Organizações da sociedade civil denunciam irregularidades nas eleições em Moçambique
Manifestaram preocupações quanto à transparência e liberdade do processo.
- Fonte: VOA
- Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
18.10.2014
Organizações da sociedade civil reunidas numa plataforma constataram uma série de irregularidades que viciaram as eleições realizadas em Moçambique na passada quarta-feira, 15. A declaração foi feita em Maputo pelo
Parlamento Juvenil de Moçambique (PJ), o Fórum das Rádios Comunitárias de Moçambique (FORCOM), a Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH), o Fórum Mulher e o Centro de Integridade Pública (CIP).
O impedimento no acesso dos delegados dos partidos da oposição e de observadores às assembleias de voto, o envio de boletins de voto sem urnas para votação e morosidade na abertura das assembleias e no processo eleitoral foram as principais irregularidades apontadas por aquelas organizações.
A actuação da polícia foi também condenada, de acordo com o comunicado lido por Benilde Nhalivilo, do Forcom, que acusou as forças da ordem de não respeitarem a distância de 300 metros das assembleias de voto, como dispõe a legislação eleitoral.
Segundo Nhalivivo "em Mambone, na província de Inhambane, jornalistas da Rádio Comunitária Arco de Homoíne identificaram polícias com pastas estranhas a tentarem entrar numa escola primária local, tendo sido interditos por partidos da oposição”.
Alice Mabota, da LDH, disse acreditar que as irregularidades foram feitas de forma deliberada para viciar os resultados das eleições. Ela perguntou, na ocasião, como é que os boletins de voto aparecem nas mãos de estranhos.
"Face à exposição destes casos, a nossa posição é de repreensão e profunda preocupação em relação à transparência e liberdade deste processo, dado o ambiente de incerteza procedimental que se assiste no processo", concluiu Benilde Nhalivilo.
Recorde-se que resultados oficiais provisórios dos órgãos eleitorais e projecções feitas pelo CIP e Awepa apontam para uma vitória da Frelimo e de Filipe Nyusi, com cerca de 57 por cento, seguido da Renamo e Afonso Dhlakama com cerca de 30 por cento, MDM e David Simango com pouco mais de 10 por cento.
Os resultados finais provisórios devem ser anunciados nas próximas horas.
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