quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

LUANDA: Tentáculos de JES manterão Ostensivamene Jão Lourenço Longe Do Poder Real (II)

TENTÁCULOS DE JES MANTERÃO OSTENSIVAMENTE JOÃO LOURENÇO LONGE DO PODER REAL (II)
José Eduardo dos Santos continua adormecido a tempo demais na zona obscura da sua debilitada psiquê humana. Ao todo somam 37 longos torturantes anos inviáveis, que acrescidos aos intolerantes 40 ininterruptos anos de poder totalitário do MPLA, percebe-se o quanto esses anos de governação nociva transformaram a vida dos angolanos numa infernal tortura incandescente.
Fonte: Planalto De Malanje Rio Capopa
Quinta-Feira 22/12/2016
JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS É UM POLVO COM TENTÁCULOS PODEROSOS, FORTES E LONGOS. ELE NÃO SE COIBIRÁ EM USA-LOS SE NECESSÁRIO FOR, PARA OFUSCAR A IMAGEM JOÃO LOURENÇO PARA ENFRAQUECÊ-LO, SOBRETUDO PARA MANTÊ-LO LONGE DA MAQUINA PARTIDÁRIA E DO PODER EFETIVO.
A quem caberá a responsabilidade da derrota eleitoral ou a responsabilidade da fraude enunciada?
A atual situação é outra, porque João Lourenço poderá não ser eleito, e então a quem se assacará a responsabilidade da derrota, ou então caso se efetive a fraude, a responsabilidade da mesma recairá sobre os ombros inocentes de João Lourenço?
Alguém imagina o João Lourenço presidente da republica com o MPLA nas mãos de JES? Essa possibilidade contradiz benesse generosa generosa dada a José Eduardo aquando do seu empossamento como presidente da República e do MPLA.
É um paradoxo entregar ao João Lourenço a presidência da república sem que ele tenha na mão a maquina partidária que sustenta o governo.  Fazer isso com o próximo presidente da república é o mesmo que entregar-lhe um montão de coisa nenhuma. Se o MPLA quer passar o testemunho de uma nova liderança nascente, então que o faça com seriedade.
 Pior que tudo é ter no seu pé um ambicioso serviçal de JES, Bornito de Sousa. Apesar de ambos serem provenientes do mesmo setor militar de comissários políticos das FAPLA, os dois têm perfis e objetivos completamente diferenciados.
José Eduardo dos Santos é um determinado agiota politico viciado pelo poder. Quero dizer que ele é uma pessoa de astral e calibre baixo, e de todo asqueroso e sem escrúpulos, ele e toda família são dotados de uma desconcertante índole gananciosa.
O pior inimigo da democracia é a total ausência das liberdades democráticas, como as de ir e vir, de expressão e de manifestações públicas.
Essa realidade é de facto a coluna vertical de qualquer democracia, na verdade é o vetor que mantem o essencial equilibrado aceitável nas relações entre governantes eleitos, e os eleitores governados. A inexistência desses vetores relega o regime a situação execrável de um estado ditatorial uniforme
Se Angola vier a ter outro presidente que não seja JES, então a que se fazer justiça a João Lourenço, e passar o partido para as suas mãos.
Como militante de longa data do “M”, apelo para que se entregue o partido nas mãos do candidato ao cargo de presidente da republica.
Também deverá ser João Lourenço como cabeça de lista escolher o seu coadjuvante ao cargo coadjuvante de vice-presidente da republica. Assim foi um direito do ditador, agora não pode o partido agi de forma diferente com o João Lourenço. Por outro lado não é viável e funcional para João Lourenço ter como vice-presidente Bornito de Sousa! É claro que não, Bornito de Sousa não é e jamais seria uma escolha de João Lourenço, trata-se de uma escolha impositiva de JES.
 Para falar verdade, a curto médio e longo prazo o Bornito de Sousa será um verdadeiro multiplicador de instabilidade para o provável candidato a presidência na republica, caso o MPLA venha a ganhar fraudulentamente as eleições em 2017. Duas avaliações desagradáveis se desenham no horizonte politico nacional, e são passiveis de trazer plausíveis preocupações dignas de desconfortante confiança.
Faz-se necessário e urgente avaliar temporalmente o efeito causa dessa tragicomédia assombrosa, que é a indicação de Bornito de Sousa ser imposto a João Lourenço como candidato a vice-presidência da república. Em abono da verdade não faz sentido nenhum a existência dele na chapa de João Lourenço á quem, aliás, se deve o beneficio da dúvida.
Não será verdadeira a afirmação que se faz sobre a candidatura de João Lourenço, quando questionada por o mesmo não ter o partido em suas nas mãos?
Sabe-se que as escolhas dos candidatos não foram escolhas espontâneas do MPLA, e sim escolhas da lavra pessoal de José Eduardo dos Santos.
Aliás, qualquer que seja a decisão da escolha, ela partirá sempre do dono de Angola e presidente vitalício do MPLA. Certamente ninguém se surpreenderia se em dado momento do nada o dono do MPLA, decida rasteirar os candidatos por si indicados, retirar sem apelo nem agravo o hipotético apoio aos seus cabritinhos.
Ao contrario do que dizem os dirigentes do MPLA, a militância não deseja continuar como saco de pancada do tirano. Não é mais aceitável que o MPLA se mantenha fielmente acorrentando aos pés de JES. O MPLA não pode continuar atrelado à burrice de JES. A continuar como tudo está, vamos assistir o partido a perder continuamente espaço no xadrez politico nacional.
Fingir desconhecer o suplicio do povo é no mínimo desconfortante, sobretudo quando os membros do MPLA não são dados nem achados nas escolhas dos seus candidatos a membros da cúpula. A forma como são feitas as escolha dos candidatos tem um elevado nível de desconfortável promiscuidade por inexistir existe cautela, decência, e muito menos realismo nas escolhas dos candidatos.
Sabe-se que JES nunca cumpre o que promete, mesmo que o prometido tenha sido feito voluntariamente.

