor Fernando Baptista e começou o interrogatório:
— Você é o pai de Nito Alves? — questionou inquisitivamente o juiz. — Houve um silêncio de alguns segundos. — Notava–se desconforto da parte do inquerido.
A sala focava os olhares sobre o pai que está a ser forçado pela ditadura, a declarar contra o filho, para a concretização de uma condenação pré-determinada pelo tirano à partir do palácio. O silêncio do inquerido estendeu-se para toda a sala.

— Sou o pai de dele sim! — o hiato causado pelo silêncio foi quebrado pela resposta simples, mas que levaria aos intentos da farsa judicial. — Trouxe a descompressão na sala, por parte daqueles que estavam preocupados com o bom desempenho de Fernando Baptista. A audiência sabia que nada que fosse dito salvaria a pele do filho, mas pelo menos para salvaguardar a honra do inquirido.

— Você o registou e onde? — perguntou Januário Domingos. — Com um sorriso e olhar de escárnio. Ao mesmo tempo virou o seu olhar para o seu par ao lado esquerdo e segredou…!
— Registei-o e fi-lo no Huambo — respondeu tranquilamente Fernando Baptista.

— O juiz continuou: — E quais foram os procedimentos? Onde foi registado concretamente?
— Senhor juiz, não posso depor contra o meu filho! — afirmou o inquirido. — A resposta elevou a arrogância e a brutalidade do juiz, no tom de voz contra o declarante.
— Como assim?! — exclamou o juiz

SILÊNCIO SEPULCRAL.
Pareceu que o convencimento do juiz sobre a sua autoridade e em consequência, ninguém ousaria rejeitar-lhe uma resposta, levou-o a irritar-se claramente! — Continuou o juiz. — Olha senhor… você não é o pai?!
— Eu não posso depor contra o meu filho — reafirmou a vítima da infâmia. — Diante de tal confirmação, os presentes na sala começaram à olhar-se e a cochichar.

— … não podes afirmar aquilo que prejudique o seu filho — prosseguiu o juiz. — Mas neste caso, o tribunal quer simplesmente que você esclareça algumas questões simples…
Entre os arguidos haviam reclamações!

— Na ditadura as pessoas não podem prever o que prejudica ou não os filhos em tribunal, no momento de depor — sussurrou um dos dezasseis réus.

— Alguma vez o senhor respondeu um interrogatório da polícia? — perguntou o juiz. — Pressionando com insistência. Usando e abusando da autoridade draconiana que a tirania lhe confere, mesmo ante a negação do declarante. — VOCÊ TEM DE RESPONDER — Insistiu o juiz. — Num tom ameaçador e intimidatório, prosseguiu. — Aqui só o réu pode manter-se calado. Os declarantes devem colaborar com a justiça!

— Mas eu sou o pai — disse … —. Nesta condição, nem sequer o tribunal poderia convocar-me.
— RESPONDE POR FAVOR— gritou o juiz.
— Nunca fui ouvido pela polícia— respondeu Baptista.

Os advogados olharam-se perplexos! Os do lado direito (Luís do Nascimento e Mariza Borges), faziam sinais dirigidos para os dois advogados do lado oposto. Talvez para que reagissem aos abusos e violações da lei por parte do juiz, e a humilhação contra o depoente.

— Meritíssimo, de acordo com a lei os pais e filhos não podem depor contra os seus … — asseverou o advogado Luís do Nascimento. — Pelo que o senhor Baptista está certo, como reza o artigo …. do código …

O juiz ignorou absolutamente o alerta do advogado e prosseguiu com o seu abuso de poder.

— Permita-me Meritíssimo — interveio o Digníssimo Representante do Ministério Público. — O senhor Baptista afirmou aqui neste tribunal, que nunca prestou declarações à Procuradoria Junto dos Serviços de Investigação Criminal (PSIC). — Isto é uma inverdade! Uma das peças constantes no processo é o depoimento que o aqui declarante deu na fase de instrução preparatória!

