FCKS EXIGE PEDIDO DE DESCULPAS: JAMAIS!
Recebi o e-mail que abaixo publico na íntegra, no qual me exigem um pedido de desculpas público, por supostamente eu ter ofendido a honra e o bom nome dos gestores ligados à teia de corrupção que deu origem à Fábrica de Cimento do Kwanza-Sul (FCKS).
Antes de avançar com uma contra-resposta, devo explicar aos leitores a razão por que vim agora a público denunciar os esquemas vergonhosos da FCKS.
Com 42 anos de independência e 15 anos de paz, a nação angolana trabalha todos os dias, paga os seus impostos e contribui para a o bem-estar da sociedade. Além disso, em Angola são produzidos cerca de dois milhões de barris de crude diários, gerando-se enormes receitas para o Estado. Se os governantes quisessem, os recursos do País (petróleo, diamantes, madeira, peixe…) seriam mais do que suficientes para melhorar, e muito, a vida de todos os cidadãos. Angola tem tudo para ser uma nação próspera.
Em vez disso, o que temos realmente? Não há quaisquer benefícios nem a mínima qualidade de vida para o cidadão comum. O trabalhador madruga, segue de candongueiro para o seu posto de trabalho, sua muito em troca de quase nada, e não é encarado com o menor respeito pelas entidades oficiais. Os angolanos privilegiados (governantes, generais, familiares, amigos, sócios…), por sua vez, dirigem-se nas suas viaturas de luxo até ao BESA, ao BPC, à Sonangol e sacam todo o dinheiro que querem, aparentemente tornando-se pseudo-empresários a exigirem respeito e adoração de todos nós. Pois não contem comigo para ficar em silêncio enquanto assisto a tanto escândalo.
Nas eleições que se aproximam, é preciso não esquecer isto: em 42 anos de poder, 15 de paz, o MPLA não conseguiu – sobretudo, não quis – beneficiar 99 por cento dos meus irmãos. É por isso que, no dia 23 de Agosto, temos de correr com o MPLA da Cidade Alta.
E eu, como muitos outros angolanos, vou unir-me aos grandes nomes que lideram esta luta em Angola e aos milhares de cidadãos invisíveis (mesmo no próprio MPLA) que sabem que Agostinho Neto não lutou e deu a sua vida pela Angola que se tem vindo a construir/destruir.
Regressando ao caso da FCKS: em mensagem posta a circular nas redes sociais pelo antigo director-geral da Sonangol Joaquim David (um dos proprietários da FCKS), está confirmada a dívida de $731 milhões da FCKS à Sonangol, que os dez anos de carência expiraram e que a empresa não consegue amortizar a dívida desde há dois anos.
Recordo com orgulho que em 2014 – primeiro ano operacional da FCKS – eu e a minha equipa alcançámos mais de 80 milhões de dólares em vendas. Mesmo assim, devido à má gestão, não se amortizou nem um dólar à Sonangol. E porquê? Porque a Sonangol é do Estado, o seu dinheiro é do povo, por isso ninguém deste regime se preocupa. Em contrapartida, a dívida ao banco BAI, no valor de 70 milhões de dólares, já está a ser paga.
A fábrica da FCKS está fechada até Setembro, porque a filha do Presidente José Eduardo, Isabel dos Santos, não autorizou que lhe fosse vendido combustível. Quanto às razões para penalizar um complexo industrial daquela envergadura, só ela as saberá.
Mas uma coisa é certa: se a fábrica fosse em Luanda, Isabel dos Santos pensaria bem nos votos que o MPLA iria perder. Porque é no Sumbe, e ela acha que os votos no MPLA estão garantidos, não pensa nisso. Já agora, onde anda o governador provincial do Kwanza-Sul, o todo-poderoso general Eusébio Teixeira de Brito? Não tem nada a dizer/fazer?
Quanto ao e-mail que me foi enviado, o seu objectivo é claramente assassinar o meu carácter, senão mesmo a minha existência física (afinal, em Angola a vida vale quase nada). Não merece mais nenhum comentário senão este: pedir desculpa por falar da coisa pública, jamais!
O e-mail integral da FCKS
Caro Dr. Mario Cumandala,
Antes de mais espero que a presente missiva lhe encontre em óptimas condições de saúde em companhia da sua família. Não obstante aproveito a oportunidade a lhe informar o meu profundo desagrado mágoa, angustia tristeza, ao tomar conhecimento da noticia sobre a FCKS, publicada por ti na página eletrónica designada “Maka Angola” sobre o tema “Toda a Verdade Sobre o Duelo Entre Isabel dos Santos e Joaquim David”.
Existem varias formas de estar, para se puder viver condignamente, com o pouco que tenhamos adquirido através do nosso esforço pessoal e por mérito ou bastante. O que não é saudável nem digno é desrespeitar abusivamente as pessoas conhecidas e próximas que sempre o trataram, com respeito e dignidade durante a sua vigência contractual com a FCKS.
Como seu ex-colega de trabalho, sempre o considerei como amigo digno! Espantosamente estou dilacerado pela magnitude da sua capacidade mórbida e indolente de desrespeitar e denegrir as pessoas que sempre estiveram próximo de ti e o trataram com apreço.
Conselho: “o mundo é pequeno, assim sendo, procure formas de fazer o bem com o seu dom de articulação de palavras que tens e não ao contrário, semeando o mal, o ódio e a calúnia. Acredito que usando o seu dom de palavra positivamente poderás atingir grandes níveis económicos na sua vida particular, mas não com esta atitude negativa”.
Sou a relembrar que a sua estabilidade socioeconómica hoje, segundo informações, teve a proveniência na FCKS, assim sendo sou a recomendar-lhe a por fim a este tipo de atitudes perniciosas que não lhe trazem vantagens na sua vida cotidiana.
Sou a relembrar que a sua estabilidade socioeconómica hoje, segundo informações, teve a proveniência na FCKS, assim sendo sou a recomendar-lhe a por fim a este tipo de atitudes perniciosas que não lhe trazem vantagens na sua vida cotidiana.
Devido as notícias difamatórias e caluniosas publicadas por si no jornal “Maka Angola”, estou mal visto, pela Direção da empresa e pelos demais colegas atendendo ao facto de que foi através de mim que a Direção da FCKS, lhe tivera dado a oportunidade de celebrar o vínculo contractual com a mesma no cargo de Diretor Comercial. Não obstante, nota-se que essa oportunidade de carreira que lhe havia sido dado, não teve a menor consideração nem reconhecimento da sua parte!
Espero sinceramente, ver alguma mudança de atitude através de um pedido de desculpas público pela mesma via das pessoas próximas a nós que dilaceraste moralmente.
Atentamente,
Joaquim Manuel
[Director dos Recursos Humanos da FCKS]