sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

LUANDA: Morreu Gene Sharp, o Inimigo dos Ditadores

MORREU GENE SHARP, O INIMIGO DOS DITADORES


O autor norte-americano Gene Sharp, cuja leitura adaptada da sua obra levou à condenação de 17 activistas angolanos por rebelião, morreu no domingo, aos 90 anos, divulgou a instituição The Right Livelihood Awards.

Gene Sharp, de acordo com a organização The Right Livelihood Awards – que o galardoou em 2012 com o chamado ‘Nobel alternativo’ -, “desenvolveu e articulou princípios e estratégias de resistência pacífica e apoiou a sua implementação prática em áreas de conflito ao redor do mundo”.
O escritor norte-americano, nascido a 21 de Janeiro de 1928 em North Baltimore, Ohio, é o autor de cerca de 30 obras sobre os princípios teóricos do pacifismo e da promoção da democracia.
Sharp graduou-se em Ciências Sociais (1949) e obteve um mestrado em Sociologia (1951) pela Universidade Estadual de Ohio, tendo posteriormente completou o seu doutorado em Teoria Política na Universidade de Oxford, em 1968.
O autor norte-americano, cuja leitura adaptada levou à condenação de 17 activistas angolanos por rebelião, disse em Maio de 2016, que o então regime angolano, liderado na altura por José Eduardo dos Santos (que hoje se mantém como presidente do MPLA, partido no poder desde 1975 e que viu o seu candidato, João Lourenço, ser “eleito” presidente da República), estava enfraquecido, como indiciava a “prisão de adolescentes”.
“Quando um Governo prende adolescentes por estarem a ler livros isso mostra que estão nervosos, porque sabem melhor do que ninguém que o seu sistema está enfraquecido”, declarou Sharp.
“Prender um jovem de 19 anos é um sinal de que o regime está muito fraco”, acrescenta o escritor, autor da obra “From dictatorship to Democracy: A Conceptual Framework for Liberation”, que foi adaptada para português pelo docente universitário e colaborador do Folha 8 Domingos da Cruz (um dos 17 arguidos).
Os activistas, com idades entre os 19 e os 37 anos, entre os quais o luso-angolano Luaty Beirão, foram condenados a 28 de Março a penas de prisão efectiva entre dois anos e três meses e oito anos e seis meses, por supostos actos preparatórios para uma rebelião e associação de malfeitores.
Gene Sharp foi professor na Universidade de Massachusetts Dartmouth desde 1972, foi várias vezes nomeado para o Prémio Nobel da Paz e fundou a “The Albert Einstein Institution”, uma organização sem fins lucrativos que estuda o uso da acção política não-violenta em todo o mundo.
O autor salientou, na entrevista dada em 2016 à Lusa, que o seu trabalho, uma das fontes de inspiração da resistência civil que levou às Primaveras Árabes, “não se centra em determinar até que ponto um governo é ditatorial ou democrático”, mas na análise do sistema político.
Porque, além do modo de eleição, um sistema político ditatorial é também definido por um ambiente em que “liberdades cívicas básicas não existem e a oposição enfrenta repressão”.
“Não sou especialista em Angola. No entanto, muitos governos, particularmente aqueles que são autoritários e ditatoriais, acreditam que todo o conhecimento sobre acção não-violenta é subversivo porque articula como um governo não pode governar as pessoas se estas pessoas decidirem não ser governadas por ele”, explicou.
O Tribunal de Luanda, cumprindo ordens superiores, deu como provado que os acusados formaram uma associação criminosa que pretendia destituir os órgãos de soberania legitimamente eleitos, colocando no poder elementos da sua “conveniência” e que integravam a lista para um “governo de salvação nacional”.
Gene Sharp assegurou na altura que o seu livro não dá instruções de como derrubar um Governo, até porque “cada luta não violenta ocorre no contexto de um ambiente doméstico único”.
“Seria irresponsável e presunçoso tentarmos aplicar uma mesma fórmula para todos. Não é esse o nosso papel. O nosso papel é disseminar informação, dar ferramentas, e tornar esses recursos tão disponíveis quanto possível. Como usar essas ferramentas é determinado pelos indivíduos e grupos”, explicou.
Sharp referiu que “qualquer ditador ou regime opressivo considera” este conhecimento “ameaçador porque cria a percepção de quão fraco e sem poder é realmente.”