 Vistas as coisas por outro ângulo, percebe-se que o MPLA está sem rei e sem roque, como sói dizer-se perdeu o chão. Na verdade o partido está com muito medo de ser relegada para oposição. O MPLA tem que demarcar-se rapidamente de JES se quiser desviar-se da hecatombe que se aproxima a toda velocidade sob as hostes do partido. É tudo que o partido dos camaradas precisa fazer para escapar mais facilmente das extravagantes insolências de comando do seu autoritário presidente vitalício.

MAPUTO: Chissano Critica Bipolarização da Paz em Moçambique

CHISSANO CRITICA BIPOLARIZAÇÃO DA PAZ


MOÇAMBIQUE. O ex-Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, criticou hoje a bipolarização das conversações de paz em Moçambique, considerando que a solução para o problema político passa por um debate profundo e inclusivo sobre o modelo de governação que o povo quer.
“O diálogo que temos hoje é de dois partidos, mas a solução devia ser encontrada por todos”, declarou o antigo chefe de Estado moçambicano, à margem de uma cerimónia na residência oficial da Presidência moçambicana, no palácio da Ponta Vermelha, por ocasião do Natal e final do ano.
Para Joaquim Chissano, a bipolarização do processo negocial para o fim da crise política e militar entre o Governo da Frelimo e a Renamo, principal partido de oposição, pode prolongar um problema cuja solução exige, além do povo, o envolvimento de outros partidos políticos.
“Este processo é muito mais complexo do que se pensa”, referiu Chissano, que a ponta a interiorização da cultura democrática entre os moçambicanos como um pressuposto básico para a construção do Estado de Direito.
Além de uma “definição concreta” do modelo que o país precisa, Joaquim Chissano entende que a descentralização, exigida pela oposição, é um processo que “levará o muito tempo” e, mais do que uma revisão constitucional, é preciso levar a informação sobre a relevância desta mudança às populações.
“Pode haver inclusão sim, mas é preciso que tudo isto seja antes definido, num trabalho sério e profundo por todo país”, afirmou o antigo chefe de Estado, acrescentando que “perde-se muito tempo a discutir quem vai governar aqui ou acolá, enquanto a prioridade devia ser os que moçambicanos realmente querem”.
Moçambique atravessa uma crise política e militar marcada por confrontos, no centro do país, entre o braço armado do principal partido de oposição e as Forças de Defesa e Segurança, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.
A Renamo acusa a Frelimo de ter viciado as eleições de 2014, que deram a vitória ao partido no poder há mais de 40 anos, e exige governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.
As autoridades moçambicanas têm responsabilizado a Renamo por várias ataques a alvos civis e emboscadas nas principais estradas do centro do país, onde a circulação está condicionada a escoltas militares obrigatórias.
Apesar dos casos de violência, o Governo e a Renamo voltaram às negociações em Maputo, mas não são conhecidos avanços.

LUANDA: Em Angola Nada Se Move Sem Corrupção

NADA SE MOVE SEM CORRUPÇÃO


crime

Tem um “padrinho na cozinha”? Se não, convém sempre ter um pouco de “gasosa” à mão, para pagar a quem possa facilitar o acesso a serviços públicos ou privados. Muitas vezes, a vida em Angola só funciona com corrupção.