Para sustentar a afirmação da procuradoria, o coletivo de juízes começou a revirar o processo com vista à localizar o depoimento de Baptista.
— Está em folhas 2211 — intrometeu-se o escrivão. — Foi curioso, mas nada surpreendente, de como as “peças humanas” ao serviço da ditadura, estão em sintonia. Inclusive o escrivão auxilia na condução que visa queimar as vítimas.

— Muito bem Garcia — agradeceu o juiz. — Com um rosto de triunfo. Talvez estivesse a pensar: “Apanhei a presa”.
Entre os réus houve cochichos. Um afirmou: “O escrivão conhece tão bem o processo que dá-se ao luxo de arbitrar parcialmente o julgamento.”

— Aqui está o depoimento do senhor… — afirmaram em coro, o juiz presidente da causa e o procurador. — Estavam perfeitamente alinhados. Não há dúvida que há sintonia. Em tese, a procuradoria é parte interessada (assim como a defesa) e o tribunal é árbitro, mas na tirania, o quadro é totalmente ao contrário!

— Meritíssimo — interrompeu e pediu a palavra um dos advogado do extremo esquerdo.
— Tem a palavra — autorizou o juiz.
— Senhor Baptista — disse o advogado. — Você conhece a realidade em que encontramo-nos. Responde as perguntas pela via mais simples: sim e não!
O depoente corou diante das palavras do advogado. Incrédulo. Manteve-se em silêncio!!

Sussurros entre os réus… como pode o advogado pedir isto… isto é ilegal… Oh, oh, oh… olha em que pé está este país… república das bananas… isto deixou de ser país meu…!

— O comportamento do senhor Baptista configura um crime — disse o juiz. — Isto é desacato à autoridade. Desobediência, ao não colaborar com a justiça. — E prosseguiu.— Mas por hoje fica assim. Vamos consignar a sua brevíssima narrativa em acta.

As mulheres e homens de boa vontade e coração puro que assistiam a audiência, pareciam respirar de alívio, em virtude do fim da tortura verbal e toda humilhação do juiz contra o declarante.

— Perguntado — disse o juiz — Se já alguma vez, prestou declarações para a procuradoria, o respondente afirmou negativamente. — Nito Alves interrompeu dizendo: — “Meu pai não disse isso.” — Prosseguiu. — A pergunta que lhe foi colocada era, se já alguma vez ouviram-no pela polícia e é normal que respondesse, não. Porque nunca. Quanto a procuradoria, sim. Mas não foi isto que lhe foi questionado!

O ambiente na sala era tenso depois da intervenção de Nito. Muita apreensão por parte de alguns. Os juízes e o procurador mexiam-se num claro mal-estar.

— Retirem este senhor da sala — reagiu imediatamente o juiz presidente. — Onde está a polícia. Ordeno que coloquem-no na cela. Agora!!

— Este julgamento é uma palhaçada — julgou Nito. — Não temo pela minha vida!

— Senhor juiz — disse o pai de Nito Alves. — Respondi que nunca fui ouvido pela polícia, porque julgo que a procuradoria é distinta da polícia.

— Mas o senhor foi ouvido pelo Procurador junto dos Serviços de Investigação Criminal (PSIC) — respondeu o juiz.— É a mesma coisa. É polícia.

— Meritíssimo — disse o procurador.— Este comportamento requer julgamento sumário "hic et nunc". O réu aqui presente deve ser julgado por injúria ao tribunal, por perturbação ao tribunal e a prossecução dos trabalhos.

Na sala, algumas pessoas reclamavam em cochichos. Mas onde está a perturbação? Este piolho não sabe o sinónimo de perturbação. Esta frase configura perturbação? Nota-se claramente que o procurador tem o coração tão feio quanto a sua cara! Beiçudo! Mas também só cumprem ordens do príncipe. Numa altura em que se aproxima o fim da prisão domiciliária (dia 18 de Fevereiro), interessa-lhes estes julgamentos sumários e consequentes condenações.