O nanismo do regime do MPLA

Na altura do julgamento dos nossos jovens activistas, o Ministério Público do regime de Eduardo dos Santos especificou que, no caso da detenção dos jovens, há “factos que evidenciam claramente que os arguidos participavam em reuniões com vista a traçar estratégias e acções conducentes à destituição do Governo e do Presidente da República”.
A ter consistência esta tese daquele órgão do regime, todos os principais dirigentes dos partidos da Oposição, nomeadamente da UNITA e da CASA-CE deveriam ser presos. Isto porque, pelo menos nas democracias, é normal a oposição “traçar estratégias e acções conducentes à destituição do Governo e do Presidente da República”. É para isso que a oposição existe… ou deve existir.
O despacho da ala radical do MPLA, eufemisticamente apelidada de Ministério Público, afirmou então que os 15 activistas foram detidos – nem mais, nem menos – “em flagrante delito” quando se preparavam para uma actividade criminosa, cuja etílica matéria de facto recolhida pelos peritos revela “actos preparatórios para a prática de rebelião e atentado contra o Presidente da República”.
Nesse flagrante delito, foi descoberto em poder dos jovens diverso material bélico, altamente letal, a saber: 12 esferográficas BIC (azuis), um lápis de carvão (vermelho), três blocos de papel (brancos) e um livro sobre como derrubar as ditaduras.
Sabe-se, igualmente, que a Polícia Nacional do regime descobriu que os jovens activistas tinham mísseis escondidos nas lapiseiras, Kalashnikovs camufladas nos telemóveis e outro armamento pesado e letal disfarçado nos blocos de apontamentos. Eram, reconheça-se, provas mais do que suficientes para provar que estavam a preparar um golpe de Estado.
Os jovens estavam no seu quartel-general, por sinal uma residência em Luanda, numa reunião dos seus estrategas militares que planeavam o golpe a partir da leitura do livro “Da ditadura à democracia — Uma estrutura conceptual para a libertação”, do norte-americano Gene Sharp.
No quintal, debaixo de uma mangueira, o exército mobilizado por esses jovens (talvez uns milhões de guerrilheiros) afinava os códigos para lançamento dos mísseis e, talvez, até de ogivas nucleares contra a residência de Eduardo dos Santos…
Perante este manancial de provas, o Ministério Público do regime provou que os jovens activistas estavam envolvidos numa conspiração para a “destituição do Presidente da República e de outros órgãos de soberania”, plano que estava a ser congeminado há muito, muito tempo. Cerca de três meses.
“Os factos descritos evidenciam claramente que os arguidos participaram em reuniões com vista a traçar estratégias e acções, tais como manifestações, greves e desobediência civil generalizada, conducentes à destituição do Governo e do Presidente da República”, considerou – com uma antológica perspicácia – aquele órgão do regime.
Os procuradores do regime entenderam, baseados nos dados recolhidos, que as sessões de formação realizadas na livraria Kiazele, na Vila Alice, em Luanda, visavam “mobilizar as massas populares ideais para desacreditar a governação do executivo angolano”. Coisa difícil dada a credibilidade de que gozava, há 40 anos, o regime, e há 36 anos o Presidente Eduardo dos Santos.
Ainda com a perspicácia investigativa dos melhores peritos do país, foi possível concluir que nesses “encontros de concertação” se preparava a máquina de guerra para “destituir o poder político em Angola”. Poder esse legitimado democraticamente e que, inclusive, faz com que José Eduardo dos Santos nunca tenha sido nominalmente eleito.
O Ministério Público do regime abordou igualmente a análise conspirativa dos frustrados (como chamou aos jovens o próprio Eduardo dos Santos) baseada numa “suposta obra de Domingos da Cruz [um dos arguidos] com o título “Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura: Filosofia para a libertação de Angola”, uma adaptação do livro de Gene Sharp “Da Ditadura à Democracia”.
Pedagogicamente, ou não fossemos todos matumbos – o Ministério Público do regime explicava que essa obra “inspirou as chamadas revoluções nos países da Europa de Leste, países nórdicos, africanos, como a Tunísia, o Burkina Faso, Egipto e Líbia, cujas consequências de tão nefastas deixaram os países atingidos completamente na desgraça, destruídos pelo vandalismo e pelas guerras que se seguiram”.
Mostrando que (até) sabem ler, os instrutores do processo explicaram que naquele obra o autor “ensina como desencadear acções de raiva, revolta e revolução para o fim da tirania através de manifestações generalizadas, greves e desobediência civil”.
Mais. Concluem que os jovens, ao “importar os ensinamentos de Gene Sharp”, pretendiam impulsionar um descontentamento generalizado da população “com o objectivo de destituir” José Eduardo dos Santos.
O Ministério Público do regime pormenorizava, o que só comprova a eficiência dos seus serviços secretos, as fases das reuniões subversivas. Ou seja, “explicações sobre a metodologia e objectivos a perseguir e preparação de acções para a destituição do Presidente da República, ao que seguiria a criação de um governo de transição”.
Acrescentaram as autoridades do regime que os activistas foram apanhados com a boca no botija, ou seja (quase) com o dedo na gatilho. Por outras palavras, no exacto momento em que aprovavam “greves, manifestações generalizadas, violência e o incêndio de pneus em todas as artérias da cidade de Luanda”. E não iam fazer por menos. Eram toneladas de pneus para encher “todas as artérias” de Luanda.
“Os arguidos planeavam formar um governo de salvação nacional e elaborar uma nova Constituição”, disseram os rapazolas do Ministério Público do regime, mostrando contudo que os activistas, inimigos ou terroristas até já tinham gente a trabalhar num novo governo e numa nova constituição. É obra, reconheça-se.
Perante este amontado de crimes, o Ministério Público do regime voltou à pedagogia dizendo que “o poder político é exercido por quem obtém legitimidade mediante processo eleitoral livre e democraticamente exercido, sendo ilegítimos e criminalmente puníveis a tomada e o exercício do poder político com base em meios violentos ou por outras formas não previstas nem conformes com a Constituição”.
“Os arguidos, que se auto-denominam também de jovens revolucionários e se dizem defensores dos direitos humanos e lutadores pela democracia, não respeitaram (nem respeitam), voluntária e conscientemente, os órgãos de soberania, a Constituição da República de Angola e as leis do país, nomeadamente a lei de reunião e de manifestação”, disse o Ministério Público do regime.
Só mesmo a benevolência divina de Eduardo dos Santos impediu que este frustrados energúmenos não fossem condenados a entrar – como outros – na cadeia alimentar dos jacarés do Bengo.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