“Padrinho na cozinha” é uma expressão corriqueira em Angola. O termo significa ter uma pessoa conhecida num determinado órgão da administração pública ou em instituições privadas, que possa ajudar o cidadão que tem que recorrer aos bens e serviços do Estado. O “padrinho”, a pessoa com o desejado grau de influência, pode ser o pai, tios, primos ou simplesmente um amigo. O que importa é que o padrinho esteja em condições de ajudar onde o Estado e as suas regras falham.
A DW África falou com vários cidadãos angolanos, que confirmam que a corrupção é banal em escolas, hospitais e no sector de identificação civil.
Diamantino Simão, do município de Viana, e natural da província da Huíla, admite abertamente que beneficia do apoio de parentes. Foi o caso, há poucos dias, em Luanda: “Os meus familiares são funcionários públicos. Sempre que preciso de documentos, eles mesmos tratam por mim”.
Quem não tem familiares ou amigos em posições cruciais, recorre a outros métodos, igualmente ilegais ou mesmo criminosos, para resolver os problemas do dia-a-dia. À “gasosa”, por exemplo. O termo tem origem nos pedidos de dinheiro por parte de funcionários públicos para pagar um refrigerante a troco de um “jeitinho”. Passou a ser usado também quando é o cidadão a aliciar o funcionário ou o agente através do suborno, uma vez que a iniciativa varia de situação para situação.
Jorge da Silva, de Luanda, diz que já corrompeu funcionários públicos muitas vezes para ver os seus problemas resolvidos com celeridade. E nem sempre há a consciência de que se trata de práticas ilegais: “Na verdade, nós pensamos nas consequências quando o funcionário é que vem ter contigo. Mas quando você é que precisa, não pensa nas consequências”.
Para reforçar o combate à corrupção, Angola aderiu à Convenção Contra a Corrupção das Nações Unidas. Em 2010, o parlamento angolano aprovou ainda a Lei da Probidade Pública. Mesmo assim, o fenómeno não está controlado.
Para o jornalista Albino Sampaio falta uma cultura de denúncia por parte dos cidadãos. Para Sampaio, este seria um passo importante no sentido de resolver o problema: “Tanto faz se é nas instituições do ensino, na polícia ou em qualquer outra instituição”. Se é para as coisas funcionarem como deve ser “então é importante termos sempre a coragem de denunciarmos”.
O aumento dos casos de corrupção deve-se em parte também, à escassez de instituições do Estado que prestam os serviços procurados pelos utentes. É normal cidadãos perderem muitas horas em intermináveis filas em repartições públicas para resolverem as suas situações.
João Paulo, outro residente de Luanda, conta que foi tratar do registo criminal, mas deparou-se com uma fila de espera imensa: “Fui interpelado por jovens que diziam que havia uma via rápida para tratar do documento. E esta via rápida é a chamada gasosa”, ou seja, uma certa soma de dinheiro que garante que o caso seja processado com rapidez. “Também por causa da minha pressa colaborei com os jovens, apesar de eu saber que não está dentro da lei”, admite João Paulo.
Angola está entre os seis países considerados os mais corruptos do mundo pelo Índice de Percepção de Corrupção 2016 da organização não-governamental Transparência Internacional.
Para responder a esta situação, o maior partido da oposição, União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA) propôs, no princípio deste ano, a criação de uma Alta Autoridade Contra a Corrupção. Até agora, não há indícios para que fundação de semelhante instituição esteja para breve.

