QUEM ENGANA OS CABINDAS?
Porque Eduardo Dos Santos e o seu regime não conversam com
os percussores da chamada luta de libertação do território Cabinda? Qual a
razão que os levam a esquivarem-se de estabelecerem contato direto e regular
com representantes do povo Cabinda em luta? Para que aquela parcela do
território nacional ficasse definitivamente em paz seria necessário existir
abertamente um dialogo, espontâneo, livre e honesto entre as partes
beligerantes. Assim sendo, com equidade e verdade, as querelas que os separam,
e que afeta a todos nós angolanos e os naturais de Cabinda ficarão
completamente sanadas?
Será que Agostinho Neto, Rosa Coutinho e o agora presidente
angolano José Eduardo Dos Santos são os venerandos detentores do monopólio da
verdade explicita da politica nacional angolana? Ou será que o MPLA com JES
serão os visionados detentores dessa questionável e inexplorada verdade? E com
relação aos pontos de vista defendidos por JES e pelo seu MPLA, gostaríamos
todos nós angolanos de conhecê-los. Afinal, quais são mesmo os pontos de vista
defendidos por JES em relação à Cabinda, que tanto os separa da vontade
explicita do povo angolano de Cabinda? O que de verdade nós povo angolano já
discutimos alguma vez com o governo do MPLA/JES acerca da nossa verdadeira e
complexa origem bantu, e quando discutiremos com plenitude e esmerado altruísmo
a verdade da nossa perturbante angolanidade que nos é imposta pelos princípios
imperialmente defendidos com exclusividade por JES? Todo o angolano está dia
após dia a perder a nossa identidade tribal autóctone, que futuramente com toda
certeza nos trarão no futuro conflituosas dificuldades incontornáveis!
Quem acompanha o quotidiano da governação em Angola
percebera que não existe nem existiu nunca um saudável dialogo entre
governantes e governados. O governo constituído pelo MPLA/JES apenas governa
para os membros afetos ao seu próprio partido o que torna uma governabilidade
intrinsicamente insensível e deveras vulnerável com pouca ou de quase nenhuma
aceitação popular. Não é a população quem evita dialogar com a cúpula do
partido de JES, mas sim o contrario, pois, o MPLA/JES nunca conseguiu iludiu o
povo a ininteligente angolano, pois, a sua bem sucedida pratica de evitar a
todo custo o dialogo com povo dono da terra tem sido imensuravelmente bem
sucedida! É uma pratica que data ao tempo do partido único quando cometemos a
trapalhada de colocarmos o ditador acuado de meia tigela que para nossa alegria
se encontra em final de carreira.
Não concordo nem aceito de maneira alguma o estilo como JES
e a sua gangue roubam toda a riqueza dos nossos irmãos CABINDAS! Os
comportamentos do partido dos camaradas em face as suas inconsequentes
politicas completamente nefastas e inconsumíveis transformaram-se numa espécie
de doença perigosa de proporções alarmantes, que, podemos mesmo considera-la de
uma endemia viral de contornos epidêmicos horripilantes, impropria para consumo
na sociedade politica e cívica que hoje vivenciamos nessa nossa defraudada
Angola. Não se consegue chegar a um consenso em Cabinda porque JES o senhor
petróleo não aceita dividir as suas enormes comissões resultantes da
comercialização fraudulenta do óleo angolano.
Para um homem descaracterizado de qualquer sentimento
angolano com JES, ele não consegue reconhecer a legitimidade de integral
participação na gestão do crude angolano explorado em terras de Cabinda e De
Banza Congo. Não vou sequer falar da riqueza em diamantes do povo das Lundas e
de Malange que se encontram arbitrariamente nas mãos de estranhos.
Se tentarmos ser minimamente racionais, perceberemos que a
par dos povos Bakongo e Tchokwe, a maioria de todo povo angolano pertencente a
todas as etnias que compõem o tecido nacional da população angolana de todas as
tribos sem exceção, vive em situação lastimável de estrema pobreza comparável a
uma situação análoga de escravidão plena e real que nos esta imposta
perpetuamente pela ditadura que vigora na nossa terra mártir.
Fica fácil falar-se que Cabinda é Angola sem nos inteirarmos
da verdade dos factos verídicos resultantes dessa angolanidade imposta aos
nossos irmãos Cabindas sem que antes tenha havido qualquer tipo de dialogo
entre o povo marginalizado e as autoridades de Angola.