LUANDA: Homicídio de Sobrinho de José Eduardo dos Santos "belisca Sentimento de Segurança! -MPLA

Homicídio de sobrinho de José Eduardo dos Santos "belisca sentimento de segurança" -- MPLA

Fonte: AO24-Horas
Reedição: Planalto de Malanje Rio Capopa-Blog Cidadania
Homicídio de sobrinho de José Eduardo dos Santos "belisca sentimento de segurança" -- MPLA
O rapto seguido de homicídio de um angolano de 35 anos, sobrinho por afinidade do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, é classificado pelo MPLA como um crime que "belisca sentimento de segurança coletiva".
Osvaldo Manuel Pacavira Narciso, enteado de Marta dos Santos, irmã de José Eduardo dos Santos (Presidente angolano entre 1979 e 2017), foi raptado em Luanda, em 21 de janeiro, quando seguia na sua viatura.
O corpo, vítima de um traumatismo, foi encontrado três dias depois, nos arredores da capital.
"Rapto e morte belisca sentimento de segurança coletiva", lê-se no título de numa nota publicada entretanto pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder em Angola desde 1975 e presidido por José Eduardo dos Santos.
O funeral do jovem realizou-se hoje, em Luanda, tendo o Ministério do Interior vindo a público transmitir a "garantia para a família e para a sociedade de que tudo está a ser feito para o esclarecimento do crime", o qual estará relacionado, segundo informações preliminares da investigação, com uma tentativa de roubo de uma viatura.
Embora sem se referir diretamente a este caso, o último de uma recente onda de raptos seguidos de homicídio em Luanda, o comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-geral Alfredo Mingas "Panda", orientou os órgãos policiais a adotarem medidas mais eficazes à prevenção e combate aos crimes violentos.
"A missão da polícia não é apenas combater o crime, é também, e acima de tudo, combater o medo do crime, garantindo tranquilidade aos cidadãos", disse, na sexta-feira, o comandante-geral.
Apesar de a estatística revelar uma ligeira diminuição dos crimes violentos, o comandante da polícia chamou à atenção para a necessidade de não se olhar apenas para os números e que seja prestada atenção às preocupações dos cidadãos.

LUANDA: O Álcool Rende Impostos e Acalma Almas Famintas

O ÁLCOOL RENDE IMPOSTOS 
E ACALMA ALMAS FAMINTAS



O imposto sobre o consumo de cerveja em Angola deverá crescer acima dos 70% em 2018, face ao ano anterior, rendendo globalmente, na previsão do Governo, mais de 54.119 milhões de kwanzas (215 milhões de euros).