Falamos bem mas fazemos mal

No dia 8 de Julho deste ano, gestores de bancos angolanos defenderam o que se esperava que defendessem há décadas. Isto é, a necessidade cada vez maior de as instituições financeiras do país cumprirem com as regras internacionais de transparência e livrar Angola do alto índice de percepção sobre o verdadeiro ADN do regime, a corrupção.
A posição, recorde-se, foi marcada no VI Fórum da Banca, promovido pelo jornal Expansão, subordinado ao tema “Compliance em Angola”.
É Angola no seu melhor. Isto é como quem diz! Domina o "ranking" dos países mais corruptos mas tem assento no Conselho de Segurança da ONU...
É Angola no seu melhor. Isto é como quem diz! Domina o “ranking” dos países mais corruptos mas tem assento no Conselho de Segurança da ONU…
No painel dedicado ao tema da conferência, o Presidente do Conselho Executivo do banco BAI e antigo governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, disse que há ainda um esforço de aplicação plena do conjunto de normas e regras que o país deve seguir e de permanente actualização das mesmas.
Segundo José de Lima Massano, Angola não pode “descansar” se quiser estar em linha com as recomendações e aquilo que é hoje entendido como “as melhores práticas”.
“Nós somos ainda, aos olhos destas organizações, entendido como um país de alto risco, por vários motivos, por exemplo, o tema da corrupção, no índice de percepção da corrupção, da Transparência Internacional, Angola é considerado um país de alto risco. E essas instituições com tudo o que está aí a acontecer olham sempre para a nossa jurisdição com cautelas acrescidas”, referiu o gestor.
José de Lima Massano acrescentou como imperativo que Angola continue a registar avanços significativos nesta matéria ou terá “condições mais difíceis de exercer a actividade bancária”, num contexto em que a economia angolana “se relaciona com o exterior como um elemento quase que ainda de sobrevivência”.
Por sua vez, Emídio Pinheiro, presidente do Conselho Executivo do BFA, sublinhou o que também se sabe há muitos anos, ou seja que a imagem de Angola internacionalmente “é má”, o que considerou “um problema muito sério, porque é de percepções”.
“Isto não se resolve se não atribuirmos prioridade máxima, prioridade total”, frisou, acrescentando que a origem dos fundos “é onde os bancos têm que fazer um esforço maior com os seus clientes”.
“Porque é aqui que se despista um encobrimento de património, a fuga de impostos e é aqui que está presente a corrupção”, destacou Emídio Pinheiro.
Já a Administradora Executiva do banco angolano BIC, Graça Santos Pereira, disse que aquela instituição financeira tem feito muitas comunicações sobre operações suspeitas à Unidade de Informação Financeira de Angola e tem contas bloqueadas à ordem da Procuradoria-Geral da República.
“São coisas muito recentes, temos contas que estão já bloqueadas à ordem da Procuradoria e não sei o que lhes vai acontecer, mas se calhar não vai ser bem assim, não acontecer nada, é um processo muito recente”, avançou a gestora.
“Isto é um trabalho recente estamos a falar deste ano maioritariamente, mas temos contas bloqueadas à ordem da PGR há mais de seis meses. O desfecho, não sabemos, já tivemos umas bloqueadas e mandaram-nos desbloquear”, acrescentou Graça Santos Pereira.
Na abertura do fórum, pelo ministro das Finanças de Angola, Armando Manuel, o governante considerou o encontro muito apropriado para o momento actual que Angola vive, que é de fundamental importância que as instituições financeiras nacionais detenham, não apenas o conhecimento básico da legislação nacional e internacional, mas também o domínio das práticas e dos programas de ‘compliance’, para prevenir e detectar condutas ilegais.
“Enfatizo especialmente a imprescindibilidade das instituições financeiras nacionais deterem conhecimento e domínio da legislação e práticas estrangeiras, para que não sejam as entidades reguladoras de outros países a eventualmente indicar a necessidade de implementar este ou aquele reparo nas operações ou regulamentos envolvendo procedimentos financeiros a partir de Angola ou que tenham esta como destino”, disse o ministro.

E tudo vai ficar na mesma

Averdade é, seja qual for a via, são muitas as instituições internacionais que canalizam avultados montantes para Angola, embora saibam que grande parte desse dinheiro se destina a alimentar, alimentando-as também, à corrupção.
Não faltam organizações a colocar o reino de sua majestade o rei de Angola, José Eduardo dos Santos, a liderar o ranking mundial dos países mais corruptos. E qual é o resultado? Nenhum. Desconta-se o dinheiro para a corrupção e siga a caravana.
Como se explica que nos últimos anos tenham sido gastos muitos mil milhões de dólares na construção ou reparação de estradas, de pontes e saneamento que, contudo, poucos anos depois estão em ruinas?
Esses elevados montantes deveriam chegar para que todas as províncias tivessem excelentes estradas capazes de durarem mais de 30 anos. Afinal duram meia dúzia de anos, quando duram. Mas, é claro, ninguém é responsabilizado por termos as mais caras e, ao mesmo tempo, piores estradas.
No entanto, importa dizê-lo sempre (o Folha 8 di-lo há muitos anos), que é fácil responsabilizar os responsáveis porque os gestores públicos são bem conhecidos, os que receberam orçamentos bilionários e fizeram obras descartáveis, e enriqueceram vertiginosamente as suas contas, ao ritmo que a população foi empobrecendo.
Por outras palavras, os gestores acólitos do regime entram com a sua experiência e os angolanos com o dinheiro. Findas as negociatas, os gestores ficam o dinheiro e os angolanos com a experiência.
Reconheça-se que, por exemplo, já em 2009 o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, afirmava que Portugal se “tornou num destino seguro de fortunas desviadas do erário público angolano”.
Sobre a corrupção em Angola, o líder da UNITA disse nessa altura que as transferências de avultadas somas para Portugal são “para comprar até empresas falidas para branquear dinheiro roubado ao povo de Angola”.
Folha 8 com DW e Lusa