A ânsia e a ambição desmedida de José Eduardo Dos Santos e
de sua turma levou-lhes a cegueira total, que em momento algum perceberam que
não se tratava apenas e só de se apoderar do petróleo Cabinda, mas, que se
tratava e se trata até hoje de entender o povo dessas regiões em todas as suas
vertentes, tanto sociais, econômicas culturais como tradicionais. Temos de
entender aqueles que conheceram e estabeleceram um dialogo aberto no passado
com o povo simpático de Cabinda e Banza Kongo compreendermos de imediato a
infelicidade espelhada no rosto de cada elemento destas matrizes do povo
angolano, pelo estilo como são conduzidas a exploração de suas riquezas que de
modo algum são inesgotáveis.
Hoje mais do que nunca, entendo a razão e a sensibilidade
como o grande comandante Gika natural daquelas paragens do hoje território
nacional Cabinda se socializava politicamente com o povo daquela parcela do
território hoje Angolano. Gika era um grande observador e inveterado
intelectual estudioso do MPLA, e conhecia a feição oportunista que Agostinho
Neto tinha sobre o território Cabinda, por isso hoje entendo porque o valoroso
comandante Gika fora assassinado pelos seus próprios camaradas de peleja
guerrilheira. No modo de Agostinho Neto entender Angola, Gika certamente nunca
faria parte do plano cobarde de Neto e dos Portugueses capitaneados pela velha
raposa de nome Rosa Coutinho, vendo as coisas hoje como as vejo, entendo que o
comandante Gika de modo algum poderia continuar vivo e fazer parte do plano que
Agostinho neto, Lucio Lara e Iko Carreira tinham para o território cabindense.
Vendo as coisas por este prisma, o projeto de angolanidade
alargada supervisionado pela ala radical do MPLA na altura, ficaria de
sobremaneira comprometido, pois, tornava-se cada vez mais evidente a impoluta
decisão do comandante Gika não querer engolir o sapo que o então presidente
Neto preparará para que ele o engolisse. O carisma e amor que Gika nutria pelo
povo da sua terra e a atenção politica que ele dispensava ao território Cabinda
tornara-se veemente perigoso para o projeto da angolanidade do MPLA na altura.
Acredito que os portugueses não estavam emocionalmente preparados para perderem
o território de Cabinda para os povos francófonos fronteiriços. A anexação dessa
parcela do território africano ficaria irremediavelmente comprometida caso o
plano da então direção do MPLA e dos portugueses resvalasse por alguma razão
inesperada que conflitasse com a disposição dos portugueses passarem Cabinda
para as mãos de Agostinho Neto que por sinal coincidiam com a sua ambição
desmedida em anexar rapidamente Cabinda ao território angolano Neto a muito
demonstrara expresso pelo território Cabinda, porém esse interesse estava
rodeado de previsível receio cuidadosamente tratados em surdina para que a
vontade de viabilizar a anexação de cabinda a Angola não suspirasse no
estrangeiro por medo análogos interesse em anexar apressadamente Cabinda ao
território Angolano com o explicito de poder haver uma eventual invasão ao território
Cabinda por parte da interessada França e também pelos interesses da OTAN e dos
Estados Unidos da América na região!
Ao longo dos 33 anos de ditadura implantada por nós em
Angola, essa amarga e depreciativa experiência que dura já quase 40 anos tem
trazido amargos dissabores a todas as nações que compõem o tecido social
nacional angolano. É terrível como o país de repente tornou-se um autentico
feudo comandado por eternos dirigentes parasitas que desestruturaram a o
vinculo que existira no passado, entre o país politico e a raiz da nossa
angolanidade real e profunda.
José Eduardo Dos Santos apoderou-se cínica e comicamente do
poder em Angola, e com isso mantem sequestrada a nossa terra há quase 34 anos.
Hoje vemos um MPLA enfermo, debilitado sem o consequente animo necessário para
procurar ganhar a simpatia e o carinho a quem fora arbitrariamente posto de
lado por tão vil carrasco e deprimente ditador. JES e o seu MPLA tornaram-se em
absoluto os capatazes que empoem a sua vontade ao povo sofrido, eles fogem ao
dialogo porque não estão habituados a serem confrontados com ideias mais
iluminadas que em absoluto entram em rota de colisão com as ideias
situacionistas de um regime apodrecido na cúpula e na sua base plataforma
miserável de expurgação da vontade popular que não deseja mais continuar a
servir um regime totalitarista.
Raul Diniz