Os dados resultam da proposta de lei do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, em discussão no Parlamento, e contrastam com o valor orçamentado pelo Governo para o ano anterior, que foi de 31.732 milhões de kwanzas (126 milhões de euros).
Este encaixe divide-se entre a aplicação do imposto ao consumo de cerveja nacional, cuja receita sobe este ano 78%, rendendo mais de 53,5 mil milhões de kwanzas (212 milhões de euros) e sobre o consumo de cerveja importada, que neste caso cai quase 70%, passando para pouco mais de 547 milhões de kwanzas (2,2 milhões de euros).
Uma informação da International Wine & Spirit Research (IWSR) referente a 2014 colocava Angola como terceiro maior mercado de álcool no continente africano, com um consumo de 12,8 milhões de hectolitros, atrás da África do Sul e da Nigéria.
Entretanto, a “Luandina”, lançada em Dezembro pela empresária Isabel dos Santos, é a mais recente cerveja produzida em Angola, depois de a portuguesa Sagres ter iniciado, um ano antes, a produção local, na mesma fábrica.
Outras marcas históricas, como a “Cuca” ou a “Nocal” dominam o mercado cervejeiro nacional, aos quais se juntaram ainda os chineses da Lowenda Brewery Company, que instalaram em Luanda, em 2014, a fábrica de cerveja “Bela”, seguindo-se o grupo Refriango, que colocou no mercado a marca “Tigra”.
A produção nacional, segundo o Governo, é suficiente para o consumo de cerveja em Angola.
Além da cerveja, o Governo prevê arrecadar este ano 11.529 milhões de kwanzas (45,5 milhões de euros) com o imposto sobre as restantes bebidas alcoólicas, menos quase 15% face ao orçamentado para 2017.
O incremento nas receitas com estes impostos está associado à intenção do Governo, conhecida no final de 2017, de aumentar as taxas de imposto aplicadas ao consumo de bebidas alcoólicas, jogos e lotarias, pretendendo alocar parte da receita gerada ao financiamento das despesas de saúde pública.
Essas medidas fazem parte do Plano Intercalar do executivo a seis meses (Outubro a Março), para melhorar a situação económica e social do país, aprovado a 10 de Outubro, na primeira reunião do Conselho de Ministros presidida pelo novo chefe de Estado, João Lourenço.
O documento reconhece que “algumas medidas de política necessárias e inadiáveis podem ser impopulares” e por isso “politicamente sensíveis”.
Uma dessas medidas, para aumentar a “robustez das receitas tributárias”, passa por “aumentar as taxas de imposto sobre o consumo de bebidas alcoólicas, casas nocturnas, jogos e lotarias, produtos de luxo e serviços prestados pelas entidades externas”.
O documento não quantifica os aumentos a introduzir, mas sugere a possibilidade de “alocação de parte das receitas geradas” com o aumento dessas taxas “para financiar as despesas de saúde pública”.

Quem incentiva o consumo de álcool?

Será justo dizer-se que o MPLA incentiva o alcoolismo e, consequentemente, atira a juventude para o insucesso escolar, associado à falta de qualidade do ensino, e outros problemas que o consumo exacerbado do álcool causa?
Recordemos, ipsis verbis, um trabalho do nosso colega Sedrick de Carvalho, aqui publicado em 15 de Novembro de 2016:
“Para percebemos como o MPLA “embebeda a juventude”, o F8 prestou atenção aos eventos festivos que se realizam na capital, quase sempre ao fim-de-semana.
Sob o alto patrocínio do partido dos camaradas, uma organização denominada Tudilu Eventos contratou o músico Ferre Gola para cantar durante seis dias em Luanda, Dondo e Lucapa. Não sabemos quanto custou a sua vinda. Contactamos a organização mas não aceitou divulgar o valor. O certo é que não deve ser barato, pois o cantor é referência no seu país, Congo-Kinshasa.
Conforme se vê no cartaz do espectáculo, uma empresa cervejeira – a NOCAL – faz parte dos patrocinadores do evento, e, como é regra, os participantes no “show wumela” bebem sem pudor pois a bebedeira é “apadrinhada” pelo partido governante. Em algum dos eventos do género, como também é sabido, o preço da cerveja é até inferior ao preço do pão pequeno. E quem não tem dinheiro para comprar, pode beber as cervejas gratuitamente, pois o patrocínio serve para isso e ninguém pode manter-se sóbrio na governação de José Eduardo dos Santos.
Lembremos uma “conversa de bairro” na TV Zimbo – que intitulam Debate Zimbo – onde estavam presentes os secretários-gerais da juventude do MPLA e da CASA-CE, e também Adriano Sapiñala, em representação dos jovens da UNITA. Nesse encontro, Sérgio Rescova, do MPLA, negou a acusação de Adriano Sapiñala e Rafael Aguiar, da juventude da CASA-CE, quando afirmavam que “os camaradas” promovem bebedeiras.
Rescova mentia descaradamente, assinalou um jovem que já participou em alguns Campos de Férias dos Estudantes Universitários (CANFEU) da JMPLA. Os CANFEUs são normalmente realizados no princípio do ano, pouco antes do arranque do ano lectivo universitário. Segundo a propaganda, e como se nota na denominação, o retiro colectivo é inclusivo, mas na prática é apenas para os estudantes-militantes do MPLA. A adesão dos militantes é gratuita. O partido cobre todas as despesas.
Segundo outro participante no CANFEU – todos falaram sob anonimato por serem da JMPLA -, as “ditas férias são mais uma excursão de tchilo e sexo longe de Luanda”. O secretário-geral da JMPLA é apontado como um dos frequentadores assíduos, ainda mais sendo o chefe dos jovens militantes. Muitos professores das escolas de ensino superior também participam nos CANFEUs.
“Os professores aproveitam as alunas nesses retiros, e é ali onde se vê qual o professor que mais bebe. Se querem conhecer os professores bêbados de verdade é só irem num CANFEU”, contou um estudante que esteve na edição que decorreu no Kuando Kubango.