LUANDA: As Parcerias Estrangeiras Com Corruptos Angolanos Feitos Empresários Pela Ditadura

AS PARCERIAS ESTRANGEIRAS COM OS CORRUPTOS ANGOLANOS


Como qualquer país, Angola precisa de investimento para se desenvolver e garantir a prosperidade do seu povo. Mas o país não terá investimento significativo enquanto os grupos económicos nacionais forem motivo de embaraço para os seus associados estrangeiros. É por isso que a corrupção e o desrespeito pelas leis são muito mais do que um problema de justiça ou de direito. São um problema directamente relacionado com a sobrevivência do povo angolano.
Vejamos o caso do Grupo Gema e a repercussão que as ilegalidades vindas a público no Acórdão do Tribunal Supremo, de 17 de Dezembro de 2015, podem ter nas relações com as poderosas corporações multinacionais americanas.
Uma das muitas actividades do Grupo Gema é o ramo automóvel: a sua subsidiária Vauco, em parceria com a construtora portuguesa Teixeira Duarte, representa a General Motors em Angola e é assistente oficial da Peugeot e da japonesa Honda.
O Grupo Gema tem duas estruturas accionistas paralelas. Ao Tribunal Supremo, confessaram-se, como sócios reais, António Pitra Neto, ministro da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social; Carlos Feijó, ex-chefe da Casa Civil do PR; Generoso de Almeida, então governador do Banco Nacional de Angola, à data de criação do grupo; José Leitão, ex-chefe da Casa Civil do PR e António Gomes Furtado, antigo governador do BNA.
A questão colocada é a seguinte: de acordo com a decisão do Tribunal Supremo, verificou-se que determinadas actas que concediam poderes ao presidente do Conselho de Administração, José Leitão, foram assinadas por um sócio, Pedro Januário Macamba, mas que essas assinaturas eram falsas. Dessa decisão parece decorrer que aqueles que se arvoram como detentores do capital social do Grupo Gema afinal não têm poderes para tal, ou obtiveram as suas participações de forma ilegal. Na mesma decisão, também sobressai que determinados agentes públicos de grande importância, ministros, governadores, etc., afirmam que são os donos do Grupo Gema, mas, como isso seria ilegal, aranjaram testas-de-ferro para disfarçar. A confirmar-se na investigação judicial que não pode deixar de ser aberta, isto significa que muitos negócios feitos pelo Grupo Gema são ilícitos.
É aqui que entra a relação entre a General Motors, empresa norte-americana de automóveis que vai alternando entre ser considerada a maior e a segunda maior do mundo, e o Grupo Gema.
A General Motors, através do Grupo Gema, realizou vários negócios com o Governo angolano: os tais que seriam proibidos devido à natureza de agentes públicos dos seus sócios. Ora, ao realizar esse tipo de negócios, a General Motors estará a violar a lei angolana e, possivelmente, a lei norte-americana. Neste caso, o Foreign Corrupt Practices Act, de 1977, relativo às boas práticas contabilísticas e societárias das empresas estrangeiras associadas, já para não falar de eventuais movimentos financeiros que podem ter acontecido.
Entre outros documentos, dispomos de documentação  emitida pela Vauco, que representa a Chevrolet e a Isuzu, subsidiária da General Motors, sobre a revisão de automóveis da frota do Conselho de Ministros. Trata-se da manutenção de automóveis vendidos pela empresa do Grupo Gema, representante da General Motors em Angola. Na altura, Joaquim António Carlos dos Reis Júnior era o secretário do Conselho de Ministros. Actualmente é deputado do MPLA.
O facto concreto apontado é que a empresa americana, sujeita à apertada vigilância da lei do seu país, tem como representante em Angola uma sociedade que opera à margem da lei, com sócios de fachada, o que permite a agentes públicos de topo fazerem negócios consigo próprios, ou, melhor dizendo, entre o governo onde estão e a empresa que detêm, ou, noutra versão possível, os que se dizem actuais sócios da empresa alcançaram esse estatuto através de meios ilícitos, como a falsificação de assinaturas.
É sabido pela legislação internacional e norte-americana que qualquer negócio com “Foreign Oficials” (os PEP da indústria financeira) implica uma due dilligence acrescida e critérios mais apertados de vigilância. Será que a General Motors cumpriu estes critérios legais?
E também é um facto que a GM tem conhecimento, desde 26 de Julho de 2016, das falsificações e questões de falsa titularidade accionista da sua representante em Angola, através da sua subsidiária na África do Sul, a General Motors South Africa (Pty) Ltd, na pessoa de Brian Hunter, General Manager Vehicle Sales, e não parece ter feito nada desde essa data.
A GM, ao ignorar os factos que lhe foram transmitidos, pode estar a violar normas norte-americanas, como o Foreign Corrupt Practices Act of 1977 (FCPA). Isto quer dizer que as companhias são obrigadas a manter uma vigilância adequada em relação ao cumprimento das normas contabilísticas societárias e de corrupção por parte das suas subsidiárias / representantes (Paragraph 78 m). Não são responsáveis por essas práticas, mas são responsaveis se não criarem os mecanismos adequados para controlar e vigiar eventuais práticas corruptas e ilegais das suas associadas locais.
A pergunta impõe-se: com tanta ilegalidade nas práticas dos alegados empresários angolanos a vir ao de cima, qual a empresa internacional que se arriscará a ser alvo de processos-crime e pesadas multas financeiras nos seus países?
Este é mais um problema a acrescer aos vários que Angola, hoje uma ditadura corrupta perante o mundo inteiro, arranjou.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