— Meritíssimo — disse o escrivão. — A acta está pronta.

— Certo. Vamos assinar — Ordenou o juiz. — Em seguida vamos ao julgamento sumário deste senhor. — Prosseguiu. — Pelo que, o requerimento do Digno Representante do Ministério Público está deferido.

Depois dos intervenientes ao julgamento assinarem a acta, o juiz decidiu que se evacuasse a sala.

— … não se pode evacuar a sala — inferiu o escrivão. — Porque o reu tem o direito de indicar testemunhas.

— Sim doutor Garcia — assentiu o juiz. — Indica suas suas testemunhas.

— Todos nesta sala são minhas testemunhas — disse o reu. — Sem temor!

Pisando mais uma vez o império da lei, a dignidade humana e os princípios básicos de um julgamento justo, o juiz “enxotou” todos, com excepção do advogado, escrivão, procurador e os agentes dos serviços de informação (seus colegas) que estão permanentemente na sala.

Simulou mais um julgamento. E bateu o martelo de chumbo, ao serviço da manutenção do poder principesco! Parece importante lembrar, que a lei obriga que uma pena de seis meses, deve ser convertida em multa.

LUANDA: 15+2: "Nunca Irei ao Tribunal Carnavalesco" Diz o Antigo Primeiro Ministro Marcolino Moco


15+2: “Nunca irei ao tribunal carnavalesco” - Marcolino Moco


Fonte: www.marcolinomoco.com
Acabo de saber, pelo jornalista Paulo Sérgio do “jornal o País”, a quem, a seu pedido, concedi uma breve entrevista, que o meu nome apareceu num suposto edital do Jornal de Angola, de que não se precisou o dia, para me apresentar amanhã, no Tribunal de Luanda e depor sobre a minha menção no fantasmagórico “governo de salvação nacional”.

Por enquanto e tendo em conta as parâmetros editoriais desse jornal (O Pais, de cujos donos todos temos uma vaga ideia), limitei-me a invocar razões físicas e formais para não comparecer no mencionado tribunal, amanhã: é que não me encontro em Luanda e, por outro lado, não aceitaria de nenhum modo o facto de ser “notificado” através de um jornal quando não foram esgotados os meios apropriados de fazê-lo. Na verdade, até a altura em que o jornalista me entrevista, telefonicamente, e, ainda agora, não tenho conhecimento de qualquer notificação pela autoridade competente, tanto na minha residência, em Luanda, como no meu escritório, registado na Ordem dos Advogados.

Porém, tenho razões mais substantivas para nunca comparecer ao referido tribunal para o alegado depoimento, a não ser por coação física, evitando, se possível, que seja torturado como aconteceu com pessoas que, sendo mais jovens, eram mais resistentes, fisicamente, do que eu.

Estou convencido que até leigos na matéria do Direito, já constataram que este chamamento abusivo e manipulado é uma forma mais, para se arrastar o sofrimento de pessoas que foram detidas ilegalmente, tiveram uma série de dias em prisão preventiva com ilegalidades sucessivas e encontram-se agora em prisão domiciliária “atípica”, como muitas coisas atípicas que têm acontecido no nosso país, alguns anos para cá.

Não estou disposto a participar na “carnavalização da justiça” que temos vivido, sobre tudo quando está em jogo o sofrimento de pessoas, em tempo de paz e democracia para as quais tenho contribuído.

Nas boas faculdades de Direito não aprendemos a sobrevalorizar a justiça formal em relação à substantiva, assim como não aprovamos silogismos em que possamos concluir, por exemplo que, porque a árvore respira, tal como o homem o faz “então a árvore é homem” ou “ … o homem é arvore”.


Na minha opinião, todos aqueles que se encontram na mesma situação que a minha (excepto, provavelmente, o Dr. Alberto Pedro) deviam recusar-se a participar neste arrastamento de um processo que pouco tem de judicial mas mais de injustamente politico.