Os ébrios órgãos do estado

Oincentivo ao alcoolismo pelo MPLA é grave, mas não tão grave assim comparativamente ao uso inapropriado das instituições estatais na promoção do alcoolismo. São decisões do MPLA e, com certeza, reflexo do mesmo partido.
Talvez o leitor já tenha percebido que nos cartazes consta também a imagem-logotipo do governo de Angola. A organização Tudilu Eventos, cuja página no Facebook apresenta os eventos escritos em francês e a outra é secreta, demonstra não ser um clube qualquer, à igualdade da LS que tem o patrocínio permanente do tal “empresário da juventude” Bento Kangamba, o “exemplo consumado da sociedade civil do presidente”, conforme Ricardo Soares de Oliveira no livro “Magnífica e Miserável – Angola desde a guerra civil”.
Não se compreende qual o patrocínio dado ao espectáculo musical pelo Executivo. Um congolês residente no centro de Luanda avança apenas que “nesses shows não há problemas com as autoridades”. E o não ter problemas com as autoridades pode significar organizar os espectáculos no recinto das instituições estatais. É só prestarmos atenção ao cartaz que aponta o campo da administração municipal do Kilamba Kiaxi como um dos locais do “show”.
Quanto aos CANFEUs da juventude do MPLA, são tantos órgãos públicos envolvidos na organização do “campo de bebedeira e bacanais”. Nos destinos dos acampamentos, acrescentaram os contactados, os governos provinciais e delegações provinciais do ministério da juventude e desportos locais disponibilizam sempre tendas e outros bens para acomodação dos “desbundeiros”.
Os retiros realizam-se geralmente em províncias distantes de Luanda, conforme a estratégia do secretariado nacional da JMPLA que organiza as “férias”. Para a deslocação ao Kuando-Kubango, por exemplo, aviões IL da Força Aérea Militar foram utilizados para transportar os participantes. Estas aeronaves, oficialmente, são para uso exclusivo de militares. Para se fazerem transportar nelas, os soldados têm de apresentar guias de marchas emitidas pelas unidades onde estão destacados. Porém, aos jovens do MPLA basta o cartão de militante, a camisola e o chapéu com o rosto de José Eduardo devidamente envergados.
Gonçalves Muandumba, antigo ministro da Juventude e Desportos, ou melhor, dos jovens do partido, fazia questão de estar no local da bebedeira colectiva e, de lá, fazia discursos propagandísticos a elogiar a “clarividência de Sua Excelência Camarada Presidente José Eduardo dos Santos” no processo de embebedamento dos angolanos.
Lembremos que José Eduardo dos Santos não esqueceu a orientação de Agostinho Neto dada aquando do seu discurso de proclamação da independência de Angola, segundo a qual “os órgãos do Estado na República Popular de Angola guiar-se-ão pelas directrizes superior do MPLA mantendo-se assegurada a primazia das estruturas do Movimento sobre as do Estado”. As estruturas do Estado continuam subordinadas ao partido, desde 11 de Novembro de 1975.
A Televisão Pública de Angola (TPA) e a Rádio Nacional de Angola (RNA), empresas estatais, apoiam com bastante entusiasmo os inúmeros eventos particulares, com realce as festas onde até morrem pessoas, cujos organizadores não são sequer responsabilizados. O caro leitor pode confirmar o patrocínio da imprensa estatal ao pesquisar os cartazes dos espectáculos musicais de, por exemplo, Yuri da Cunha, Matias Damásio, Nagrelha e Coreon Du, o agente dos kuduristas e principal promotor das bebedeiras através dos vulgares programas televisivos Flash, Tchilar e Layfar.”

LUANDA: Descontando ser Mentira, estamos Entre os Melhores

DESCONTANDO SER MENTIRA, ESTAMOS ENTRE OS MELHORES



Entre os países da Comunidade de Países de Língua (+ ou -) Portuguesa, CPLP, Moçambique é classificado como um regime “híbrido”. Na classificação da The Economist, Angola, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial surgem como países “autoritários”.