LUANDA: A Cobiça de Isabel e a Culpa do Pai Ditador

A COBIÇA DE ISABEL E A CULPA DO PAI

Com as costas largas que tem, Isabel dos Santos diz o que lhe vai na alma sem temer qualquer represália. É por causa desse conforto nas costas que ela não tem pejo em qualificar os seus antecessores na direcção da Sonangol como autênticos “bananas” em gestão, mas verdadeiros catedráticos em rapinagem.
Na última conferência de imprensa da nova administração da Sonangol, Isabel dos Santos imputou aos seus antecessores práticas que configuram verdadeiros crimes. De acordo com ela, uma avaliação efectuada pela nova administração detectou práticas de gestão questionáveis. Isabel dos Santos falou de “um conjunto de inconsistências entre a informação contabilística e a informação real da empresa, bem como uma falta de controlo sobre várias participações financeiras”. Em linguagem de gente simples, isso quer dizer que Joaquim David, Manuel Vicente – actual vice-presidente da República – e o seu sucessor Francisco de Lemos Maria eram chefes de gangues que se especializaram em dar golpes financeiros à mais importante empresa pública do país.
Se estivéssemos num país sério, onde os cidadãos preservassem a sua honra, os três visados já teriam vindo a público dizer das suas razões. Mudos como estão, dão azo a serem interpretados segundo a velha máxima: quem cala consente. Isabel dos Santos pode não o ter percebido ainda, mas as farpas com que cobre os seus antecessores têm de ser, necessariamente, extensivas ao seu pai. José Eduardo dos Santos é presidente deste país há longevos 37 anos. Joaquim David, Manuel Vicente e Francisco de Lemos Maria, os anteriores presidentes do conselho de administração da Sonangol, que Isabel agora tomou como seus inimigos de estimação, foram nomeados pelo presidente da República.
O facto de o presidente da República nunca ter fiscalizado o trabalho dos seus nomeados torna-o co-responsável por tudo. E Isabel dos Santos foi das principais beneficiárias da “desorganização organizada”, como dizia Samora Machel, propositadamente instalada na Sonangol. Foi a Sonangol que financiou, integralmente, a meteórica ascensão de Isabel dos Santos no mundo dos negócios.
É a Sonangol que abastece os sacos azuis com que a Presidência da República corrompe e alicia opositores, entidades religiosas, jornalistas e por aí adiante. É da Sonangol que saem os sacos azuis que fazem da Casa de Segurança do Presidente da República o maior concorrente dos concessionários nacionais de automóveis.
Portanto, se for honesta consigo própria, Isabel dos Santos concluirá que é uma das principais beneficiárias das “inconsistências entre a informação contabilística e a informação real da empresa”, que agora denuncia. Sem essas inconsistências, não haveria Unitel, BFA, BIC, Nova Cimangola, Imogestin, enfim, essa panóplia de empresas e negócios de que agora se gaba. Sem o dinheiro da Sonangol, obtido generosamente graças a essas “inconsistências”, Isabel dos Santos jamais poderia gabar-se de ter ocupado “cargos de gestão de topo em empresas cujo universo engloba milhares de colaboradores” ou do exercício de “cargos de administração em empresas de telecomunicações, instituições financeiras e empresas cotadas na bolsa europeia”. Ela deve tudo isso ao dinheiro da Sonangol. A absurda história da venda de ovos nem aos fanáticos do MPLA convence.
Também foi graças a essas inconsistências que o pai-presidente transformou Luanda na Meca de África, onde chefes de Estado africanos faziam fila indiana para adular José Eduardo dos Santos, a quem cinicamente atribuíam qualidades ímpares. A idolatria calculista rendia-lhes milhões e milhões de dólares. Desde que a teta do petróleo secou, ou quase, já quase ninguém vem a Luanda gabar a anteriormente cantada experiência de José Eduardo dos Santos na resolução de conflitos.
Por certo, à Princesa não ocorrerá que tenha caído do céu o dinheiro com que o pai-presidente promoveu a acumulação primitiva do capital a favor de meia dúzia de devotos.
Em suma, deixemo-nos de truques: Isabel dos Santos, o pai-presidente, Joaquim David, Manuel Vicente, Francisco de Lemos Maria partilham sérias responsabilidades pelo estado caótico em que se encontra a Sonangol. Em linguagem de gente comum, dir-se-ia que estão todos juntos e misturados. Se alguma vez houver coragem para investigar e apurar responsabilidades sobre as ditas inconsistências, o quinteto tem de responder em conjunto e solidariamente.
A campanha persecutória que Isabel move contra os seus antecessores, nomeadamente Manuel Vicente e Francisco de Lemos Maria, não tem nada que ver com um surto de ética, moralidade, transparência ou preocupação com o bem comum. Nada disso. A Princesa já não vai a tempo de se converter a esses nobres valores. A cruzada de Isabel contra os outros é movida pela cobiça. Isabel dos Santos não consegue conviver com a ideia de que haja outros angolanos com tanto ou mais dinheiro do que ela – e nesse aspecto, ao que se diz, Manuel Vicente não tem par, é o homem mais rico de Angola.
A Princesa foi acostumada à ideia de que o dinheiro de Angola é apenas para ela e para a família. É Essa a verdadeira causa dos constantes amuos de Isabel contra os seus predecessores.

LUANDA: Desfalques Na Sonangol P&P: Isabel Demite e Autonomeia-se

DESFALQUES NA SONANGOL P&P: ISABEL DEMITE E AUTONOMEIA-SE


A presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Isabel dos Santos, demitiu ontem, 20 de Dezembro, toda a Comissão Executiva da Sonangol Pesquisa e Produção, a subsidiária da Sonangol dedicada à prospecção, pesquisa e produção de hidrocarbonetos. Dito de outra forma, despediu o núcleo duro da operação Sonangol.
No comunicado que fez sair a propósito desta exoneração-relâmpago, Isabel dos Santos anunciou que vai assumir directamente o comando da Sonangol Pesquisa e Produção (P&P), na qualidade de presidente da Comissão Executiva. Isto significa que a presidente da Comissão Executiva da Sonangol P&P passa a reportar à presidente do Conselho de Administração da Sonangol. Ou seja, Isabel dos Santos será doravante superior hierárquica de si mesma. Em 2012, a Sonangol P&P perdeu a capacidade de autonomia financeira e de decisão, tornando-se dependente do então presidente do Conselho de Administração Francisco de Lemos José Maria.
A acumulação de funções por parte de Isabel dos Santos faz lembrar certos ditadores em guerra que, à medida que iam perdendo batalhas, substituíam os seus generais e assumiam o comando directo das operações militares — até à derrota final.
Para justificar esta demissão-relâmpago, Isabel dos Santos acusa a gestão da empresa de ser a que tem mais debilidades e desvios financeiros.
O presidente exonerado, Carlos Saturnino, reagiu com violência à demissão e ao comunicado de Isabel, afirmando que “não é correcto, nem ético, atribuir culpas à equipa que somente esteve a dirigir a empresa no período entre a segunda quinzena de Abril de 2015 e 20 de Dezembro de 2016”. Ora bem, o que temos aqui? Temos um alto funcionário da Sonangol a acusar a filha do presidente da República de falta de ética. Afinal, não é só uma oposição motivada politicamente que o faz!
Quanto às razões de Isabel, há que notar que, se ela acredita de facto no que mandou escrever em comunicado, deveria ter encaminhado eventuais provas de má gestão à PGR para o devido tratamento judicial. É um imperativo que a lei lhe impõe. Não o fazendo, Isabel dos Santos estará a ser negligente, ou conivente, ou a difamar a gestão cessante.
Por outro lado, também se impõe que a actual líder da Sonangol preste informações sobre os montantes em falta. Não basta proferir acusações genéricas. Sem apresentação de provas, essas acusações não passam de calúnias.
Isabel confirma as makas
Recentemente, Isabel dos Santos deu uma conferência de imprensa para confirmar as várias informações prestadas pelo Maka Angola nos últimos meses acerca da Sonangol.
A presidente do Conselho de Administração da petrolífera confirmou que:
1) A empresa não tem dinheiro para cumprir os seus compromissos.
2) As contas oficiais e a contabilidade da empresa não são fiáveis.
3) Os negócios paralelos em que a empresa interveio são ruinosos.
Em resumo, a Sonangol não tem dinheiro, e não se sabe o montante exacto das suas receitas nem das suas dívidas. É uma empresa descontrolada.
Todo este cenário foi antecipado no Maka Angola. Vê-se agora claramente que a razão nos assistia e que não eram considerações políticas ou não patrióticas que nos levavam a informar o público do que se passava na Sonangol. Havia e há um forte interesse público na divulgação da real situação da Sonangol. E também não precisámos de exércitos de consultores e assessores pagos a peso de ouro para concluir o óbvio. Basta saber ler e ter um lápis para fazer contas.
Contudo, muitas perplexidades surgem nas reacções de Isabel dos Santos ao diagnóstico da situação.