Cabo Verde manteve este ano a liderança dos países lusófonos no elaborado anualmente pela The Economist, ocupando o 23º lugar entre os 167 Estados analisados, três posições à frente de Portugal e 26 do Brasil.
Num índice em que não figura São Tomé e Príncipe, a The Economist Intelligence Unit, subordinado ao tema “Liberdade de Expressão Sob Ataque”, considera Cabo Verde, Portugal, Timor-Leste e Brasil “democracias com falhas”, enquanto Moçambique se situa no limiar inferior dos “regimes híbridos” e Angola, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial surgem como “autoritários”.
O índice tem em conta cinco principais indicadores – processo eleitoral e pluralismo, funcionamento do Governo, participação politica, cultura política e liberdades civis.
Num máximo de 10 pontos, que nenhum dos Estados analisados conseguiu obter – Noruega (9,87), Islândia (9,58) e Suécia (9,39) são os três mais bem classificados -, Cabo Verde foi creditado com 7,88 pontos (23º lugar global), Portugal com 7,84 (26º), Timor-Leste com 7,19 (43º) e Brasil com 6,86 (49º).
Moçambique surge com 4,02 pontos (115º posição) e é o último dos considerados “regimes híbridos” (acima dos 4,00), à frente dos “autoritários” Angola (3,62 pontos – 125º lugar), Guiné-Bissau (1,98 – 157º) e Guiné Equatorial (1,81 – 161º).
Atrás da Guiné Equatorial, e até ao fim do índice, só figuram outros seis Estados – Turquemenistão (1,72 pontos), República Democrática do Congo (1,61), República Centro Africana (1,52), Chade (1,50), Síria (1,43) e Coreia do Norte (1,08).
Entre os países lusófonos, e dividindo por indicadores, Cabo Verde têm índices que variam entre os 9,17 pontos (processo eleitoral e pluralismo) e os 6,67 (participação política).
Portugal tem como melhor índice 9,58 pontos (processo eleitoral e pluralismo) e 6,11 (participação política), Timor-Leste entre 9,08 (processo eleitoral e pluralismo) e 5,56 (participação política) e Brasil entre 9,58 (participação eleitoral e pluralismo) e 5,00 (cultura política).
Moçambique, por seu lado, tem como melhores resultados os 5,00 pontos, quer na participação política, quer na cultura política, e 2,14 no item funcionamento do Governo.
Angola varia entre os 5,56 pontos na participação política e 1,75 no processo eleitoral e pluralismo, enquanto a Guiné-Bissau tem como máximo 3,13 na cultura política e 0,00 atribuídos no funcionamento do Governo.
A Guiné Equatorial também teve um 0,00, mas no processo eleitoral e pluralismo, tendo o valor mais elevado sido 4,38, a nível de cultura política.
Certamente, dirão os assessores de João Lourenço, a The Economist Intelligence Unit não sabe o que diz e não auscultou as fontes mais correctas e conhecedoras. No caso, o MPLA.
E têm razão. Vejamos. Juridicamente já não há pena de morte na Guiné Equatorial. E se não há juridicamente ninguém pode acusar (embora seja verdade) Teodoro Obiang Nguema Mbasogo de mandar matar os seus adversários. E se assim é, juridicamente também não há corrupção, nem falta de liberdade, nem fraudes eleitorais em Angola, se bem que o reino de José Eduardo dos Santos (enquanto presidente do MPLA) e de João Lourenço (enquanto presidente da República) seja o oposto de tudo isso.
Angola é um dos países mais corruptos do mundo? Juridicamente não. É um dos países com piores práticas democráticas? Juridicamente não. É um país com enormes assimetrias sociais? Juridicamente não. É o país com o maior índice de mortalidade infantil do mundo? Juridicamente não.

LUANDA: O Exemplo de Weah Ex-futebolista, Eleito Presidente da Serra Leoa

O EXEMPLO DE WEAH



“A nossa economia está falida”, alertou o recém-eleito presidente da Libéria (ex-jogador de futebol), George Weah. Mas disse mais. Quer revogar o artigo da Constituição que só permite a “pessoas de cor” adquirirem a cidadania liberiana e anunciou que vai cortar o seu salário em 25%. Será que João Lourenço deveria ter sido jogador de futebol? Ou bastará ser honesto, íntegro e impoluto para com os angolanos?