A primeira é culpar as anteriores gestões, de Lemos Maria e Manuel Vicente, pelo caos instalado na Sonangol. Pode ser que tal seja verdade, contudo, há que anotar que era o pai-presidente quem exercia os poderes de superintendência sobre a empresa, sendo responsável por exercer os seus poderes de vigilância na área da política de investimentos, justamente aquela que foi tão criticada por Isabel. Se a política de investimentos da Sonangol foi errada (e foi, sem dúvida), tal deveu-se, em última análise, à acção ou omissão do pai-presidente. O presidente não pode querer acumular todos os poderes e depois, quando as coisas correm mal, dizer que a culpa é do Vicente. Não: a lei atribui especiais deveres de superintendência ao presidente. O responsável pelo caos, pelo descontrolo, é ele e mais ninguém.
A isto acresce um aspecto adicional. Se Isabel acredita mesmo que a culpa do “buraco” e “descontrolo” da Sonangol é de Lemos e Vicente, então é obrigada por lei a tomar medidas judiciais, que incluem a propositura de acções de responsabilidade contra os dois anteriores presidentes do Conselho de Administração. Acções judiciais essas que implicam preventivamente a tomada de providências de arresto de bens, para garantir eventuais indemnizações. Traduzindo: Isabel, para defender o interesse público, deve desde já promover o “congelamento” dos bens de Lemos e Vicente. Não basta falar para o ar. Há que agir.
Quer no caso de Vicente, quer no de Saturnino — o ora demitido presidente da CE da Sonangol P&P —, se há provas de má-gestão, há que fazer intervir o Ministério Público com dados concretos.
Uma segunda perplexidade liga-se aos cabazes de Natal. Qual é o racional económico que justifica gastar milhões de dólares em cabazes de Natal numa empresa que não tem dinheiro? Nenhum, a não ser financiar os supermercados de Isabel dos Santos. Por aqui se vê que não fala a sério quando se refere a uma gestão rigorosa e à necessidade de medidas urgentes. Oferecer perus de Natal não será certamente a prioridade de uma empresa petrolífera.
A terceira perplexidade resulta da informação acerca da intenção de reforçar o peso da Sonangol no BCP português. O investimento da Sonangol no banco BCP em Portugal foi dos mais ruinosos que esta empresa realizou. As suas menos-valias (prejuízos) potenciais rondavam, em Julho deste ano, 1.5 biliões de euros. Grosso modo, o valor que a Sonangol agora precisa para honrar os seus compromissos até ao fim do ano. Então, pergunta-se: o BCP foi até ao momento o pior investimento, o mais ruinoso para a Sonangol, e esta pretende continuar a investir mais? Para quê?
A falta de concretização das acusações a Vicente, Lemos e Carlos Saturnino, os cabazes de Natal e o reforço do investimento no BCP são exemplos das contradições do discurso de Isabel.
A realidade é que o caminho chegou ao fim e que a Sonangol será a ruína de D. Isabel.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

LISBOA: Parabéns Pelo Doutoramento Camarada Marcolino Moco

PARABÉNS Doutor MARCOLINO MOCO



Angola recebe mais um PhD. Marcolino Moco, defendeu no dia 12 de Dezembro de 2016, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, a tese de doutoramento: “Contribuição para uma apreciação jus-internacional da integração regional africana”.

Marcolino José Carlos Moco foi Primeiro Ministro de Angola. É licenciado e mestre em Direito pela Universidade Agostinho Neto. Entre o mestrado e o doutoramento foi professor e director da Faculdade de Direito na Universidade Lusíada de Angola.
Natural da Província do Huambo, aldeia de Chitue, no Ekunha – antiga Vila Flor. Descende de uma importante linhagem de chefes tradicionais, um dos quais foi Tchítue, fundador da aldeia onde nasceu. O seu título é com certeza dedicado ao seu pai, um dos sobas mais influentes do grupo etnolinguístico Ovimbundu, falecido há duas semanas.
Na foto em anexo, Marcolino Moco com o júri, depois de “aprovado por unanimidade, com dois votos de distinção – Reitoria da Universidade de Lisboa, 12 de Dezembro de 2016.