“Devido à muito rápida deterioração da situação da economia, estou a informar-vos que, com efeitos imediatos, vou reduzir o meu salário e benefícios em 25%”, anunciou George Weah, citado pelo jornal The Guardian. Esses 25% serão depositados num fundo de desenvolvimento para a Libéria.
“A nossa economia está falida. O nosso Governo está falido. A nossa moeda numa queda livre. A inflação a subir”, avisou, acrescentando que “o desemprego nunca foi tão alto e as nossas reservas estrangeiras nunca foram tão poucas”.
A medida é olhada com admiração num continente que se tem habituado ao inverso: representantes do Estado que usam as suas funções para obterem salários extravagantes e vantagens, escreve o jornal. Angola que o diga, não é clã Eduardo dos Santos, João Lourenço, deputados e partidos, a começar pelo MPLA?
George Weah venceu as eleições presidenciais em Dezembro do ano passado, sucedendo a Ellen Johnson Sirleaff. A sua antecessora é uma economista vencedora do Nobel da Paz em 2011. Weah é um ex-atleta e até agora o único futebolista africano a ganhar a Bola de Ouro.
Weah tinha prometido uma repressão à corrupção endémica existente no país e tem-se esforçado por apresentar medidas que a contrariem. No entanto, não é a primeira surpresa do seu mandato. O presidente quer revogar um artigo presente na Constituição e que apenas permite a “pessoas de cor” serem consideradas liberianas ou possuírem propriedades no país. Segundo a Reuters, George Weah descreveu essas cláusulas como “desnecessárias, racistas e inapropriadas” para a Libéria do século XXI.
A Libéria é a república mais antiga da África e foi criada por escravos libertados pelos EUA. Foi declarada independente em 1847.
A economia da Libéria assenta na agricultura, sector do qual vive a maioria da população. Os principais cultivos agrícolas do país são o arroz, a mandioca, o café e o cacau (estes dois últimos produtos são as principais exportações agrícolas do país). Apesar de a maioria da população se empregar neste sector, a Libéria não é auto-suficiente do ponto de vista alimentar. Historicamente as principais exportações do país são a borracha, o ferro e a madeira.
A Libéria possui jazidos de minério de ferro nos Montes Bomi (a noroeste da capital, Monróvia), Monte Nimba e perto do rio Mano. O sector de exportação do ferro sofreu consideravelmente em resultado do golpe de estado de 1980 e por causa da menor procura internacional desse minério no período subsequente.
A indústria liberiana é de pequena escala e inclui unidades de esfarelamento e lavagem do ferro, fábricas para transformação da borracha, bem como fábricas de materiais de construção e de bens de consumo (têxteis, calçado, etc.).
Uma importante fonte de divisas da Libéria é oriunda da venda das taxas de registo de navios. Muitos navios estrangeiros estão registados sob a bandeira liberiana, aproveitando os baixos valores oferecidos pela nação africana.
A guerra civil de 1989-2003 provocou a fuga do investimento estrangeiro e de empresários da Libéria, muitos dos quais são oriundos do Líbano e da Índia. Para além disso, as Nações Unidas decretaram o embargo dos diamantes e da madeira da Libéria. O bloqueio à exportação de madeira foi levantado pela ONU em Junho de 2006. A guerra civil provocou também a destruição das infra-estruturas do país. Actualmente o país sofre com índices altos de desemprego.

LUANDA: PGR Facilita Fuga de Sócio de Zenú dos Santos

PGR facilita fuga de sócio de Zenú

Lisboa - A Procuradoria da República, dirigida actualmente pelo general Pita-Gros (na foto) e o Serviço de Investigação Criminal (SIC) ainda não reagiram às acusações/denúncias segundo as quais teriam facilitado a discreta  fuga do suposto empresário Jorge Gaudens Pontes Sebastião que se vazou-se  na sexta-feira (26), para Portugal, depois de ter estado sob custodia das autoridades.
Fonte: Club-k.net
Para não prejudicar o filho do ex-Presidente  
Pontes Sebastião, é acusado de ter participado numa burla ao Estado angolano de 500 milhões de dólares junto com o seu amigo José Filomeno dos Santos. A operação aconteceu nos últimos dias do consulado de José Eduardo dos Santos (JES) que por sua vez orientou ao então governador do BNA Walter Filipe que autorizasse a transferência. Os fundos foram transferidos para um conta da empresa de Jorge Pontes, a "Mais Financial Services" domiciliada no Crédit Suisse de Londres.

Ao transferirem a comissão para a conta privada de um outro sócio, de Zenú, o cidadão suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais, a Brigada Internacional Antifraude da Inglaterra confiscou os fundos depois de terem detetato irregularidades e reportaram o assunto as autoridades angolanas, já sob comandando de um novo Presidente, João Manuel Gonçalves Lourenço.

A iniciativa das autoridades judiciais angolanas em pactuarem com a saída do país, de Jorge Pontes é interpretada como uma solução para não afectar José Filomeno dos Santos “Zenú”, filho do ex-Presidente da República. Alega-se que o avanço deste processo implicaria também o arrastar e a consequente detenção de Zenú dos Santos, o mentor da burla dos 500 milhões de dólares.

Em Luanda, fontes do Club-K acreditam que este processo morre por aqui,  uma vez que ouve interferências  por parte do líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, que ao aperceber-se da intenção de também prenderem o ex-governador do BNA, Walter Filipe, retorquiu de forma irónica mais ou menos assim “Se prenderem Walter Filipe, terão de prender também o meu filho”. JES terá tomado esta condicionante uma vez que esta ciente que a PGR, do general Pita Gros nunca iria prender o seu filho, Zenú dos Santos.

LUANDA: Concursos Opacos de Acesso aos Tribunais Superiores

CONCURSOS OPACOS DE ACESSO AOS TRIBUNAIS SUPERIORES


Nos últimos dias as atenções têm estado voltadas para os concursos de acesso ao Tribunal Supremo e ao Tribunal de Contas.
O resultado final destes concursos revela uma magistratura dependente dos jogos de bastidores, sendo notória uma enorme promiscuidade entre os políticos e os magistrados dos tribunais superiores.
Devido a essa promiscuidade, os concursos foram meros episódios de “faz-de-conta”, com lugares pré-seleccionados e candidatos indicados à partida, sem a observância das regras mínimas de acesso aos cargos. Os membros do júri ignoraram os critérios de acesso de magistrados ao Tribunal Supremo, e não consideraram a antiguidade, a classificação ou as avaliações de desempenho. Estes critérios foram substituídos pelo compadrio, pela militância, pela simpatia e pela troca de favores futuros.
O compadrio e a influência política do MPLA são fenómenos recorrentes nos processos de concurso às magistraturas, e as vagas preenchidas foram-no por critérios obscuros e subjectivos, sem que até agora ninguém tenha fundamentado as decisões tomadas.
Veja-se o caso de João Fuantoni, actual juiz presidente do Tribunal Provincial de Luanda. Este magistrado teve uma ascensão meteórica, pois era juiz presidente no Kuando Kubango, e veio no elenco de Higino Carneiro, que exigira fazer-se acompanhar pelo seu homem de confiança, no caso, o juiz Fuantoni. Na altura, a questão foi levada ao Conselho Superior da Magistratura Judicial, e aí discutida. O então presidente do Conselho Superior, Manuel Aragão, de forma musculada impôs a vontade de Higino Carneiro, e os membros do Conselho acobardaram-se e a tudo aquiesceram. Basta ler a ficha de avaliação e a antiguidade de Fuantoni para se perceber que ele se situa abaixo da maior parte dos excluídos, que têm avaliações positivas e são mais antigos.
Outro caso é o de Norberto Capessa, que pediu uma licença ilimitada por dez anos, desde que se zangou com o anterior procurador-geral da República, João Maria de Sousa. Agora, para espanto de todos, sem requerer a suspensão da licença e readmissão nas funções de procurador, e sem a prática de actos jurisdicionais há seis anos, candidatou-se. Contrariamente ao que foi exigido aos juízes para além da antiguidade, das avaliações e de peças processuais, a Norberto Capessa não foi exigido nada, e o critério adoptado foram as obras publicadas. De acordo com esse único critério, saiu classificado em primeiro lugar. Isso seria um espanto, não fosse o caso de se saber que nos últimos tempos ele era o “assessor” de Joaquina do Nascimento, dispondo justamente no gabinete desta a sua mesa de trabalho. Estranhamente, o mesmo júri que considerou as publicações de obras relativamente ao procurador Capessa ignorou este critério para avaliação da professora Elisa Rangel.
Pode-se constatar que os admitidos ao Tribunal Supremo nos termos do Despacho n.º 395/13, de 10 de Setembro, do Conselho Superior da Magistratura Judicial têm menos antiguidade em relação aos excluídos.
O júri terá de apresentar as avaliações, as peças processuais e a valoração que sobre elas recaiu, para se aferirem os critérios que levaram ao afastamento de candidatos com maior antiguidade e capacidade objectiva que João Fuantoni, Aurélio Simba ou Anabela Vidinhas.
Os funcionários do Conselho Superior da Magistratura Judicial descrevem o concurso como inédito. Foi rodeado de secretismos, sendo que algumas vezes as deliberações foram tomadas à porta fechada. Afirmam que os membros eleitos do CSMJ foram compelidos a assinar de cruz.
Molares de Abril, ciente de que está ali por mero acidente, é uma lâmpada apagada. Na verdade, quem continua a comandar o Conselho é Manuel Aragão, em parceria com Joaquina do Nascimento e restantes influências políticas associadas. Quem não se enquadra no perfil do “lambebotismo” e bajulação ficou excluído do acesso.
Tal como no Tribunal Supremo, e porque o júri é o mesmo, no Tribunal de Contas foram preteridas pessoas competentes, e admitidas as que passam a vida a fazer cópias ou que estavam a ser descartadas por ineficiência dos lugares que ocupavam. Antigos alunos medíocres, depois magistrados fracos estão, agora, num Tribunal tão importante em tempos de disciplina e moralização do Estado.
O teste útil para se combater a impunidade, a corrupção e o tráfico de influências em Angola é a abertura de um inquérito aos bastidores destes concursos, cruzando informações sobre os conflitos de interesses latentes e a podridão na Magistratura.
Não surpreende que os nossos pares suspeitem da boa administração da justiça, já que no Conselho Superior da Magistratura Judicial o ambiente que reina é pútrido.